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Lixo
Não se pode falar muita coisa
Melhor calar a boca
O lixo da lei do silêncio
Que determina o fim das palavras.
Você não pode escolher nada
Está condenado a servidão voluntária
Controlado pelo lixo do livre arbítrio
Inexistente para a maioria dos mortais.
Rios poluídos, mares contaminados
A natureza destruída
Pelo lixo tecnológico que fizemos
No anseio de usufruir das mordomias
Do positivismo e da ordem e progresso.
O lixo do sistema global
Da aceitação cultural
Da loucura geral
Tudo muito banal.
Cerceados pelo policiamento do pensamento
Controlados pela massa falida
Da sociedade liquida
Prisioneira do capitalismo selvagem
Que não tem compaixão de ninguém.
O desconforto psicológico
A depressão contínua
Ansiedade deprimente
Que controla as mentes fracas
Na bolha da solidão ideológica.
Lixo de uma sociedade que visa o luxo
Nos complexos urbanos
O lixo industrial, hospitalar, moral
Consequências da degradação do ser humano
Condenado a sua própria miséria.
No final não resta muito a comemorar
Tudo terá o seu fim
O luxo dos corruptos em seus paraísos fiscais
O lixo dos pobres marginais
Na tumba fria de um silencioso cemitério.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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