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A Maçã de Satanás

Entreaberta madeixa loira aos olhares,
sibilei aos ramos da inocência,
das pegadas segui-te aos lábios,
entre distâncias ténues aos corpos,
uma maçã,
nas trémulas pernas te serpente-ei,
deslizes em escorridas seivas,
expirada folha em ressonância vúlvica.

Digeridos angelicais pavores em gemidos,
das escamas em voracidade,
a penetração,
como ardor de fecundidade,
às destruídas memórias deificadas,
implosão gélida no sensitivo arrepio,
um bramido de medo humidificado,
do clitoriano,
como estridente possessão,
explodi-te em ácidos as vísceras,
imaculada sucumbida.

Inerte às avalanches de fluidos,
entre lábios ejaculadas cascatas de salivas,
um barco afundado na tua boca,
nela o meu,
trajectórias à mucosidade,
entreguei êxtases à faísca,
convulsões à réplica,
dos teus involuntários energéticos,
vibrante incompletude violadora,
asseveração da ininterrupção.

Da costela arrancada na autópsia das cinzas,
sucumbi-te a validade,
desprezo pelo teu prazo,
rebentei-te prazer às rochas da inexistência,
das tormentas paradisíacas invocada a pulsão,
como fluxo da repetição,
sobre madeixas mortas à tempestade,
a irreversível necrofilia.

Das plantadas turbulências ao cadavérico,
as sementes,
germinei-te como paraísos dissolvidos,
e da maçã,
resoluto fluído sumarento.

Invoquei queda eterna às pombas circulares.

Invoquei arrebatados morcegos para o púlpito.

Invoquei nuvens de execradores abutres.

Insaciáveis sumarentas luxúrias,
do teu corpo dilacerado,
os fragmentos comestíveis,
laminados seios à delícia,
temperamentos às velas efémeras,
do canibalismo aos infernos com estandartes,
eu alado com eles,
como ira sedenta aos desejos.

Nas chamas da virtude,
a hecatombe de metamorfoses,
no regresso ao caos,
pomares de desejos teus,
devir da inviolável lisonja da vontade,
à expurgada decadência divina,
contemplada devoção à sumptuosa,
de ti,
pujante feminilidade eterna.

© BM Resende

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terça-feira, abril 28, 2009 - 05:24

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BMResende

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Comentários

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Re: A Maçã de Satanás

Entreaberta madeixa loira aos olhares,
sibilei aos ramos da inocência,
das pegadas segui-te aos lábios,
entre distâncias ténues aos corpos,
uma maçã,
nas trémulas pernas te serpente-ei,
deslizes em escorridas seivas,
expirada folha em ressonância vúlvica.

Pujante feminilidade eterna.

8-)

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Re: A Maçã de Satanás

Carregado de erotismo.
Gostei.
Abraço

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