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Marmita

a.
Há três anos, descrevi a marmita de um pedreiro
Em seu horário de almoço — alvos talheres, sal, tempero.
Chamava-se Antônio o amórfico inspirador
Que a caneta de um poeta, à prosa intrometido, desbravou.

Hoje, acompanhei a criação de um novo texto
Protagonizado por um novo criador.
Fissurado pela imagem do heróico Arpoador,
Ele demonstra neologismo em se jogar do parapeito.

A marmita hoje é minha,
Fora preparado com esmero pelo meu amor.
Alegria a mim suprema — mais que o Sol sempre se por
A dar local à bela noite de sussurros e autorias.

Cada grão de arroz que enviaste é sagrado:
Acompanha a sensação de cada bater do coração
A anunciar teu pensamento nele a se postar aterrissado
E tua imagem nessa mente me aconchega, me é colchão.

Ah, esposa de meus dias!
Tens sobrepujado vãs tristezas e alegrias;
Tens te adaptao ao novo ritmo do dia
Que o futuro nos reserva em prol de sua vastidão,
Em prol das nuvens entreabertas ao prover de uma paixão.


b.
Um casal é como um filme sem diretores.
A vida, por sua vez, como o teatro e seus atores
Sem saberem aonde estão, aonde irão, em seus temores
Sem ensaios, á mestria, ao crescer de seus amores.

Surpresa é ter o beijo de uma noiva
Adocicado pela essência do amor — maior verdade —
Que se ensaia (a te tomar por minha esposa)
Em coração, teu pensamento a argumentar contra a saudade.

Surpresa é ter um bolo ao chegar àquela casa
(Que me acolhe, me abriga)
Acompanhado pelo sal de uma torta,
Ambos preparados pelo amor em tuas mãos
O qual, de pressentido, arrebentara com portais da solidão.

Hoje, trago teu carinho na mochila
Estendido pelas asas da paixão interior
Sob a certeza de ser teu amor por vidas
Que se erguem sobre os muros do inverno, do calor.

O chão do refeitório engordurado pelo almoço,
Uma barata pela sala é prensada no sapato...
Um casal é como um filme abstrato;
Um casal é como o artista abstrato.


c.
"Como estará meu ombro amigo,
Sim, do qual à aderência tenho alívio,
Pelo qual meu corpo dorme em arrepios,
No qual minha essência busca abrigo?

"Onde estará meu ombro amigo?
Teria com saudades de meus beijos?
Haveria de me ver em seus desejos?
Ou somente é ilusória dor de ouvido?

"Perco-me no sono sem que haja a voz dos sonhos...
Estaria o ombro amigo a trovar pela cidade?
Bradara, pois, pela má naturalidade.
Suas trovas são cantigas de amigo
Que um coração de um poeta leva embora, em si, consigo.

"Ele é banhado pelo esforço, por verdade.
E embora não se sinta á minha altura,
Sou beijada por seus olhos de doçura
A brilharem — bucolismo em meio à arte.

"De mim, alega não tirar seu pensamento.
(Será que é verdade?)
Somente sei que, no passar de meus momentos,
O consumismo de meu ser se dá em forma de saudade".


d.
"Ilex paraguariensis" ao correr de minhas veias,
Bombeares de uma vida a bailar feito correias
Em que, suspenso, interativo, está o amor em refração
Eternizada à constrição dos dias provedores de ilusão.

Parabólica a reter em si meus pensamentos
É a dama a transmitir à minha vida e sentimento
De amar e ser amado a cada criação,
A cada tombo ou alegria, a cada beijo ou arranhão.

Em vez de uma face, esbofeteara um coração.
Não obstante, à (im)parcialidade, empunhara do condão
A proteger o noivo que a ela direciona suas lágrimas
Ao escrever do nobre enredo pelas pautas de suas páginas.

Um livro encantado a que incrementam-se as pautas
Por meio do tinteiro — a simplicidade de um coração
Em que repousam ternos gestos nos quais abro mão de pausas,
A fim de abster o amor da eventual sofreguidão.

O banquete é servido (estou sozinho):
Superior, em amplitude, à citação do chimarrão.
Em seu castelo, a dama cruza seu destino ao do menino
Que, por ela apaixonado, junta as mãos em oração.


e.
É a primeira ocasião, em cinco dias,
Que não serei, pelos teus braços, afagado
Ao chegar ao nosso lar.

Um lar que não mar nem mesmo ilha,
Não está "in loco" algum localizado
No entanto, tão somente, em nosso encontro tem lugar.

Evidente que, aos prantos, o meu rosto tu verias.
Por vezes penso, em vãos momentos, quão feliz ainda serias
Sem que este vagal poeta tu tivesses conhecido,
Sem que a este amor sincero tu tivesses respondido.

Disseste "sim" olhando apenas às virtudes
Às quais o mundo aderiria a unir as vidas desses jovens.
Por outro lado, agradeço por me conferires juventude
A partir do rumo certo ao qual lançamos nossas vozes.

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segunda-feira, fevereiro 21, 2011 - 02:09

Poesia :

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Caio Vinícius Reginaldo de Souza

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