Meu amor...

Um amor construido em anos pode ruir em segundos... acredito que uma bala abafada em meu peito não causa-se dor alguma perante a dor que senti quando acordei na realidade fria do tempo que perdi ao seu lado...
Toda a dedicaçao tinha sido em vão, e o que mais doia era o conhecimento da realidade, era a ilusão que mantive por prolongado tempo desse amor que nunca se intitulou como tal...
Que amor seria possivel existir num coraçao que bombeia acido e se reveste de pedra?
Que amor se mantém se não é saudavel e não se sente reciproco?
Que amor é passivel de frieza e desdem?
Que amor...meu amor...nunca foste senhor de assim ser tratado!
Amor foi o que dei, redimi-me perante a tua silhueta ora desleixada ora desligada ora vazia para comigo...
Suportava o peso da tua indiferença como se o teu sorriso forçado e cinico fosse o meu unico alimento...
Aprendi que esse caminho, que julgara percorrido ao teu lado, fora negro e no entanto delicioso...
E quem se rever neste escrito irá acenar numa lagrima contida com um sorriso de vitoria, quem não entender o mel contido nesse caminho arduo, irá talvez um dia reler o escrito doutra forma...
Sempre existe uma razão na decisão do trilho, a floresta nunca será selvagem demais nem a planicie agreste demais...
Surge sempre uma surpresa que nos transporta para outra dimensão, permite-nos então clarificar a opçao tomada..
Meu amor, digo então em forma de despedida suave, na suavidade que a tua voz não conheceu naquela noite em que percebi que não chegaria toda a dedicaçao existente, naquela noite em que viboras foram lançadas de tua boca que tanto tinha amado...
Meu amor... nunca foste capaz de ouvir estas palavras com peito que ama...
Apenas te digo... rasgaste o peito que alguém que soube ouvir e sorrir a estas palavras coseu com a dedicaçao que nunca mereceste...
“Meu amor”... agora ouço eu...e sou feliz...
Obrigada...