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Momento Estragado
Naquela hora, falei sem pensar
Tu estática e eu no frio, a penar
lá atirei boca fora, a asneira
sensibilidade de elefante,verdadeira
Naquela hora falei bem devagar
não para que tu me ouvisses
não para que nada sentisses
só porque a voz me estava a falhar
Gelado de frio mortal, intemporal
gritos sepultados em garganta viva
filho de Anjo sem Moral
Tu, asente, perdida, em memórias cativa
Momento parado, gelado, mas momento
nunca ultrapassado,meu tormento
e da boca lá saiu o torpedo
e já lá perdi o medo
Tanto que podia te dizer, te contar
das maravilhas doutros lugares
de como te eregi sempre altar
de como te comparei a outros olhares
Escondi sempre a verdade absoluta
Louco o parvo que só tem arte
cego de paixão, desta forma, amar-te
de coração rendido, Mendigo.
Podia e devia ter sido mudo
nada te revelar, contudo
ficar ali estático, gelado
e por dentro inflamado, irado
Agora, com momento estragado
Já nada sei, que me pareça acertado
Oh Mulher se eu sou lixado
È porque vivo, neste fado, enrolado
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Comentários
Re: Momento Estragado
Vivemos num mundo de dizeres pensados, planejados, dissimulados. Esta é a regra consciente.
Mas a fala impensada é a pura verdade do inconsciente.
Por isso, não costuma ser perdoada.
Um abraço,
Roberto
Re: Momento Estragado
Olá Mefistus
por vezes "palavra fora da boca é como pedra fora da mão" e ás vezes não há volta a dar para voltar atrás...mas quanto à tua confissão poética de certeza que poderá eventualmente virar momento bom.
Um abraço :-)
Re: Momento Estragado
Escondi sempre a verdade absoluta
Louco o parvo que só tem arte
cego de paixão, desta forma, amar-te
de coração rendido, Mendigo.
Se é um pedido de desculpas, está inspiradíssimo pela sinceridade de um arrependido!!!
Se não for, está um bom poema!
:-)