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Não estou a dizer insignificâncias
Exigente
Não estou aqui a dizer-te as razões pontuadas em fórmulas desmistificantes
Não, exigente!
Estou a falar às paredes da solidão que separa a solução e o debate
Não, não, não, caro exigente
Não difames minha reputação pelo que não aceitas em mim
Só não aceita e ponto
Vá, surpreendente
Na vazão dos rios pobres em água em direção ao que julgas mar
Vá, veja lá o sol que não atravessa metros abaixo de si
Veja lá, exigente!
Quantos são os inconsequentes que transcendem às horas voltadas pelo dedo indicador
Veja o relógio que marca a hora do outro
Veja lá as horas que tuas mãos deixaram para a marcação de outrém
Veja, querido inimigo
O quão inútil é essa tua luta por causas impossíveis
Entenda de uma vez que tu não és dono do giro da Terra
Entenda, desprezo fecundo
Que o teu mundo é onde mora a tua dor
Entenda, és poeta do tipo advogado de porta de prisão
Entenda, és aquele especialista cuja ferramenta ainda não se dispõe a ti
Entenda, falso amigo
Que o que te digo é para fazer-te meu amigo, meu verdadeiro amigo
Venha comigo
pare com essa pose de "sou alguém inteligente"
Sabes que essa tua classe gramatical impecável enoja?
Vá ao sub do submundo
Veja lá
Os teus eus ex-usuários de drogas ilicitas
Veja lá os teus filhos bonitinhos mortos na esquina do Lugar Nenhum
Veja lá, o bando de selvagens que se destroem por um prato de justiça
Veja, meu amigo exigente!
Que o teu senso de equilibrio impecável também está sujeito a desregulagens
Peço-te encarecidamente
Veja lá... Lá, não aqui!
Porque aqui o que há é o que pode haver,
Um punhado de sensações previsíveis do tipo: inquietação, indiferença, raiva, complacência
Por isso vá pra lá
E de dedica-te a ser tu
Assinalando a hipocrisia deste que agora tem a ti como irmão
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Poesia :
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Comentários
Re: Não estou a dizer insignificâncias
Veja o relógio que marca a hora do outro...
Muito pano para mangas!!!
:-)