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Noites Sujas
Horas escuras
em noites impuras.
Madrugada sombria
em que se morre à revelia.
Lantejoulas coloridas
brilham perdidas.
São paixões mal resolvidas.
Becos sombrios
de bêbados vadios
e gatunos escorregadios.
Becos de apocalipticos sermões
e de putas e cafetões.
Ali o Mal se cristaliza
enquanto a Maldade se realiza.
Suja noite suja,
de sangue da dita cuja.
Mulheres plenas e resolvidas
sonham serem perdidas.
Machos da fauna
vendem a alma
e se dão no vapor da sauna.
Noite de ladinos
escroques andinos.
E de burros cretinos.
Noite de sexo pago,
de discurso de gago
e de saideira no último trago.
Noite de poucos panos
e de tantos danos.
Noites mal assombradas
pela noiva de branco
e pelas almas penadas.
Noites alongadas,
reino da escória!
Vocifera o Homem sem memória.
Noite de bilhares
e de dramas familiares.
Noite de baralhos e de dados
e de tanto azar nos Fados.
Noite de gangues.
De corpos exangues.
Longa noite absurda
em que de nada se cuida.
Noite em que vago.
Noite em que trago
a solidão da pós festa
e a da cama com que se detesta.
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Poesia :
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Comentários
Re: Noites Sujas
Gostei, bastante, do poema.
Um retrato, da noite, interessante
e verdadeiro, infelizmente, se bem,
que hajam outros, não tão
negativos, assim.
:-)
Re: Noites Sujas
A noite esconde muita coisa, muitas delas estão descritas perfeitamente no seu poema...
Suja sim, mas também há coisas belas na noite!
Mas gostei desta sua perspectiva e descrição... :-)
Beijinho!
Re: Noites Sujas
Bonito poema revelador de: "Noites Sujas"
Pobres são aqueles entes que por necessidade têm como ganha pão certas actividades...e os que fazem por gosto isso é lá com eles.
Mas sinto um arrepio quando penso no sacrificio da vida:
"Becos sombrios
de bêbados vadios
e gatunos escorregadios.
Becos de apocalipticos sermões
e de putas e cafetões.
Ali o Mal se cristaliza
enquanto a Maldade se realiza.
Suja noite suja,
de sangue da dita cuja."
Parabéns pelo bela e triste descrição!
Um abraço
:-)
Re: Noites Sujas
LINDO POEMA, COM COISAS MUITO TRISTES!
ME PARECE SER UMA NARRATIVA POÉTICA, DO COTIDIANO NO SUB- MUNDO!
Meus parabéns,
Marne