CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
NU QUE NUNCA DESNUDASTE
Confessa,
diz que já não me amas.
Entregarei a minha língua
às serpentes que por ti não pequei.
Manda-me embora.
Ficarei nas sombras
que não quiseste iluminar com o teu peito.
Diz-me adeus.
Sepultarei as palavras
que não ouviste no paraíso negro
onde me encontraste antes desta ilusão traída.
Confessa-me o teu repúdio.
Seguirei
pelo caminho de estrelas
que não quiseste ver a meu lado.
Podes até me cuspir
o teu fingimento sobre os meus sentimentos.
Mas diz-me o porquê
dos teus olhos serem uma porta fechada
onde o perfil o meu corpo deixou de entrar.
Diz-me o porquê
das tuas mãos serem tão ásperas
ao desfolhares meu ser lã no teu carinho de pedra.
Mata-me.
Mas antes
do meu último suspiro
diz-me o porquê deste sabor fel.
O porquê desta distância
nos teus beijos moribundos.
Desfaz-me em mil pedaços
mas fala do que em mim te afasta.
Mostra-me
o que em mim te empurra
para o abismo onde caio a gritar lágrimas
que tu nunca libaste do cálice da minha tristeza.
Parte quando quiseres,
esquece-me onde quiseres,
maldiz-me a quem tu quiseres pôr-me de lado.
Mas não me deixes
nesta agonia que me tolhe a alma.
Não me deixes
a trovar sozinho o funeral do nosso amor.
Não me deixes neste canto
de esquinas choradas no teu silêncio.
Caminha para onde não vou.
Peço-te
que pares uma última vez
enquanto meus olhos não cegam no teu gelo.
Cala o violino
desarmonizado dos teus passos
para esse longe mudo que inventas na tua voz.
Volta a ser minha enquanto sou teu.
Sê a lua
desta maré cheia
que vaza pelo esgoto do teu não importa.
Confessa
o teu esquecer-me
no nu que nunca desnudaste.
Ficarei neste pântano
de rosas murchas pela saudade de ti.
Esta saudade
é uma ânsia poetada
num caixão que teimas não fechar,
cuja a chave perdeste num deserto imperfeito.
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1858 leituras
Add comment
other contents of Henrique
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Amor | AMAR É SER SOL E LUA | 6 | 1.777 | 07/03/2009 - 04:22 | Português | |
Poesia/Desilusão | CAIXÃO | 7 | 2.258 | 06/18/2009 - 22:35 | Português | |
Poesia/Geral | AJO | 1 | 3.116 | 05/21/2009 - 02:23 | Português | |
Poesia/Amor | QUERO | 1 | 2.040 | 05/19/2009 - 14:09 | Português | |
Poesia/Meditação | EU... | 4 | 4.163 | 05/19/2009 - 13:24 | Português | |
Fotos/Outros | O.V.N.I | 6 | 3.693 | 05/18/2009 - 13:26 | Português | |
Prosas/Pensamentos | ÁRIES | 2 | 2.106 | 05/11/2009 - 02:56 | Português | |
Poesia/Paixão | TU | 1 | 2.862 | 05/11/2009 - 02:14 | Português | |
Poesia/Meditação | NOITE | 3 | 3.218 | 05/05/2009 - 09:28 | Português | |
Poesia/Amor | QUÃO BELA É A MULHER | 2 | 4.063 | 09/24/2008 - 12:04 | Português |
Comentários
Re: NU QUE NUNCA DESNUDASTE
Grande, grande poema Henrique.
Confessa
o teu esquecer-me
no nu que nunca desnudaste.
Ficarei neste pântano
de rosas murchas pela saudade de ti.
Imenso...
Abraço
Nuno