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O Último Adeus
http://www.youtube.com/watch?v=bMLu4ln99xk
Sinto-te tão perto e ao mesmo tempo, tão longe.
Escuro, encoberto, assombrado é este corredor emocional, também estreito, apertado, acanhado.
Agarro-me ao último choro e ao último adeus do Amor e da Vida.
Imploro amnistia!
Misericordiosamente é me concedido liberdade poética para sucintamente ser franco no meu pedido.
Transpiro pavor mórbido, deslizante, que seca minha boca e paralisa meu corpo.
Serei condenado pelas palavras falsas e adulteradas, e inocentado nas verdadeiras e fiéis.
Sou órfão despojado pela realidade e saqueado no ego da felicidade,
Olhos vede pela última vez o caminho da paixão.
Não sou mais eu que falo, mas o consciente abafado pelo adeus que não quer,
Os pulmões rogam pelo ar escasso o qual se perde no imenso coração dilatado na carência do meu desejo.
Na coragem cedida pelo Amor, o medo de perder, não se vence mas enfrenta-se.
Pois do que hoje tenho medo, amanhã também padecerei, apenas posso enfrentar e superar o que ele trará.
Vencer esse medo, jamais!
A insegurança toma conta do meu agir quer volte para a esquerda quer para a direita.
Sou esmagado e quebrantado quando incapaz de derrotar o medo que diz - alguém reclamarei com dor.
Admito portanto falta de coragem, mas nunca admitirei falta de amor.
Que fiz eu para ser merecedor da tristeza e do pranto do adeus?
Tua elegância e beleza convencem-me do excessivo valor que não posso perder,
O que pela mão de Camões tornou-se duas palavras de ambíguo poder,
Assinalou-se assim há muito, o desfecho que me encobre, um real “contentamento, descontente”.
Sábias e provadas são tais palavras pelo meu contento de te admirar e pelo desgosto do que não posso resignar.
Preciso de forças para viver e preciso que letras se tornem palavras e palavras em verdades,
Se cair no caminho dos meus olhos, levantar-me-ás, e se prantear, enxugarás lágrimas cansadas por este choro.
Peito compreende pela última vez o amor,
Um velho Baú no esquecido sótão vem em auxílio do meu pedido, o qual parecia papiro já encolhido pelo calor da madeira soante, fez-me chorar mais uma vez, não a última, mas um choro não de pavor mas de amargura.
Eram estas as palavras esquecidas pelo tempo e lembradas pelo momento.
Nem Goya e seu afoito pincel,
Nem tinta e arte de aguarela,
Imortalizaram na durável tela,
O teu corpo louvado em papel.
Habilidade fugiria ao hábil e a cor fugiria à tinta,
És bela na minúcia e perfeita no destaque.
Que posso dizer a ti mente? Sonha pela última vez o dia do toque na lua cheia e o calor das brasas ronceiras arrecadadas na velha arca.
Afrouxo o corpo numa inércia contagiosa e apenas o pêndulo ganha acção num sistemático bater, o qual prende o olhar e relembra, descerei vivo ao seol se a vista não fotografar o teu louvor além do papel.
Apresso-me a um lugar de escape, com medo da tempestade que me empurra para o nefasto corredor o qual reclama pelo sangue inocente. Apesar de envolventes os braços deste refúgio, não são perfeitos, nem suficientes para o consolo demandado pelo meu interior. Faço menção do teu nome na noite já avançada e contemplo estrelas formarem a constelação do teu sorriso.
Saio assim na escuridão, no pleno descanso da noite e compreendo, os céus também choram o último adeus à claridade.
Apesar da ausência de luz, este choro dos céus molda na minha frente a aparência perfeita, fazendo-me reconhecer o dito rosto delineado pela chuva.
Galopante se torna o fim desta mensagem. Sou agitado para lá e para cá como criança sem autonomia. Apresso-me, usufruindo da momentânea liberdade para te mostrar que linha após linha desta lírica é gota que após gota faz borbulhar o lago sereno nascente do teu âmago. Tens água viva cujo ciclo corre sem parar, dás fôlego e vida a este lago seco, árido, inóspito.
Findo esta nova carta revivendo mais uma vez recordações da velha arca a qual trás em auxílio a Pena Branca...
Finalizo:
És para mim pena branca, símbolo de pureza e de propósito crucial, reduzes a turbulência e fazes depender a capacidade do voar.
Pena macia ofereces calor ao seu portador e retiro na tempestade cruel.
Com tua maciez de lábios e pureza na forma de ser aqueces meu coração e devoras o congelado lago como o fogo devora a pólvora.
Reduzes por um instante a turbulência deste choro enquanto na brevidade tornas-te retiro na tempestade da despedida.
Passa o instante e a brevidade e sou tragado pela realidade que corta meu voar.
Mãos porque não agarrais?
Pés porque estais inertes ao meu clamor?
Imploro-vos corpo ingrato, Basta! Basta!
Sei deveras hoje o que é doce na vida, depois de ter provado o seu sabor amargo.
Peço-vos por favor, absolvição desta injusta prisão.
Voltarei a ser livre?
Sim voltarei! Quando a leve pena não isolar as insistentes gotas que a conduzem à foz do meu pedido.
Pedido esse, neste corredor, de um ÚLTIMO ADEUS.
(Poema retirado do livro-Retratos de Poeta)
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