O ARCO-ÍRIS

Quando o arco íris encontrou o rio ele bebeu de sua água cristalina dando-lhe um colorido especial.
Ele se enroscou abraçando uma rocha e desejando descobrir o segredo de ficar tanto tempo parada enchendo-se de limo. O limo deixou suas cores de um verde escaldante e renovou-lhe as energias para mudar-se dali antes que o sol se escondesse e a última gotícula de chuva se evaporasse.
Ele subiu, subiu e o seu arco se desfez... Então não era mais um arco-íris? Teria que esperar a próxima dispersão da luz, que pena!
Voltaria em breve, prometera para a pedra que já sentia saudade de seu abraço
O rio todo envaidecido agradeceu sua presença majestosa, se curvando em seu leito.
As plantas olhavam-se embevecidas suas novas vestiduras
E o arco-íris orgulhoso contemplava lá de cima sua arte e pensava: sou uma ilusão de óptica,
Tão pouco por ali passei, tanto por ali deixei
Que artista poderá imitá-lo?