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O ESPELHO E EU




O espelho e eu

 

 

O espelho não vê a minha alma, apenas vês o meu corpo,

Analisa – o pela aparência, se é elegante ou torto,

Aponta – me as formas mas não sabe se sou bonito ou feio,

Pois essa qualidade, só mim, apenas me diz respeito.

 

Ele não sabe se tenho vaidade, pela forma como me vejo,

Ele apenas mostra - me o físico mas não qualquer desejo,

Ele mostra a minha figura, mas não entra no meu pensamento,

Isso faz parte do meu eu, a ele não lhe diz respeito.

 

Ele não sente o que eu sinto mas mostra – me o rosto,

E nos meus olhos eu vejo se estou alegre ou mal disposto,

Porque o meu rosto também é espelho que o outro me reflecte,

Por isso vejo o efeito quando o meu rosto nele se intromete.

 

Entre o espelho e eu há uma barreira intransponível,

Ele dá me – me a imagem correcta, seja ela linda ou horrível,

Atrás dele a minha imagem, não se vê, não tem lugar,

Mesmo que lhe jogue os braços eu nunca a vou encontrar.

 

O duplo que no espelho eu vejo, é igual a mim, é meu par,

Ele é tão igual a mim, que faz os mesmos gestos se eu mandar,

Nascemos no mesmo dia mas eu não o vi nascer,

Sempre que vou ao espelho ele está sempre lá para me ver.

 

Com este meu irmão eu nunca sou nem quero ser agressivo,

O que eu lhe fizer em mim se reflecte em tom expressivo,

Se eu não o amar ele a mim também não me ama,

E se eu o tramar, ele não perde tempo, também me trama.

 

Se eu não parecer ele também não aparece, certamente,

Tudo o que lhe fizer de bem ou de mal o meu corpo sente,

Sigo sempre sozinho, pois o espelho fica sempre no seu lugar,

O meu par  irá sempre comigo mesmo que não o queira levar.

 

 

Tavira, 22 de Dezembro de 2009 – Estêvão

 

 

 

 

 

 

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sábado, fevereiro 2, 2013 - 13:47

Poesia :

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José Custódio Estêvão

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