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O QUE SE SENTE E NÃO SE VÊ
O QUE SE SENTE E NÃO SE VÊ
O frio é tanto que até gela o vento,
É como me sentisse apertado aqui dentro,
Do meu próprio espírito que se despediu do calor,
Mas, ainda tenho uma réstia de esperança,
Que este gelo se desfaça e me traga a pujança,
Devolvendo – me o que perdi e me traga o amor.
Gélido é o calor que a alma me engana,
Oferecido por alguém que me deseja e que me trama,
Não digo que não, mas sei quem mo ofereceu,
É alguém que conheço e deseja o meu tropeço,
Mas, eu também não sou aquilo que eu pareço,
Sou vento quente e frio com alma de quem não perdeu.
Eu já conhecia muito antes de conhecer bem,
Outras gentes que parecem que amam mas ferem,
Transformam o vento quente em vento gélido de morte,
Mesmo num dia de Verão que chega sem esperar,
Aperta – nos a garganta com vontade de nos sufocar,
Mas, por vezes da tristeza que temos invade a sorte.
2008-Estêvão
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