Olha…olha poesia como o mar fala de ti

Oh, oh fonte dos mal amados
Teus olhos dardejam clarões provindos
De uma aurora feita chama d’outrora
Viajantes rebentos lágrimas percorrem
O escuro recinto e caem por terra, triste
Lástima… acerca-se um rosto
Do rosto a vista não avistava mais do que o véu
Feita bailarina nuvem sem rumo no mais alto céu
Seus lábios seriam chamas feitas archotes ardentes
E seu hálito relampejava fogo
Seu corpo cavalgava triunfante feito cavaleiro andante
Na sentença suspirada vida fracassada
O mar falava de ti…oh poesia na corrida descias
Amadurecida do sepulcro feito castigo
São tantas, mas tantas massas
Formas, estilos, figuras destiladas
Codificadas, descodificadas práticas
Chamadas categorias pesar do pensamento
Pesado dum mundo do universo
Consequência do tormento humano, pode ser
Tirano ou não tirano exposta sequela, doença,
Santidade, in.felicidade
E me deito a teus pés…oh poesia
…olha …olha como mar fala de ti
Oh, oh fonte dos mal amados
Balança infortúnio pesar da minha aflição
Pesada, pesaria mais, mais que a areia dos mares
Perímetro meu verdadeiro de muralhas gestos de luto.

Maria Luzia fronteira
Funchal, 11 de Novembro de 2009