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OS OLHOS COMO ALTAR DA PALAVRA


Espanco a palavra, rendo-a de sentir.

Atiro-a ao papel, imposta.

Incógnita,
pontapeio-a de certeza,
vejo-a cegamente inundada de visões.

Desfaço-a feita.

Caiada de curvas e contracurvas, rectilínea.

Sacudo-a, profiro-a semente.

Calendarizo-a Setembro infinito,
ocupo-a de esperança.

Adoro-a,
cedo-lhe os olhos como altar,
os dedos como lugar.

Beijo-lhe os lábios,
saboreio o seu Outono, à toa.

Poeta à proa das suas parábolas.

Desembrulho-a,
ouço o que ela tem para me dizer,
calo-a com o seu próprio saber.

Faço amor com ela,
emprenho-a com novos sentidos.

Sou dela o seu nada, o tudo que ela esconde.

Pergunto-a, respondo-a.

Rabisco-a para que ela me escreva,
desdenho-a para que ela me esculpa.

Incendeio-a, mas é ela a minha fogueira,
é ela a minha maneira de ser.

Sou mais filho da palavra do que ela seja minha mãe.

Ela é de todos vadia, minha rainha.

Se eu fosse pedra, ela seria o meu rio.

Se ela fosse o meu rio,
eu seria as suas margens desparasitadas do silêncio.

 

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quarta-feira, junho 8, 2011 - 21:19

Poesia :

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Henrique

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