CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Os sapos. (poesia de Manuel Bandeira)
O poema OA SAPOS ficou famoso por ter sido declamado por Ronald de Carvalho na noite de 18 de fevereiro de 1922.Esse poema de Manuel Bandeira satirizava o ritmo das poesias parnasians com suas métricas perfeitas(sonetos) e comparava seus poetas a sapos coachando. (semana da arte moderna). Um viva a poesia moderna! Até os sonetos de hoje fogem a métrica. Gostei dessa poesia apesar de amar sonetos parnasianos.
OS SAPOS
(Manuel Bandeira)
Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
—
Em ronco que a terra,
Berra o sapo-boi:
– “Meu pai foi à guerra!”
– “Não foi!” — “Foi!” — “Não foi!”
–
O sapo-tanoeiro
Parnasiano aguado,
Diz: — ” Meu cancioneiro
É bem martelado.
–
Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.
–
O meu verso é bom
Frumento sem joio.
Faço rimas com
Consoantes de apoio.
—
Vai por cinquenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A formas a forma.
–
Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas…”
–
Urra o sapo-boi:
– “Meu pai foi rei” — “Foi!”
– “Não foi!” — “Foi!” — “Não foi!”
–
Brada em um assomo
O sapo-tanoeiro:
– “A grande arte é como
Lavor de joalheiro.
–
Ou bem de estatutário.
Tudo quanto é belo,
Tudo quanto é vário,
Canta no martelo.”
–
Outros, sapos-pipas
(Um mal em si cabe),
Falam pelas tripas:
–”Sei!” — “Não sabe!” — “Sabe!”
–
Longe dessa grita,
Lá onde mais densa
A noite infinita
Verte a sombra imensa;
–
Lá, fugido ao mundo,
Sem glória, sem fé,
No perau profundo
E solitário, é
Que soluças tu,
transido de frio,
Sapo-cururu
da beira do rio...
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1242 leituras
other contents of mase albuquerque
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Soneto | Naquele agora | 0 | 1.086 | 09/01/2021 - 09:43 | Português | |
Poesia/Soneto | Pausada em pauta... | 0 | 1.011 | 08/26/2021 - 23:15 | Português | |
Poesia/Geral | ETS Ancestrais... | 0 | 841 | 08/26/2021 - 16:10 | Português | |
Poesia/Geral | Irreverentes versos... | 0 | 1.839 | 07/27/2021 - 22:18 | Português | |
Poesia/Geral | Por uma saída... | 0 | 725 | 07/22/2021 - 22:43 | Português | |
Poesia/Soneto | Sopa das estrelas (repaginada) | 0 | 909 | 07/22/2021 - 22:04 | Português | |
Poesia/Meditação | Inquirindo | 1 | 1.506 | 07/19/2021 - 12:39 | Português | |
Poesia/Meditação | O Nada! | 0 | 1.092 | 07/06/2021 - 22:53 | Português | |
Poesia/Soneto | Mais Visões Projetadas | 0 | 2.428 | 06/22/2021 - 21:35 | Português | |
Poesia/Desilusão | Letras em vão... | 0 | 1.253 | 05/18/2021 - 22:11 | Português | |
Poesia/Arquivo de textos | Postes de lampiões | 0 | 1.308 | 05/04/2021 - 22:20 | Português | |
Poesia/Soneto | Pescaria | 0 | 1.388 | 05/01/2021 - 20:11 | Português | |
Poesia/Geral | Onde nos levam os ventos... | 5 | 1.202 | 05/01/2021 - 19:14 | Português | |
Poesia/Soneto | Girogirando... | 1 | 1.681 | 04/21/2021 - 14:05 | Português | |
Poesia/Arquivo de textos | Minha rua Carlos Vasconcelos- Fort | 3 | 1.466 | 03/29/2021 - 23:02 | Português | |
Poesia/Meditação | Estranha Percepção | 4 | 2.795 | 03/26/2021 - 19:08 | Português | |
Poesia/Geral | Ela e Ele | 3 | 1.013 | 02/03/2021 - 18:22 | Português | |
Poesia/Soneto | O Som do Silêncio | 1 | 1.685 | 10/23/2020 - 11:14 | Português | |
Poesia/Fantasia | Frascos de vidros (charada em poesia) | 1 | 1.951 | 03/06/2020 - 21:39 | Português | |
Poesia/Fantasia | Poetisa das galaxias... | 0 | 2.090 | 06/20/2016 - 22:45 | Português | |
Poesia/Geral | Girogirando | 1 | 1.671 | 06/19/2016 - 13:50 | Português | |
Poesia/Meditação | Teorias Verdadeiras | 2 | 1.523 | 06/18/2016 - 13:57 | Português | |
Poesia/Meditação | Será? | 2 | 1.530 | 06/16/2016 - 22:15 | Português | |
Poesia/Soneto | Perdidos versos... | 0 | 2.242 | 02/28/2016 - 22:44 | Português | |
Poesia/Desilusão | Uma Dor | 0 | 1.850 | 02/19/2016 - 19:53 | Português |
Add comment