CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Poema de Agosto
Tudo passa nesta estrada
e pouco fica, de cada passo
muito pouco, talvez uma balada
ou o risco de um traço...
Todos correm como loucos
em traiçoeiras curvas,
a "alferir" tempo
e a morte chega primeiro, como sempre
Ao longe restam somente
as cinzas do tragico passado,
amanha renascem as flores
dizimadas que foram, erguem de novo o jardim.
Será preciso correr para ganhar o tempo?
Que se escoa na ampulheta,
que se perde em nossa ambição.
Pois na primavera florescerao rosas
Porque morrer para amar o que já nao mais existirá para si...
Em cada passagem, uma paisagem,
que desaparece aos pesadelos fúnebres,
e os olhos escalonam uma ultima lembrança,
como que da orbita saem a alertar, como uma derradeira esperança.
Tudo pede, tudo conspira para parar,
o acostamento e amplo, so resta ver,
muitos descansam na calma brisa norturna,
vendo o luar e estrelas luzindo em sua amarga solidao.
Uma prece hindu, um mantra, um choro de criança,
nada traz a realidade,
uma magoa sentida pela perda, se transforma em cachoeira,
nos precipícios dos sonhos de amor.
Mas, tudo passa nesta estrada,
E fica pouco, pouco que consome
e como louco, na tenue linha entre razão e emoção,
neste pouco verdadeiro que fica, e treme, teme...
O sol já nasce por trás dos montes,
Só ver essa cega luz noturna, das noites de insônia,
não vinda de astros, nem de seres lunáticos,
Interior, puramente interior, se expandindo, jorrando sob a consciência...
Existe algo mais forte que tudo que passe na vida,
fecundo como um viver conduzido e amado as maximas intempéries.
Réstias de luz sobre as ondas do mar, o farol,
No coraçao, de sangue, febre e calafrios, vivo e caio...
Que o pouco que restou,
do muito que ficou,
seja o bastante,
para prosseguir a caminhada,
continuar a viver,
etéreo viajante...
AjAraújo, o poeta humanista. Escrito em um tempo de palavras cifradas, em Agosto de 1975, na UFRJ.
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 2072 leituras
other contents of AjAraujo
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Intervenção | A uma mendiga ruiva (Charles Baudelaire) | 0 | 11.874 | 07/03/2014 - 01:55 | Português | |
Poesia/Intervenção | Coração avariado | 1 | 5.105 | 06/25/2014 - 02:09 | Português | |
Poesia/Fantasia | Flores bonecas | 2 | 3.581 | 06/24/2014 - 19:14 | Português | |
Poesia/Intervenção | Caminho de San Tiago | 0 | 4.696 | 06/23/2014 - 23:31 | Português | |
Poesia/Soneto | Há em toda a beleza uma amargura (Walter Benjamin) | 1 | 4.803 | 06/20/2014 - 20:04 | Português | |
Poesia/Soneto | Vibra o passado em tudo o que palpita (Walter Benjamin) | 1 | 4.914 | 06/19/2014 - 22:27 | Português | |
Poesia/Meditação | Sonhe (Clarice Lispector) | 1 | 6.300 | 06/19/2014 - 22:00 | Português | |
Poesia/Intervenção | Dá-me a tua mão (Clarice Lispector) | 0 | 5.638 | 06/19/2014 - 21:44 | Português | |
Poesia/Intervenção | Precisão (Clarice Lispector) | 0 | 6.820 | 06/19/2014 - 21:35 | Português | |
Poesia/Meditação | Pão dormido, choro contido | 1 | 3.606 | 06/13/2014 - 03:02 | Português | |
Poesia/Fantasia | A dívida | 1 | 4.031 | 06/12/2014 - 03:52 | Português | |
Poesia/Intervenção | Eco das Ruas | 1 | 2.749 | 06/12/2014 - 03:38 | Português | |
Poesia/Aforismo | Maneiras de lutar (Rubén Vela) | 2 | 4.736 | 06/11/2014 - 10:22 | Português | |
Poesia/Aforismo | O médico cubano, o charuto e o arroto tupiniquim (cordel) | 2 | 6.519 | 06/11/2014 - 10:19 | Português | |
Poesia/Intervenção | Espera... (Florbela Espanca) | 0 | 2.825 | 03/06/2014 - 10:42 | Português | |
Poesia/Intervenção | Interrogação (Florbela Espanca) | 0 | 4.577 | 03/06/2014 - 10:36 | Português | |
Poesia/Intervenção | Alma a sangrar (Florbela Espanca) | 0 | 3.294 | 03/06/2014 - 10:32 | Português | |
Poesia/Soneto | Vê minha vida à luz da proteção (Walter Benjamin) | 0 | 3.041 | 03/03/2014 - 12:16 | Português | |
Poesia/Dedicado | Arte poética (Juan Gelman) | 0 | 4.018 | 01/17/2014 - 22:32 | Português | |
Poesia/Dedicado | A palavra em armas (Rubén Vela) | 0 | 3.072 | 01/17/2014 - 22:01 | Português | |
Poesia/Fantasia | A ÁRVORE DE NATAL NA CASA DE CRISTO (FIODOR DOSTOIÉVSKI) | 0 | 2.801 | 12/20/2013 - 11:00 | Português | |
Poesia/Dedicado | Aqueles olhos sábios | 0 | 4.805 | 10/27/2013 - 20:47 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Asteróides | 0 | 3.649 | 10/27/2013 - 20:46 | Português | |
Poesia/Pensamentos | O que se re-funda não se finda | 0 | 4.383 | 10/27/2013 - 20:44 | Português | |
Poesia/Intervenção | Para mim mesmo ergui…(Aleksander Pushkin) | 0 | 3.391 | 10/15/2013 - 23:14 | Português |
Add comment