CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

Por que cantamos? (Mario Benedetti)

Se cada hora vem com sua morte
se o tempo é um covil de ladrões
os ares já não são tão bons ares
e a vida é nada mais que um alvo móvel

Você perguntará por que cantamos

se nossos bravos ficam sem abraço
a pátria está morrendo de tristeza
e o coração do homem se fez cacos
antes mesmo de explodir a vergonha

Você perguntará por que cantamos

se estamos longe como um horizonte
se lá ficaram árvores e céu
se cada noite é sempre alguma ausência
e cada despertar um desencontro

Você perguntará por que cantamos

cantamos porque o rio está soando
e quando soa o rio / soa o rio
cantamos porque o cruel não tem nome
embora tenha nome seu destino

Mario Benedetti (1920-2009), In: Retratos y Canciones (Poema traduzido).

Submited by

segunda-feira, setembro 6, 2010 - 03:26

Poesia :

No votes yet

AjAraujo

imagem de AjAraujo
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 6 anos 9 semanas
Membro desde: 10/29/2009
Conteúdos:
Pontos: 15584

Comentários

imagem de AjAraujo

Por que cantamos?

Benedetti tem um estilo muito singular de dizer as coisas, de nos levar a profundas reflexões, este poema é de uma beleza transcendental.

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of AjAraujo

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Videos/Música Psalm! (Jan Garbarek) 0 3.092 09/02/2011 - 04:11 inglês
Videos/Música Litany, from Officium Novum Album (2010) (Jan Garbarek & The Hilliard Ensemble) 0 2.132 09/02/2011 - 03:55 inglês
Videos/Música Parce mihi Domine, from Cristóbal de Morales - 1500-1553 (Jan Garbarek & The Hilliard Ensemble) 0 8.714 09/02/2011 - 03:49 inglês
Poesia/Amor Aceitar-te 0 1.324 09/02/2011 - 00:34 Português
Poesia/Arquivo de textos Álcool, carro, velocidade e o poder – uma combinação funesta! 0 961 09/01/2011 - 23:56 Português
Poesia/Soneto A viagem 0 1.968 09/01/2011 - 21:37 Português
Poesia/Amor A razão de ser da rosa 0 533 09/01/2011 - 21:33 Português
Poesia/Amor À menina dos meus olhos 0 617 09/01/2011 - 21:30 Português
Poesia/Amor A lua ressurge 0 470 09/01/2011 - 21:26 Português
Poesia/Amor A dama e o cavaleiro 0 1.730 09/01/2011 - 21:21 Português
Poesia/Amor Ausência (Jorge Luis Borges) 0 869 08/31/2011 - 16:25 Português
Poesia/Fantasia Nostalgia do presente (Jorge Luis Borges) 0 1.367 08/31/2011 - 16:22 Português
Poesia/Aforismo Um sonho (Jorge Luis Borges) 0 501 08/31/2011 - 16:20 Português
Poesia/Aforismo Inferno, V, 129 (Jorge Luis Borges) 0 740 08/31/2011 - 16:18 Português
Poesia/Dedicado Os Justos (Jorge Luis Borges) 0 865 08/31/2011 - 16:16 Português
Poesia/Dedicado Longe (Cecília Meireles) 0 1.043 08/30/2011 - 21:54 Português
Poesia/Intervenção Desenho (Cecília Meireles) 0 570 08/30/2011 - 21:50 Português
Poesia/Intervenção Cantiguinha (Cecília Meireles) 0 829 08/30/2011 - 21:42 Português
Poesia/Intervenção Ó peso do coração!... (Cecília Meireles) 0 653 08/30/2011 - 21:40 Português
Poesia/Amor Imagem (Cecília Meireles) 0 363 08/30/2011 - 21:29 Português
Poesia/Arquivo de textos Biografia: Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004), poetisa portuguesa 0 3.173 08/30/2011 - 11:41 Português
Poesia/Aforismo Porque (Sophia de Mello Breyner) 0 474 08/30/2011 - 11:33 Português
Poesia/Meditação Liberdade (Sophia de Mello Breyner) 0 763 08/30/2011 - 11:25 Português
Poesia/Intervenção Poesia (Sophia de Mello Breyner) 0 480 08/30/2011 - 11:22 Português
Poesia/Dedicado Esta Gente (Sophia de Mello Breyner) 0 923 08/30/2011 - 11:19 Português