Pulsante Existir

Um dia tem passado
Foram passados os dias
Em que todos os episódios
De livros pródigos
Perdidos neles mesmos

São páginas de lembranças
Marcadas por fracas forças
Sem movimento todas as letras
Medidas por almas moldadas

Saltadas aos olhos umedecidos
Pelos ares, atmosfera envolvida
São olhares anteriores
De ilustrações pretéritas

Marés sólidas não profundas
Lágrimas prisioneiras de pálpebras
Penumbra noturna de sono
Sonhos profundos, mas rasos de planos

Elevo meus olhos ao alto
Recebo luz infinita
De algo invisível
Real, intocável, sensível

Desaparece o espírito
Antes existente em um corpo
Eterno desde o nascimento
Semelhante em sofrimento

Carimbo das palavras impressas
Das páginas presentes, viradas
Da vida o livro
Espelho divino do que é interno
Não do que é vistoso aos olhos

Fechada a porta torácica
Onde há um habitante escarlate
Pulsante em latente existir
Escoa o líquido da vida