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reino
A vossa vidinha de escravos
está a chegar ao fim
Maria, deixa o namorado
os tempos estão a mudar
podes até votar nos sociais-democratas
e nos liberais
podes fazer o teu número de prima-dona
de bairro
os tempos estão a mudar
Escutai, juízes, homens de lei,
coquetes televisivas
de nada vos serve apelar à Pátria
e ao folclore
de nada vos serve dar umas risadas
a populaça sois vós, homens pequenos
mesmo quando vos dizeis
revolucionários anti-sistema
agarrai-vos à nova barca
que o jogo está a virar
Vinde, profetas,
que não sois da morte nem da desgraça
já não há ditaduras do proletariado
nem proletariado
os cravos de Abril já eram
estamos em Maio
o homem voltou a aparecer na televisão
sabe perfeitamente
que esta é a sua era
a era que Agostinho da Silva profetizou
vinde, companheiros, camaradas,
escrevei o manifesto
da nova revolução
E vós, pequenos,
a vossa vidinha de escravos
está a chegar ao fim
deixai as telenovelas
deitai a bola fora
tendes vivido mortos
levantai-vos
ainda tendes uma última hipótese
de salvação
deixai o vosso trabalho escravo
a família
a televisão
talvez Jesus esteja aqui
a olhar para a gaja do lado
com desejos carnais
talvez falte pouco
para o muro começar a cair
a história começou
com o Roger Waters e os Pink Floyd
em 79/80
Cabeceiras de Basto
com o Berto, com o Carlos,
lembras-te?
Nunca mais foste o mesmo
não percebias muito bem
mas a mente começou a remoer
questionaste a máquina
mais tarde tornaste-te maldito
uma puta dos tascos e do rock
é natural que alguns te provoquem
te mandem bocas
que não gostem de ti
porque os incomodas
porque pões em causa
o status quo
mas este é o teu tempo, camarada
este é realmente o teu tempo,
acredita
tudo o que fizeste e disseste
até hoje
tudo isso hoje desabrocha
faz todo o sentido
mesmo os teus erros
tiveram uma razão de ser
este é verdadeiramente
o teu reino
poeta dos bares e das noitadas
olha como agora olham para ti
não caias
não esmoreças
a tua loucura é necessária
para mudar o mundo
este é o reino
escuta
dança
celebra
este é o reino
não mais escravos
não mais meias-tintas
o homem que escreve
é o homem que age
o homem que escreve
é o homem que nasce.
V. N. Telha, 24.5.2011
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