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Responda-me, se puder
Por que ter uma religião
Se tu tens a arte no lugar?
Por que ser escravo do amor
Se tu tens a solidão para te acompanhar?
Por que tantas pessoas caminhando
Por um caminho sem volta
Se tens uma estrada diante de ti
Que não precisa de revolta?
Quantas sacanagens
Colocam diante das mentes produtivas
Na esperança de afastá-las
De suas fronteiras comunicativas.
Embaraços de uma vida
Envoltas em braços insensíveis
No alvorecer de um milênio
Onde os sonhos parecem invisíveis.
Quem disse que a humanidade está em paz?
Quem garante a estabilidade
Ou o sonho financeiro de um mundo
Tão caótico quanto a nossa realidade?
Por que ter uma religião
Se as mensagens são todas distorcidas?
Verdades fabricadas em gabinetes
Que perpetram esperanças perdidas.
Imposições de fariseus
Para que bebamos em goles profundos
Os venenos da falsa religião
Que dizem transformar o mundo.
Onde estão as poesias?
As verdades que transformam a nossa mente?
Quero soltar o meu grito de horror
Na tortura que destrói essa semente.
Como combater a ignorância política
Impregnada nas mentes religiosas?
Que querem a todo custo
Controlar as mentes ociosas.
O que acontece com o ser humano?
Responda-me, se puder.
Como estancar o horror das primeiras páginas
Que está patente a quem quiser?
Poema: Odair José, o Poeta Cacerense
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