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SÃO OS TEUS LÁBIOS A ROUPA DOS MEUS LÁBIOS …
Quando te beijei,
do chão se fez lume,
um cardume de arrepios rubros.
Cada um dos teus beijos
é um universo de desmaios,
uma linha recta gravitacional.
Os teus lábios,
são o algodão-doce do teu profundo,
um mundo onde a minha alma fica irracional.
São os teus lábios a roupa dos meus lábios.
O luar intenso
dessa noite de amor aquando o prazer
nos fecha os olhos em clarões de imortalidade.
Sempre que os nossos lábios se tocam,
os nossos corações completam-se,
a vida fica uma volta insana.
No nosso beijo,
nossas almas ficam à solta,
nossas mãos abandonam-nos no corpo do outro.
Beijar-te,
é o silêncio mais suave de todos os silêncios,
a estrela mais brilhante de todas as estrelas cintilantes.
Na minha língua,
a tua língua medita o infinito,
as nossas salivas liquefazem-se num grito entorpecedor.
O nosso beijo,
é uma chuva de realidade a dois,
um a dois de sabor a quem acredita no amor.
Pelo ar,
voam os nossos suspiros de amor,
pairam os nossos corpo numa tontura frenética .
Na gula dos meus lábios,
os teus lábios são um biscoito de paixão.
O teu beijo é o oito da realidade,
o oitenta da ilusão a dois,
o zero do tempo.
.
.
.
.
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Henrique
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