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Sede dos corpos
Esperança! O que de tuas vontades podes quererdes?
Avante!
Lá, bem avante de lente assoprada
No turbilhão extenso...
Espeta observação e avança e recua
Respira funga e aspira
Do nada que vem de mãos dadas com domínios
Já expostos à carne
Danças de sinos aos ouvidos
O caderno foi rasgado e desabitado
Desabotoado
Passeios descalços longe do abrigo
Pata imunda na depressão revelada por fino suco nos lábios
No cinzeiro alguma cinza se joga
Não há preparo
Mesmo que haja pó ou sangue
Água ou ar
Fogo ou terra
Corredores tornam-se espíritos confidentes
De cada cor gracile ou na difamada roupa ensopada
O que o teto diz quando narizes estão presos a eles?
Amanhã um trago será roubado
Ou uma cama rasgada na célula que passa sede
Na despregada pele do corpo à estonteante revolta...
Um pé à mesa
Uma mão à massa
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