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Ópium fumando Maio
Ópium fumando Maio
Sonolenta manhã tragada pelo esbranquiçado
Sutil cedo dos dias de Maio
De Maio fumando Ópium
Desmaio Ópium fumando Maio
Nas coisas querendo aparecer
Digo ao Maio mal vestido:
Estou e sempre estive contigo
Contido totalmente tido
Sido
Não assim sempre em mim
No ontem de mãos abertas
Tentando romper a prisão da aurora
E lá se vai meu semblante!
Acariciando imagens reveladas
Infalíveis
Ali ficando
Cérebros amassados
E jogados nas ruas
Duma cidade esquecida pelas pessoas
Expulsas pelo frio recém parido.
Dia cedo do cedo dia
Que só eu, apenas eu,
Estive aqui
Sentes a lágrima que o céu coloca em seu rosto?
As lágrimas do sereno de Maio
De Maio fumando Ópium
De Ópium fumando Maio?
De súbito tremelicas rouquenho
A colisão de cada mínima gota
Na cortina que não quer se abrir.
Desdobro-me ao relento de lentes abotoadas
Que socam a visão embaçada
Na umidade do trilho aberto ao ar.
Aberto ao sono
Ao sonho
A mim.
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Comentários
Re: Ópium fumando Maio
Gostei bastante, muito bem escrito.
Abraço.
Re: Ópium fumando Maio
Gostei deste opio, este poema lembra-me como se fosse um jogo de ritmos, maio o mês dos opios as imagens ricas como as lagrimas do sereno de maio. muito bom
Re: Ópium fumando Maio
Sublinho:
"Estou e sempre estive contigo
Contido totalmente tido
Sido
Não assim sempre em mim
No ontem de mãos abertas
Tentando romper a prisão da aurora"
MT Bom
seja bem vindo :-)
Re: Ópium fumando Maio
Alcântara!
Gostei e gostei dessa parte:
Desdobro-me ao relento de lentes abotoadas
Que socam a visão embaçada
Na umidade do trilho aberto ao ar.
Aberto ao sono
Ao sonho
A mim.
MarneDulinski