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AS SOMBRAS DA NOITE

Uma cama vazia
onde tu já não estás
uma floresta sombria
com raios de paz.

Um grito em surdina
guardado no escuro
uma porta aberta
para um novo futuro.

O vermelho do céu
de sangue pintado
um corpo vendido
num espelho encontrado.

Uma lua cheia de nada
num céu vazio de escuro
uma árvore que espera
por algo menos confuso.

Uma beleza redonda
num suspiro profundo
o castigo sofrido
num canto do mundo.

A carne rasgada
com dedos de vontade
a mão que me chama
na tua saudade.

Um caminho perdido
por sombras esquecidas
uma cidade vazia
de almas vencidas.

O teu corpo de mulher
vivido em memórias
da cidade dourada
fechada em histórias.

Coração rasgado
em pedaços de raiva
um caminho traçado
na areia da praia.

Melodia encantada
tocada na infância
quebrada pela cruz
que arde em ganância.

Entrego meu corpo as almas
que sofrem de amor
voando contra o vento
enquanto busco o calor.

Deixo-te voar
para longe da minha mão
morro baixinho ao lado do anjo
que repousa sobre o meu caixão.

A lua que cria as sombras
reina sobre toda a imensidão
deixo-te a porta aberta
na luz está a minha paixão.

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sexta-feira, julho 29, 2011 - 16:17

Poesia :

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Rui Afonso dos Santos

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