SONETOS DE CAMÕES

Naufragas numa avenida amar
num destino incerto
Navegas em sete mares
E sete vezes sentes o bater do coração
E pausadas pancadinhas pressentes
Numa outra porta que se abre mais perto
E do cupido a seta acerta…na morada certa

Ai Lusíadas! Ai Camões!
Porquê a porta sete nestas furtadas águas?

E ao sabor da maresia sem mágoas
Coragem de quem enfrenta a bravia
De um A(mar) Adamastor
Audácia ágil de navegador
Na nau frágil do amor…E quem diria?!

Ai Lusíadas! Ai Camões!
Amor porque, nesta nau, não naufragas?

E no pico palpitar de um amor épico…
poético…uma tarde …um dia
E em eco, dois corações em sintonia
Fazem tremer a sete palmos do chão
Com garra…agarras-me e sentes as pulsações
Resgatas o livro de Camões em punho
Ergues os Lusíadas na mão
E a poesia não se perde na morada
E bate à entrada, na rua do amor
Colorida …dolorida …plena de vida
E saudade

Dois poemas
Cruzam-se naquele dia de nevoeiro
Numa discreta avenida de Aveiro
De nome LUSÍADAS
E um intenso luar que seduz
Despe nossos corpos, vestindo-nos de luz
E a lua ousa atravessar a fresta
duma entreaberta persiana
Na vadia chama lusitana…
estranhas sensações
Num leito, de amor
que arde em fogo preso por anzol
num lençol desfeito
escrito em sonetos de CAMÕES

Magda Graça