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Sou eu, apenas não o posso provar

Alvorada azeda
Vómito gástrico enegrecido
Declina pudor
Além pejo, avistado vindo
Na rua cão derrubado
O passeio, a almofada, o encosto
Cheiro fétido
Couro de suor encardido
Mirar ferraduras e éguas
Uma pauta em trote lento
Apontam-me…

«Quem és tu?»

Voz familiar, desassossegada

«Sou eu, apenas não o posso provar»

«Não és não, não és quem dizes»

«Sou eu, apenas não o posso provar»

Arqueiro da calçada
Repousa o dia em serviço
Horários findos
Acorda e trabalha
Proteje a rua
Adorna o caixote e o lar
Carruagens insistem, também tu tal
Dilata ao sol da manhã
Corpo que alonga e fim cede
Sucumbe ao desenho geométrico

Já não estás quando olho…

Guardaste a pergunta
O sonho e a razão
Vendados sem fôlego
Derrotado, coço as crostas no tempo
O perdido
As lágrimas pelo soalho empedrado
Pétalas são coroando o rei defunto

«Sou eu, apenas não o posso provar»

Submited by

sexta-feira, outubro 30, 2009 - 22:37

Poesia :

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brunofilipe

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Comentários

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Re: Sou eu, apenas não o posso provar

A tranquilidade de ser frente a necessidade de provar sê-lo, mesmo morto se é quem se é. Necessita-se provar, ou apenas a morte basta como resposta, com ou sem pétalas?

Estava precisando ler algo assim.

Grande abraço.

imagem de RobertoEstevesdaFonseca

Re: Sou eu, apenas não o posso provar

Belo poema!

Parabéns,
Um abraço,
REF

imagem de Anita

Re: Sou eu, apenas não o posso provar

Apesar de todos os pesares, muito bela as suas palavras. Gostei do tom escatológico, me lembrou Augusto dos Anjos.

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