CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
A taberna
Junto ao bingo
Existe uma taberna pequena
Com um balcão corrido de quatro bancos
A pouca luz que sai dos grandes candeeiros de funil metálico
Presos ao tecto descaídos por um fino fio
Iluminam com suavidade
Os rostos silenciosos debruçados sobre a bebida
Por vezes ocultados pela fumaça de cigarro.
A D. Carolina, sempre simpática e educada
Recebe-nos com o mais cordial dos sorrisos
Sempre com o seu avental vermelho
Que combina de forma perfeita
Com as roupas escuras que habitualmente usa
E boina preta estilo pintor
Faz-me lembrar uma boémia da noite francesa
Sentada naqueles imaginários cafés de Paris
Com que sonhamos um dia vir a conhecer
Mas nunca lá iremos.
Do jazz ao blues
O pequeno espaço todo se preenche
Popular e tipicamente bairrista
Os operários ao fim do dia param e bebem cerveja
Outros cumprem a rotina do dia
Já tão habituados ao tinto e mexericos
Autênticos jornais sem impressão física sempre actualizados
Por volta das 19:17 a noite já cai sobre o Porto
Um homem de cabelo comprido e grisalho
Pede que não o interrompam
E da porta de vidro que dá entrada para o bar
Pede umas velas
Cortaram-lhe a luz e tem dois filhos pequenos
Leva-as dentro de um saco de papel castanho
Daqueles que se usam para os pasteis
Agradece e pede desculpa
E a morte silenciosamente se senta numa mesa
E ninguém fala a não ser os rostos sérios e pensativos
Que expressam palavras afogadas no copo que acabou de ficar vazio
Ao meu lado esquerdo em frente do balcão
Um homem de barba começa a falar
Arrastando lentamente a voz e o copo de vinho tinto
Conta ter dado casa a um gajo
E este nada fez para retribuir um gesto de bondade
Mas o problema principal é mãe
Que sente-se roubada pelas namoradas do filho
E ele desabafa ao som do blues
-Não posso beber, mas em casa dou em maluco,
Por isso prefiro sair e beber os meus copos.
Os bares são muito mais do que aquilo que se pensa
Lá os solitários encontram-se com a solidão
E sorriem para ela como se tivessem acabado de ganhar uma aposta
Os balcões são por vezes suporte do cansaço
O cigarro dá um certo estilo sombrio
E as conversas são tidas para dentro
O único movimento é do barman que se ocupa
Na lavagens dos copos e a receber o dinheiro
De cada trago de conforto
Se houver música ainda melhor
O encontro entre as formas perdidas
Torna-se mais romântico
Os lampiões começam a iluminar com dificuldade
As ruas que recebem os passos embriagados
Aconchego o guarda-chuva
Precisava de uma mulher
Mas estou quase falido
Diante das nuvens que deixaram de chorar.
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1173 leituras
other contents of jgff
| Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post |
Língua | |
|---|---|---|---|---|---|---|
| Poesia/Arquivo de textos | Levanta-se | 0 | 537 | 03/28/2011 - 17:42 | Português | |
| Poesia/Arquivo de textos | À noite no mesmo bar | 0 | 941 | 03/28/2011 - 17:42 | Português | |
| Poesia/Arquivo de textos | Solidão que se vê nos factos | 0 | 559 | 03/28/2011 - 17:39 | Português | |
| Poesia/Arquivo de textos | Uma rua, uma resposta | 0 | 507 | 03/28/2011 - 17:38 | Português | |
| Poesia/Arquivo de textos | O beijo num bar | 0 | 542 | 03/28/2011 - 17:36 | Português | |
| Poesia/Arquivo de textos | Uma resposta fugitiva | 0 | 653 | 03/28/2011 - 17:34 | Português | |
|
|
Fotos/ - | 1827 | 0 | 730 | 11/23/2010 - 23:40 | Português |
| Poesia/Geral | Poemas | 0 | 537 | 11/17/2010 - 23:04 | Português | |
| Poesia/Geral | Poemas | 1 | 364 | 09/30/2009 - 09:32 | Português | |
| Poesia/Geral | Poemas | 2 | 427 | 09/28/2009 - 16:19 | Português |






Add comment