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Poemas

Mulher Mutilada

Mulher mutilada
De rosto triste
E cansado
Não é amada
É perdida

Num tempo
Indiferente
De lamento
Constante
De sufoco

Que escorre
Pelas paredes
Onde morre
Uma saudade
De um sonho, acabado

Palavras

As vidas massacradas,
Pela vergonha do medo,
Peões num xadrez,
De palavras cruzadas.

Cada gesto de indiferença,
Ou olhar reprovador,
Ataque há coragem,
De quem marca a diferença.

Tragédia exuberante,
Cegueira autorizada,
Não deixa ver,
O triste semblante.

Estranha sensação,
De tudo estar a cair,
No esquecimento humano,
Num baú, de podridão.

Sentir

Coração pesado,
Maltratado.
Espírito preso,
Cansado.

Sala antiga,
Com pouca luz.
Objectos do tempo passado,
Que me seduz.

Paredes sombrias,
Fantasmas que falam.
Palavras medonhas,
Que matam.

Mãos de ouro,
Toquem no céu.
Segurem as pontas,
Arranquem o véu.

Raios brilhantes,
Ofuscam meus olhos.
Pessoas finas,
Mais parecem porcos.

Homem que estende a mão,
E dorme na calçada.
Vitima indefesa,
Vida acabada.

Frases soltas,
Inacabadas.
Almas vadias,
Chamas perdidas.

Tristeza

Mulher pequena e magra,
Que contigo trazes, uma criança pela mão.

Pedes-me um favor e eu digo que não,
Rasgasse-me o coração.
Com tanta emoção.

Ruas desertas de uma cidade esquecida,
Resta a beleza de tempos já idos.
Aquela memória perdida.

De caminhos sujos e seu cheiro fétido,
Passeia-se um Zé-ninguém,
Apanha a beata e segue seu rumo.

Recantos solitários de tabernas abertas,
Esquinas prostituídas, antro de promiscuidade.
Revelam seu encanto, em explosões de prazer.

Vida triste que me aborrece,
Minha alma revoltada.
Canta trovador os versos inacabados.

Vozes Censuradas

Esses monstros sem coração,
Sedentos de sodoma.
Pensavam que ninguém acordava,
Do longo e tenebroso coma.

Caprichos monstruosos de,
Mentes deformadas.
Actos realizados,
Escondidos por muitas fardas.

Justiça que tarda em
Aparecer.
Vitimas que não vão,
Parecer.

A terrível angustia da,
Vergonha.
A macabra imagem, da,
Realidade medonha.

Vozes censuradas, poder,
Que esmaga.
Seres indefesos e suas vidas,
Destroçadas.

A insígnia da vida

A insígnia da vida,
Cansada de sofrer,
Estas fortes punhaladas,
Que atingem o coração,
E matam.

Como matam a força,
Pelo medo,
E calam a voz que resiste,
Mas acaba por desistir,
E o homem triste,
Caminha chorando.

Enquanto o vento sopra,
Em seus cabelos,
E a chama do sol,
No horizonte onde se põem,
Reforça a luta interior.

Que se abate em nós,
E leva a acreditar,
No dia da mudança,
Onde cantaremos livres,
A canção da liberdade.

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terça-feira, setembro 29, 2009 - 14:20

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