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TEOPSIA
TEOPSIA
Chove muito
Mas isto não interessa
Posto estarmos olhando para o futuro
Como se nele tocássemos os pés
Sem sairmos daqui.
Estamos à espreita do futuro
Do próximo milênio
Do próximo segundo
Como se fôssemos tigres dente-de-sabre
À espera da presa para estraçalhá-la
Enquanto nos tornamos extintos
A cada milênio, cada segundo.
O sudoeste uiva nas janelas da São Sebastião
Mas isto é fato de somenos importância
Para quem está hipoestesiado para com o presente
Olhos postos na janela, além da chuva, hirto
Preso ao amanhã, à espera da submissão
Do próximo minuto, de outra circunstância.
As sirenes rugem na madrugada
O que não afeta a quem está protegido.
A dor é alheia, o sofrimento é do distante
Enquanto as mãos quase roçam o inatingível
No momento presente sou atalaia do futuro
Aguardando, guardando, vigia ábsono
Que se destaca escuro no futuro claro
Que se faz do hoje, da chuva, do sudoeste
Das sirenes, do sono das gentes.
Cerro os dentes, preparação agonística
No aguardo do tiro da pistola
Que me lançará em busca do futuro.
Os pés, ansiados, premem
O corpo para a frente, parafrente
Advir
sintoma dessa agnosia orbícola
que faz desconhecer o presente
o ausente, a surpresa do agora.
Os olhos de gato, tigre à espreita
Sequer percebem que o futuro brota
em avulsão de dentro do minuto presente
perdido; do vívido segundo esquecido
do homem que se acaba aos muitos
na espera do futuro que se torna passado
aos poucos sem sequer ter sido vivido
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Poesia :
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Comentários
TEOPSIA
Lindo Texto, gostei muito!
Meus parabéns,
MarneDulinski