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triangulações dos tempos esféricos
canso-me do esférico
e sento-me num canto
virando páginas dos milenares inexistentes
fumo uma vulva
do incandescente para a cinza
soprando inalados que acidificam
e o clítoris injecta-me
temperos opióides à erecção
o relógio que geme no útero
é sincrónico ao cardíaco lambido
os sumos escorrem-me nos pulmões
e engravido
rebento rebentos
pequenas mãos decepadas
que choramingam
querem dinamitar esféricos
ergo-me vertical
ao círculo
lavo os pés dormentes num bidé de cafeína
retempero
nomeio-me inominável
porque estou
e vou estando
o nada nada precisa para me nomear
e do esférico espero
desesperando pelo cansaço
mas explodem dinamites
cantando cânticos do canto
triangulam-se
canso-me do triângulo
e deito-me numa cama redonda
virando páginas dos milenares inexistentes
© Bruno Miguel Resende
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Poesia :
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Comentários
Re: triangulações dos tempos esféricos
É sempre um prazer poder ler-te
Inconfundível...
Abraço
Re: triangulações dos tempos esféricos
Obrigado pelo comentário jopeman, e pela inconfundibilidade, é um desejo que muito prezo na individualidade humana, os indivíduos que se confundem entre si serão realmente?
Abraço!
Re: triangulações dos tempos esféricos
Excelentes figurações, dando um clima muito bom.
Re: triangulações dos tempos esféricos
Obrigado pelas palavras NelsondePaula, e as figurações geométricas polidas na geodesia poética podem potenciar climas interessantes.
Abraço!