CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Ultimogênito
Finda-se aqui o sentimento tristonho
De um sonhador, que já morto de fome
fez da esperança seu único nome
por achar comestível qualquer sonho!
Finda-se, pois, aqui, defronte a morte
Aquilo qual achava, em si, seu sismo;
E engrenagem da vida - seu lirismo:
tremor que deitaria contrafortes!
Findam-se aqui - em versos - os meus versos
E findam-se felizes, ternamente
Porque, de sonhos cheios, toda mente
Carece sintonia do Universo!
Finda-se aqui, meu poeta - o eu-lírico!
Com a lança duma falta de ensejo
fincada no arcabouço do desejo
fingido, inverossímil, tolo e empírico!...
Morro-me à poesia, nasço homem
e deixo o último verso pra saudade;
minh’alma voga inteira na vontade
de não ter mais quimeras que me domem!
Morro pra tudo! E renasço ordinário
Divorciado do lirismo culto.
Da realdade - a me tornar avulto -
versejo à boca, e não dum dicionário!...
Morro! Meu sentir não se desespera
Pois sei, não serve ao mundo em que eu existo
e sei saber, por isso é que desisto
e abraço forte a vida que me espera!...
Morri! Nem sinto-lhe a falta, poeta
pois caminhei de encontro ao que queria
deixei meu sonho, à folha, em revelia;
e minh’alma, de vãs quimeras, quieta!
Poeta! Pegue o poema, autografe-o
postumamente! E solte-se de mim!
Que o ultimogênito poema, enfim
findou, publicado em seu epitáfio!...
Morto, Poeta, eu sei já o que fazer
- não mais em versos, ou sonhos d’outrora -
Vou conjugar os verbos cá de fora
sendo o sujeito que não pude ser!
---------------------
Osvaldo Fernandes
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 647 leituras
Add comment
other contents of Nyrleon
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Soneto | A Terapeuta | 0 | 2.122 | 02/03/2012 - 00:32 | Português | |
Poesia/Amor | Platonismo | 0 | 2.178 | 01/30/2012 - 14:32 | Português | |
Poesia/Geral | Exausto | 2 | 2.392 | 01/26/2012 - 15:57 | Português | |
Prosas/Tristeza | O Menino e a Mulher | 0 | 1.744 | 01/23/2012 - 04:36 | Português | |
Poesia/Geral | Da Densidade do Sangue | 0 | 1.599 | 01/09/2012 - 11:13 | Português | |
Prosas/Tristeza | Daqueles Dias | 0 | 1.545 | 01/09/2012 - 09:17 | Português | |
Poesia/Amor | Último Caminho | 0 | 1.232 | 01/09/2012 - 09:12 | Português | |
Poesia/Soneto | Carolina | 0 | 1.438 | 11/05/2011 - 11:59 | Português | |
Poesia/Soneto | Velório de Estrela | 0 | 1.100 | 11/05/2011 - 11:56 | Português | |
Poesia/Soneto | Do Amor | 0 | 1.258 | 11/04/2011 - 14:06 | Português | |
Poesia/Paixão | Gerente de Luz | 0 | 1.633 | 11/04/2011 - 14:04 | Português | |
Poesia/Geral | Negrura Rotineira | 1 | 1.324 | 09/13/2011 - 23:31 | Português | |
Poesia/Geral | A Menina | 0 | 1.354 | 09/13/2011 - 19:09 | Português | |
Poesia/Geral | Recriando | 0 | 1.460 | 09/13/2011 - 19:05 | Português | |
Poesia/Soneto | Da Vaziez Adulta | 0 | 1.488 | 09/13/2011 - 19:03 | Português | |
Poesia/Geral | Conversa Franca | 0 | 1.042 | 09/13/2011 - 18:32 | Português | |
Poesia/Geral | Poeta do Byte | 0 | 1.026 | 08/12/2011 - 03:37 | Português | |
Poesia/Soneto | A Vela | 0 | 1.290 | 08/11/2011 - 22:14 | Português | |
Poesia/Soneto | O Mais Verídico Canto | 0 | 800 | 07/28/2011 - 04:00 | Português | |
Poesia/Geral | A Graça | 0 | 1.236 | 07/28/2011 - 03:58 | Português | |
Poesia/Geral | Exaustão | 0 | 792 | 07/28/2011 - 03:55 | Português | |
Poesia/Soneto | Da Imensidão | 0 | 952 | 06/20/2011 - 16:45 | Português | |
Poesia/Fantasia | Na Aurora do Amor | 1 | 1.324 | 06/20/2011 - 16:42 | Português | |
Poesia/Amor | Da Promessa | 0 | 1.472 | 06/20/2011 - 16:29 | Português | |
Poesia/Geral | Lei do Homem | 0 | 1.216 | 06/05/2011 - 16:15 | Português |
Comentários
Re: Ultimogênito
LINDO POEMA, GOSTEI MUITO; MAS A POESIA MESMO O POETA QUERENDO, NÃO SAI DE SUA ALMA, PODE-SE AFASTAR UM POUQUINHO, MAS SEMPRE ESTARÁ COM VOCÊ POETA!
DESEJOS MEUS, DE UM MARAVILHOSO ANO NOVO DE 2010, COM TODA SORTE DE VENTURAS E DESEJOS, ATENDIDOS PELO CÓSMICO PARA VOCÊ, E QUE CONTINUES A NOS BRINDAR COM SUAS LINDAS POESIAS!
Marne
Re: Ultimogênito
Não separe o homem do poeta, não nos prive de tuas escritas, de tua doce companhia, maravilhosamente agradável. Abraços
Re: Ultimogênito
poeta,os teus versos
tão suaves e tão cheios
de paz. faz-me crer...
desejo que este poeta
continue lá e cá á
escrever.
bjs. :-)