CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
VERSOS DE CHUVA
Em casa em comunhão com a poeira
a tentar em vão evitar as goteiras
que
caem
caem
caem
penso o porque de a água que cai da biqueira
ser mais fria que a água da chuva
que
cai
cai
cai.
E só eu escuto o uivo do vento que venta
que vai
e que volta
que tudo aquilo que leva
de volta uma hora sempre traz
que da chuva em si mesma absorta
silenciosa dança faz.
Já cansada ela só queria cair em paz...
E cansada deste vento que venta,
de cair cansada, já muito revolta
com a brincadeira do vento de leva e traz
em todo o seu tormento a tormenta
por não mais querer resolve cair
toda de uma só vez
mais
e
mais
cada
vez
mais
como
se
não
fosse
acabar
mais.
E pela janela via lá fora
a chuva que dentro de si caía.
Como num espelho via a si própria
um vitral de traços delicados
a estranhar a estranha face fria,
pois com olhos rasos tudo via,
de tanto chorar coração cansado.
No fundo, ainda fria, era delicada a
chuva que sem importar-se com nada
caía,
apenas
caía,
cobrindo
o mundo
de
mágoas...
E quem pela janela
silente olhava
através dela nada via
ouvia somente
o vento que no vazio soluçava;
que soprava a água feito serpente
a descer no vitral de quem silente
no vazio a si mesmo olhava.
E ela se quer desconfiava
que mesmo sendo tão fria
na janela em que (nada) se via
não era a água da chuva que vertia.
Finos filetes ela chorava.
14 de agosto de 2011
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1577 leituras
other contents of Adolfo
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Soneto | Da usurpação | 1 | 1.956 | 11/13/2021 - 11:37 | Português | |
Poesia/Soneto | "Deus está morto!" | 5 | 5.520 | 11/13/2021 - 11:35 | Português | |
Poesia/Aniversários | XXVIII | 1 | 2.010 | 11/13/2021 - 11:32 | Português | |
Poesia/Soneto | Quatro de Copas | 0 | 2.486 | 03/06/2020 - 21:33 | Português | |
Poesia/Soneto | Cântico do cântaro | 0 | 3.745 | 03/04/2020 - 06:18 | Português | |
Poesia/Soneto | Autumnus | 0 | 2.187 | 01/17/2020 - 00:59 | Português | |
Poesia/Soneto | Stigma | 0 | 2.389 | 01/15/2020 - 07:15 | Português | |
Poesia/Desilusão | Versos natimortos | 2 | 4.536 | 01/15/2020 - 07:05 | Português | |
Poesia/Tristeza | Cicatriz | 3 | 3.455 | 03/21/2018 - 22:49 | Português | |
Poesia/Fantasia | Meu pequeno mito da criação | 5 | 3.746 | 03/18/2018 - 19:29 | Português | |
Poesia/Desilusão | 18 - Uísque | 2 | 4.369 | 03/18/2018 - 19:28 | Português | |
Poesia/Desilusão | Uma nau sem rumo | 2 | 4.307 | 03/18/2018 - 19:25 | Português | |
Poesia/Soneto | Ocaso | 2 | 3.663 | 03/18/2018 - 19:24 | Português | |
Poesia/Soneto | Pontius Pilatus | 1 | 5.069 | 02/28/2018 - 16:24 | Português | |
Poesia/Soneto | Boemia | 1 | 3.611 | 02/27/2018 - 18:05 | Português | |
Poesia/Paixão | Konijntje | 2 | 4.192 | 04/20/2017 - 16:11 | Português | |
Poesia/Erótico | Austeridade | 2 | 4.813 | 04/14/2017 - 14:48 | Português | |
Poesia/Soneto | Última lua juntos | 1 | 4.900 | 01/20/2017 - 09:50 | Português | |
Poesia/Amor | Leviatã | 0 | 2.771 | 02/22/2016 - 23:36 | Português | |
Poesia/Paixão | A sós em Cabo Branco | 2 | 3.480 | 08/27/2014 - 21:21 | Português | |
Poesia/Haikai | Hai-kai da lua | 1 | 6.432 | 06/13/2014 - 23:07 | Português | |
Poesia/Poetrix | Do quarto-minguante | 2 | 4.709 | 06/13/2014 - 22:35 | Português | |
Poesia/Intervenção | Choque! | 0 | 3.567 | 06/21/2013 - 19:30 | Português | |
Poesia/Soneto | Eu quero ver a grande confusão! | 0 | 3.809 | 06/19/2013 - 21:31 | Português | |
Poesia/Soneto | Revisão De Princípios - Fim Dos Princípios | 0 | 4.478 | 04/12/2013 - 00:31 | Português |
Add comment