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Vinte de novembro
I
Ouvi os tambores, era o povo em festa
Contentes, livres lá na serra da Barriga.
Mas um olhar se perde na imensidão,
Sabe que ao longe o chicote ‘inda castiga.
II
Teus irmãos, as vozes d’África desterradas.
E seu olhar viaja como navio negreiro.
Vê o feitor, sente nos pés a corrente vil,
Senzala imunda – chora triste forasteiro.
III
Clama ao verbo, parece esquecido.
Aurora brilha – infinito cafezal.
De dia o sol e os açoites amargos,
A saudade sufoca na noite hibernal.
IV
A terra além-mar é puro devaneio
Exilado, o coração procura alento.
Ao seu redor a maldade é império,
Sangue, lágrimas e no alto o firmamento.
V
Mas lá na serra a vida se renova,
Alvorada no quilombo dos Palmares.
Zumbi, teu olhar vai ao longe buscar,
Aquele que a nau arrastou pelos mares.
VI
Balança ao vento o navio de horrores,
Leva da pátria mãe o choroso filho.
Ao redor o porão, o medo, a peste...
Sangue furtado mancha o tombadilho.
VII
E corta o Atlântico, além o novo mundo,
Em fila odiosa, algoz caravana.
Abrindo caminho dentre as brumas,
Pro Brasil os corpos, coração na Savana.
VIII
Quer correr pelos prados incauto,
Quer a vida, quer a simples liberdade.
Sentir no peito a doce viração,
Vem lá da África – oh infinita saudade.
IX
As pedras do quilombo são coxins do rei,
Repousa, viaja nas asas do rouxinol.
A turba em festa antevê o porvir,
Liberdade, liberdade! Fulgurante arrebol.
X
Planta a semente na seara nua,
As flores, o futuro resguardou.
Em vão, sobe a serra o leviatã,
Já voa livre... O desejo germinou.
XI
É debalde, o capitão-do-mato,
Calar o mártir na emboscada fatal.
Tu’alma corre em regato puro,
Vive em meu peito teu nobre ideal.
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Poesia :
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Comentários
Re: Vinte de novembro
Betofelix,
Lindo! Merecido e verdadeiro!
Parabéns!
Re: Vinte de novembro
Betofelix!
Vinte de novembro
Lindo poema, linda homenagem ao Povo Negro, uma das bases agora, da etnia brasileira!
Salve o dia da Consciência Negra!
MarneDulinski