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QUEM SERÁ?

QUEM SERÁ? 

Quem será que bate a esta hora?

Não espero ninguém, quem será agora?

Não sei se abra a porta ou se finja que não ouvi,

Não há vento, não há chuva, quem será que vem aí?

 

Abro a porta, espreito a noite, ninguém aparece,

Se não é ninguém, porque será que isto acontece?

Será imaginação, não me parece, certamente,

Tudo me leva a crer que é lapso da minha mente.

 

Começo a ficar curioso, a calma da noite é tão bela,

É intrigante este bater, sem ver nada que bata nela,

Olho para um lado, olho para outro, mas em vão,

Começo a ficar assustado com o bater do meu coração.

 

Batem, batem, mas mal se ouve neste tempo de agora,

Espero que a porta se cale e esse alguém se vá embora,

É tão leve este toque, só o silêncio tem este bater,

É tão delicado este toque, que é difícil de perceber.

 

A porta abre – se sozinha, não foi preciso eu abrir,

Ninguém entra, ninguém sai, quem será que vem a seguir?

Meu Deus, o que se passa, este tempo é tão medonho,

Será que é realidade, ou será que sou eu que sonho?

 

Sinto que alguém me beija e me abraça,

Não vejo corpo, não vejo nada, mas eu gosto do que se passa,

Sinto também um cheiro, como se fosse duma flor,

Este alguém que me abraça certamente é o amor.

 

É tão bom ter por companhia,

Este amor que há tanto tempo não sentia,

Agora sinto – me plenamente descansado,

Por ter o amor sempre ao meu lado.

 

2008-Estêvão

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terça-feira, outubro 23, 2012 - 08:58

Poesia :

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José Custódio Estêvão

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