CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

Pacífico

Cavalguei o Pacífico,
enfrentei o tirano
terrífico
e amei as virgens
montanhas
ao deflorar suas
entranhas;
mas nada vi ali
que não houvesse aqui.
Exceto, talvez, a cor
de que se abusa
ao se amar
uma nova Musa.
Com Bete caminhei
a Revolução
que pouca houve
(e da qual já nem
se ouve).
Ousamos sonhar
entre sonos aferrados
das burguesas panças
saciadas de
churrasco e cerveja
(e de igual, seja).
Com outras,
ousei pensar
entre cérebros atrofiados
e nunca desconfiados
de serem títeres manipulados
por capachos violentos
de deuses sangrentos.
Se filosofia existiu,
entre dois nas camas,
foram só breves chamas.
Porém de uma dessas alcovas,
eis que sugiu alguém que eu
gostaria de ter sido.
Eis, vivo de repente,
o gênio afetuoso
que chamo de filho.
Gajo de garbo,
desfila pela vida
a elegância de seu
pensar sutil,
e por ora ostenta
o fecho de ouro
que lhe guarda
como tesouro.
Assim, as vidas passadas
em camas desarrumadas,
levaram-me meio-século
da vida que herdei,
de quem não sei.

Agora, vejo que o Pacífico
que um dia montei,
foi apenas um cavalinho
de carrossel
circulando num só eixo.
Que as montanhas
que deflorei, eram apenas
a irmãs-putas que me
saciaram algum desejo
e, certo dia, roubaram-me
um beijo.
Que Bete e a Revolução
forma quimeras
desterradas de outras
Primaveras.
E que eu uso a caneta,
como um bêbado a sarjeta.
Nelas dormimos,
tentando não acordar.

             Para Bete, saudades.

Submited by

domingo, novembro 27, 2011 - 16:09

Poesia :

No votes yet

fabiovillela

imagem de fabiovillela
Offline
Título: Moderador Poesia
Última vez online: há 8 anos 34 semanas
Membro desde: 05/07/2009
Conteúdos:
Pontos: 6158

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of fabiovillela

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Poesia/Tristeza A Canção de Alepo 0 8.411 10/01/2016 - 22:17 Português
Poesia/Meditação Nada 0 7.237 07/07/2016 - 16:34 Português
Poesia/Amor As Manhãs 0 7.207 07/02/2016 - 14:49 Português
Poesia/Geral A Ave de Arribação 0 7.374 06/20/2016 - 18:10 Português
Poesia/Amor BETH e a REVOLUÇÃO DE VERDADE 0 9.054 06/06/2016 - 19:30 Português
Prosas/Outros A Dialética 0 12.888 04/19/2016 - 21:44 Português
Poesia/Desilusão OS FINS 0 7.987 04/17/2016 - 12:28 Português
Poesia/Dedicado O Camareiro 0 10.458 03/16/2016 - 22:28 Português
Poesia/Amor O Fim 1 7.313 03/04/2016 - 22:54 Português
Poesia/Amor Rio, de 451 Janeiros 1 12.153 03/04/2016 - 22:19 Português
Prosas/Outros Rostos e Livros 0 11.153 02/18/2016 - 20:14 Português
Poesia/Amor A Nova Enseada 0 7.356 02/17/2016 - 15:52 Português
Poesia/Amor O Voo de Papillon 0 6.597 02/02/2016 - 18:43 Português
Poesia/Meditação O Avião 0 7.925 01/24/2016 - 16:25 Português
Poesia/Amor Amores e Realejos 0 9.135 01/23/2016 - 16:38 Português
Poesia/Dedicado Os Lusos Poetas 0 7.196 01/17/2016 - 21:16 Português
Poesia/Amor O Voo 0 7.127 01/08/2016 - 18:53 Português
Prosas/Outros Schopenhauer e o Pessimismo Filosófico 0 14.982 01/07/2016 - 20:31 Português
Poesia/Amor Revellion em Copacabana 0 6.576 12/31/2015 - 15:19 Português
Poesia/Geral Porque é Natal, sejamos Quixotes 0 8.470 12/23/2015 - 18:07 Português
Poesia/Geral A Cena 0 8.133 12/21/2015 - 13:55 Português
Prosas/Outros Jihadismo: contra os Muçulmanos e contra o Ocidente. 0 12.878 12/20/2015 - 19:17 Português
Poesia/Amor Os Vazios 0 11.258 12/18/2015 - 20:59 Português
Prosas/Outros O impeachment e a Impopularidade Carta aberta ao Senhor Deputado Ivan Valente – Psol. 0 10.130 12/15/2015 - 14:59 Português
Poesia/Amor A Hora 0 10.658 12/12/2015 - 16:54 Português