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“O Troca Tintas”
Estava completamente agarrado: Têso que nem um bacalhau seco. Sentia a falta de um charro...
A noite, caira vazia, com o barulho das luzes para acompanhar: Tornara-se branca, ante-a prata do luar; que cobre a pradaria.
- Alô... Machado! ...
– Telefonou ao amigo:
- Aqui é o Têso. Alô; Machado...
- Sim... Eu sei quem é: Tenho o Têso, aqui: No mostrador dos contactos do meu telefone... Lembras-te?... Então?! Está tudo bem contigo?... O que se passa meu amigo?... Diz lá...
- Não... Tá; tá tudo bem... Era só para saber se távas bem...
- Estou bem. Obrigado meu amigo... Aparesse: Anda cá... Aonde é que estás?
- Tou em casa: Boring! ... Tired of all!! … Snowing out side there; with, smelling #OOPS# all over : Têso meu… Têso: Falído, sem trabalho… Como é que imaginas que eu possa tár?! ...
- Anda cá! “ get up here”! Anda dar um báfo.
- “Grande machadada atirou o Machado, que, acertou em cheio: Abrindo o têso ao meio... Flocos de neve, cobriam as alturas para livremente se libertarem; ao toque suave do bálsamo. Todos os sentidos borbulharam e, cada um, deu uma parte de si; enquanto adormeciam: Como quem espera a queda na conta da debilidade; defendendo-se, porém, do maligno”.
Dar um bafo, não significava uma refeição. “Se tinha fome: Podia bater; que, por certo, de certeza absoluta que se abria”... Pensava o Têso, enquanto o seu estômago roncava; mas: Estava teso, o Teso e, queria qualquer coisa para se enganar. Então, de rosto afiado: Vestiu a casáca, pegou nas chaves: Com o simbolo da Mercedes, pendurou-as na cintura e saiu; antes de fechar a porta, olhou para os pés; como que, com o olhar iluminado; desmaiado, Sobre o desmaio escondido: Voltou para trás; tinha-se esquecido das molas: Abriu a janela e, do cordão da roupa tirou duas molas: duas molas tirou do estendal. Fechou a janela, deu uma vista de olhos; como quem procura algo escondido, deu a volta,levantou o polegar, com a mão fechada, encostada há testa e apontando para o ar: Recordando; ou, tomando rumo: Voltando ao princípio... Na secretária, tinha o manuscrito, espalhado: Para que respirasse cada personagem, enquanto, por ele, ficasse a chamar; na cabeça: Uma machadada, que o dividia ao meio; porém, deixando que uma parte, adormecida, ficasse em casa fechada: Para ouvir o desenrolar da vida que nascia nas páginas; que ele próprio marcava para sempre, no rumo de se encontrar: Aprender, reviver, sonhar, praticar e melhorar: Alinhar os traços com as cores imaginárias da tela... Que o pintor também sabe recolher as asas para assistir ao seu peito, enquanto semeia, no Mundo, as cores de que ando a falar. Sabia tudo o que haveria de percorrer: Colocou as molas: Uma em cada bainha das pernas das calças, montou a bicicleta e começou a pedalar. Este, não parava para tirar areia das sandálias: Estava no século vinte: Um sofisticado que tudo fazia por bem; como uma criança, que não se esqueceu, não ficou antiga nem deixou de o ser; apenas, as influências, o armadilhavam: Criando-lhe barreiras que ele, não sabia vencer. Confundido: Pedalou cerca de três quilómetros, até há cepa do Machado. “As farrapas de neve vinham desfazer-se no seu rosto: Ensopando-lhe as barbas; nas lágrimas, puras, da água que descia seus leitos: Viva. Ventava com uma suavidade traquina, em atrevimentos de alinhar o nevão; ou, faze-lo bailar: Indeciso do lugar onde se vai realizar... Arrumou a bicicleta, debaixo do telheiro, da entrada; que se alongava a todo o tamanho e por toda a moradia. Sentiu o temporal e toda a protécção no interior das velhas paredes de granito, com ossos de ferro abraçando o betão. Sentiu um arrepio e logo apertou o botão da campainha; o vento começára a soprar mais forte; como se, ele, precionasse um acelerador e, em lugar da campainha tocar dentro de casa: Decidisse o momento em que o manto branco se irásse: Chamando de vez a força do temporal para se levantar... Levantou as golas do casaco e encolheu a cabeça nos ombros, esperando manter o corpo acalentado. E sinal do Machado: Nada: Voltou a pressionar o botão da campainha, mas, o vento, não dava tréguas: Entrou de lado e atirou-lhe ao rosto os flocos agarrados que se soltavam do vento aproveitando aquele momento, como crianças a brincar. – “Por certo: A campainha não funciona: Deve ter congelado”. - Pensou, enquanto, com o indicador, consecutivamente: precionava a campainha sem parar; que, sentia o botão duro e por mais que precionasse : Não se mexia... Então, levantou a tampa da caixa do correio e bateu com ela varias vezes; enquanto se esquecia de parar: Pensando, pensando: “ Se não atender desta forma vou bater nos vidros da janela”... Virou o rosto para o lado da janela, mesmo por cima da bicicleta e quando pensa que vai deixar a caixa do correio para se dirigir para a janela: A porta abre-se e é rebocado para dentro de casa, pela mão que batia sem descansar. Quando seus olhos atingiram as vidraças da, a bicicleta ainda estava ao frio, debaixo dela, no lado de fora; virou-se para perceber o que se passara e, o Machado: Com o rosto cheio de veias; assanhado: Deu-lhe duas palmadas, na mão que batia e, aquando, de frente-a-frente; Machado, deu-lhe com a palma da mão, um palmadão no centro da testa; aonde as sinetas dos montes solitários se ouvem tenir.
- Toma!... Isto é para acordares.
– Disse o Machado, agora com aparencia de calmeirão quebrantado. Não lhe dando nem tempo para falar: Tirou-lhe o casaco, ensopado, deu-lhe para a mão uma toalha e mandou-o sentar junto à lareira; para se aquecer e secar; que, o temporal não estava com ares de amansar: Rodeando, cercando a vivenda; parecendo que ali era o lugar, onde toda a avalanche apontava para rodopiar.
A lareira, projectava uma luz quente, hilariante doçura temperava o olhar do Têso, que, já fumado: Inclinou-se na harmonia daquele fogo, atirando-se a falar; como quem se convence, enquanto caminha uma rua desconhecida:
- O Mundo anda a chorar; sedento d;amor... Estas brasas
– Dizia, apontando para a lareira viváça com os olhos enterrados no Infínito:
– Conseguem iluminar o gelo que se lembra dos-sem-abrigo: Debaixo da ponte, lágrimas revestem a sabedoria, que, só a coragem no caminho o manifesta...
- Fuma.... Vê lá se te cálas: Entretém-te... Dá tréguas aos meus ouvidos.
- Dizia o Machado,parecendo aborrecido. Mas, o Teso, não se cansava: Ficava ali: Debruçado sobre a mesa. Que, (ele) não lhe queria meter o aço: “Que lhe destemperava a essência” e, depois: Era como quem queima palha.
Passado quarenta e oito horas, Machado percebeu que na verdade era preciso ser-se calmeirão... Então: Para despachar a consciência: Encheu a barriga ao Têso e para que o céu lhe atendesse o bem que fazia: Fez o bem; mal, do bem que lhe queria: Agarrou numa faixa de palha, colocou na frente do Teso; pegou, do cabide, o casaco, bem seco e aquecido e despejou-lhe-o sobre os ombros; que logo um braço fez nascer a mão na saída da manga; que, a mão ajudou a mão, que assim: O casaco vestiu. Da palha para o casaco enfiou, para dentro, quanto pôde: Pegou-lhe por um braço, carinhosa e atenciosamente, encaminhou-o; com um geito balançado; como quem aponta o caminho; abriu a porta, mesmo ao lado da bicicleta: Por-de-baixo do telheiro: Do lado de fora de toda a vista; que de dentro se extinguia... Observou as sobras do temporal; para obedecer à Bonança que esperava,ainda: O brilho que cavalgasse o luar, do caminho, de regresso a casa.
... O Têso, com agrado: Abriu o saco; parecendo que, o reboliço do seu olhar, fazia mais barulho que a sua boca: Escancaráda “Como uma explosão que lhe abrisse a porta de casa”; nova luz o iluminou... Que, o negócio veio ordenado.
- Vou transformar isto em papel e fumar até cair para o lado!!
- Vai vai...
- Diz o Machado; que se quer ver livre do fardo.
- Obrigado companheiro: Pelo trato que me havéras dado: Bom presunto; bom palheto; bom fogareiro que arregãnha... Bons assados; em que tivéras caprichado!! ... Maravilha que escorrega, ‘sobre um pobre como eu’, pelo bom café e um charro; mas, que tu: Meu bom amigo Machado: Homem de fartura e honrado...
- Vai ver se está a nevar que eu: Também me estou a molhar.
- Despede-se, o Machado, com um sorriso, sobre tamanha felicidade que espera o acenar... Lá longe: O horizonte, deitado sobre o branco; que a serra exibe com toda volúmpia, para figurar a nodoa que se desloca do tempo para vaguear: Vagabundo de sonhos armado... Por cima do ombro, ainda, a mão que desaparece, dando ao céu todo o branco aonde a noite se vai suicidar: Abrindo a terra um dívino na deslumbração do olhar... “Desaparece; que, vou ficar a guardar” O Têso, deu a volta à primeira montanha e seguiu na direcão do mar: Mascarádo...
Machado, ficára a pensar na vida... – “Mas que raio!! Que se dane: A vida é para ser vivida; não pensada”. – Voltou-se para o aconchego do lar e foi dar de comer aos passarinhos que, madrugada, ‘cedo víriam cantar’... contemplar a lua; que por tanta paz se fazia apaixonar; percebeu; no entender que o regia: Que, estava agarrado ao corpo; de (ele) não podia fugir e (nele) não se atrevia a voar, o melhor, seria: Ficar por ali; usar o tempo que restava por cada momento... A morte anunciava-se de azul forte; apenas o pavor que fecha a luz: Apagando o consciente; que a morte é a vida de toda a gente e a vida une-se a ela: Caminhando debaixo do azul da sua morada... – Afinal não é azul; é: Um vira casácas: Um, Troca Tintas. Possivelmente, tem todas as cores; ou, por obrigatóriamente: Desliga-se do corpo para fazer parte da liberdade; ou, é-se tão fraco que não enxerga e, a culpa é do pecado: Talvês que, se lembrassem disto... Se soubessem disto: Não se preocupariam tanto com o corpo; pois que, o certo; é que todos os caminhos ligam ao mesmo e o outro fica estreito demais para a gula; os automóveis mais os computadores, as lúxurias empregnadas de vaidades; enjoadas: Não passam por lá; nem linhas de telefone... Ali: As luzes apagam-se aqui.
Passado algum tempo; com muitos quilómetros, por valetas de alcatrão, debaixo das solas guardados: Em Portimão, gostava de respirar o cais; guardando-o em toda a sua extênção; para entrar no braço em direcção à ponte de ferro ‘hiffélico ’; antigo beijo ilogiado; que, ali!! Mesmo ali ao lado, ou por baixo: Com tudo e nada: Boa e fresca é a casa grande; bem grande: como a bela sardinhada; que parece quente; quando cai na brasa e logo do mar para a grelha.
Naquele dia, o Têso alucinou... “Já tinha percorrido todo o Portugal; com um saco às costas: Não passava de pedinte; daqueles pedintes que o parecem sem o ser. Então, traficava suavemente; como quem vive a vida. Ninguém o conhecia: Como uma coisa qualquer, assim chegasse a ser conhecido; porque o seu rosto era uma máscara: Como cada dia que não chega a ser igual, mas é sempre mais um pouco; que outros dias; que sempre se alteravam: Ora era o Têso, ora era o máscara; ou, as duas coisas ao mesmo tempo: “Para quem sabia demais, para ser achado”. “ Queria ser um Homem livre; a escrita: Que se catasse: Os outros não precisavam da sua escrita para nada!! De qualquer maneira: Não faltavam escritores com essa mesma categoria”. Naquela manhã, tivéra sorte; (ele) que nunca se levantava cedo: Aquilo calhou!! Foi mesmo para aquilo que, sem o saber, passára a noite na praia: Junto ao forte da Rocha; como um passeio no seu jardim; encantado... Não dormira; que, a noite fôra dedicada ao Mar; com o sonho de o conquistar... Quando Anúnciação se pronúnciou: Virou os olhos para a terra sem perder os ouvidos do Mar: “...óh mar... óh... Mar!! ... Ò mar”... Caminhando lentamente: Sorria às bogas que vinham nas correntezas mundanas para limpar os restos de esgoto; ondulando a correnteza e as bogas as boiar: Junto ao paredão; aonde os ratos esperam calmamente pela serenidade da lua.
Levantou os olhos ao longo e não mais bogas para falar; que, lá: Um Cruzeiro estacionado; mesmo ali: Ao lado: Ao virar da esquina! ... Começáram os beiços a babar-se e, o mar gritava, entrando-lhe pelos ouvidos; enchendo a sua cabeça e todo o seu interior, de ansiedade... Que, o barquíto não tinha remos; mas, em compensação: Tinha quatro andares; cada um, mais pequeno que o outro: Até trepar a montanha e encontrar água doce; numa correnteza interior: De mar... Visto isto, não teve duvidas, o Têso: Aquele avião ele iria apanhar; nem que fizesse horas extras; na sua tarefa: De saco às costas e com as mãos a abrir e a fechar; vendendo bondade como um direito de galardão que queria usar... Não que os outros não soubessem mas, não o faziam!! Então: Se não vão lá uns: Vão lá outros... Alguém acabará, sempre por pegar algo que vê na sua frente: Que lhe agrade e não tenha quem o veja; ou o acolha... O problema não era o dinheiro; esse... O problema era o pão e a água; o estômago...
- “Se, pelo menos, fosse um vegetal: Sempre poderia usar a magía azul”...
- Pensava, mas; não havia problema nenhum: Pois que, o dinheiro compra todas as coisas que parecem problemas... O que o gájo não compra é que é um grave problema. Também: O que o Têso procura, ou pensa que procura; que gosta; porque assim o é: Tudo o dinheiro pode comprar, mas, como posso fazer dele aquilo que eu quiser: O Têso não tem chance de escapar; parece que abusou da personalidade e foi encurralado: Ouvi-os falar:
- “Para dizer a verdade: Peguei no chino; segurei-o pelo cabelo e encostei o aço à goéla do gájo e: Ou ele mudava ou eu, tirava-lhe a cabeça”...
- Ele mudou mesmo. De qualquer forma não se trata desse tipo de criminologia; não matava as moscas: Mandava-as para um viveiro de tarãntulas; que lhe tinham prometido que, ali: Ficariam mais seguras: Pagava; uma ninharia, não mais precisava de se preocupar: A cidade estava ligada por tubos automáticos que apanhavam os insectos: “Como fez Noé”; para os protejer da radioctividade: Para que a musica dos Homens não se misturasse com a da natureza; “Nessa altura... Penso que, as árvores ainda tinham pétalas”... Agora!? É uma alegria: Até as ruas ficaram brancas: Deve ser do nevoeiro: Os gájos tão-se a aquecer lá em baixo no caldeirão e nós aqui: A mamar a fumáça viscerosa.
*
Uma vez que, Machado se lembrou de que a vida era para ser vivida: Ficou irádo, de uma forma pacífica que, o Machado segurava o semblante: Erguido de grande maneira, respeitado. Um Homem grande; ou, um grande homem: Para quem não o conhecia: Todas as primeiras impressões é que contam. Então:
- Um Homem grande!! ...
- Exclamava uma ou outra criança; que essa: “Conseguiu ver que o rei ia nu”, não esquecendo o dedo apontado; como quem aponta o guião e diz: “Um Homem grande”!! E nunca consegue acertar a voz ou a ironia... Para quem o conhecia e que, de certa forma: Fosse grande;ou caminhasse para lá, o Machado era um grande Homem para uns; para outros: O Machado; que afinal das contas: O Machado, era Machado para todos; como uma segunda impressão, que, por abuso de confiança passaria a: Ganda-Machado!! ... Assim: Homem...
- Grande Machado, aqui temos!!
- Atiravam, assim; mas o Machado táva-se a cagar para essas coisas: Ele, até já era calmeirão mesmo!! ... Tinha-mos aqui um Homem real, transbordando a sua calmaria por todo o lugar, por onde passava: Passou na frente de um bar e ali parou; fez um movimento de marcha atrás, olhando para dentro; através da abertura na porta da entrada: A calmaria, como lava, escorregava formando uma poça a partir dos seus pés; que, aumentava, aumentava... Lá de dentro vinha um vapor com cheiros misturados parecendo extra-terréstes dimínutos, quase para o invisivel, leves como o fumo que misturados com tudo o que puderam juntar: Fazem uma fuga secreta e, no seu silêncio, de contaminação iniciam uma guerra química que já dura de mãos dadas com a humanidade há uns bons milhares de anos; e tudo por causa do azul que brilha do mar... Depois andou; deslocando-se da goma e quando olhou para trás, a sua calmaria: Derrubava todos quanto saiam do bar; numa fuga há evasão não identificada: Patinando no sebo: Rodopiando para ver a quem é que saia o prémio.
- Pois que sim!! ... Assim o seja; se quiserem acreditar que o burro não é burro, vão logo descobrir qual é o burro... “ Pois que ainda vai nevar no deserto” Pois que sim: Se não nascesse teria que ser inventado; mas, parece que já um outro maluco qualquer o inventou. Foi o machado o sortudo: Tivéra concorrido a uma rifa qualquer, para ajudas, e ganhou; que o Homem não estava com sorte ao amor – assim lhe o convenceram a escorregar e escorregou uma viajem até hás Caraíbas...
- Dinheiro para quê? Tenho aqui uma viagem com tudo aquilo a que tenho direito por direito ao direito: As Caraíbas!! ...
-Exclamava Machado um pouco excitado; que era o sonho do Lambão... Mas nem pensar que o Lambão percebesse que tinha o sonho na mão... O Lambão era rico e era mesmo lambão. Machado, queria dizer-lhe; ou seja: Invoca-lo. Mas, ao mesmo tempo não queria: Porque um e o outro eram o mesmo; o dilema era quando lhe entrasse o rico: Ele trabalhava demais o corpo e já não fazia nada: Queria era relaxar: Se o gordo não fosse o Machado, já tinha morrido há fome; bons rendimentos, de boas herãnças. Machado, odiava o cash; embora precisasse dele... mas só se precisasse dele... No seu coração, havia valores daqueles que o dinheiro não pode comprar e não autorizava o gordo do Lambão a cheira-los sequer.
- “Se Deus tivasse que colocar na terra, um ouyro’crucífero’ esse seria um Homem grande; feioso por fora e gelatina por dentro; um Homem grande, forte; que assim, só por si: Já era respeitado ‘Com um poder, de bater com o punho, na terra e modificar todas as coisas; como o fizera o Pai: Na sua ternura jovial, de uma criança que imagina e cria uma bola; na sua enocência e a liberta em favor do pó... pôr o dedo no nariz dos sistemáticos ataques há natureza e acabar de vez com todas as peneiras; que era para ver se viam melhor o que andam a fazer.
Machado, não queria saber das estradas: Odiava carros e não trocava a sua vida por um túmulo; apenas cederia quando a terra o chamasse; porque, tivesse fome da sua carne e enquanto o túmulo não cedesse, também não cederia a sua vida. Que, há frutos, que, mesmo podres: Não se separam da árvore”.
- Para as caraíbas!!!...
- Exclamava o Gordo. Machado, apontou-lhe uma paragem cardíaca; “Que a tivesse ali, no momento” mas, não lhe a lançou; que, a emoção poderia fazer tudo; pois que, muita personalidade dá o badagaio no momento em que realiza o sonho: Na hora velha; que chega com o parto da morte.
... Mas qual quê: O Gordo, pôs a máquina em contagem decrescente e, não tardaria estava embarcado num foguete que o levaria para o raio que o parta; pois que, o gájo é. Cá para mim: Prefiro o Machado.
- Porque é que o palerma esta sempre a interromper!
- Talves que, se isticar as palpebras e lhe bater suavemente; por sobre a orbita, consiga descobrir o que é que está a fazer; caso contrário... Não se preocupe muito; se estiver tranquilo; mas, se anda a esconder-se para rir... Pois olhe!... Que lhe digo: Está a dar nas vistas. (Máu máu)...
: O interessante é mandá-los na frente: Pois que a TV parece uma janela para o Mundo; e é. Mas; não é própriamente o Mundo: É uma industria de produção de entretenimento; o Mundo está ali: Ao lado: Como Título; no túmulo dos vivos, mais parecendo que não gostam dele; que esquecem o vento a acaríciar os cabelos, ou, o Sol, a lamber a péle; ou o Mar a beijar os pés; ou o campo com suas melodias angélicais... Não. O melhor é: Ficas tão bem com uma lage em-cima!!
-“ Anda cá!... Anda cá! Cara..., anda cá!!.. : Que eu, dou-te uma pázada... Anda... Anda despejar a carteira; essa é qu’é’ça... Parece que o fundamento é dinheiro!... Espera ai, que eu já te digo: Toma lá o Machado, a bater com a mão na terra; que, ela é que é a Mãe... Logo, então, é só tirar o fôlego ao pó; “que-le vai p’ro aspirador” e pronto: Posso continuar”. O Machado, dedicou-se à pesca: Não podia com o feitio do Lambão. A porta do quarto mantinha a boca aberta, os olhos arregalados: Fugidos para um outro qualquer lugar preenchido de vazio... Levantou-se, sacudiu o pó e foi pescar.
- Olha olha!: Sua Eminência, o Homem!!
- Exclamára uma Alga litoral, para as outras, que logo, os netos: ‘Os musgos e fétos”: Que, conquistaram o Continente continuamente e não se esquecem da Avó... Machado, fizéra de conta que nem ouvira; pois, calmeirão... Que ali vinha ironia e ele, só queria dar banho à minhoca. Entretanto, a aparição: Dava conversa a dar com pau: O féto, cientísta, não esquecia também de passar a imformação para a madeira, sua invenção; que, por longos momentos, toda a vegetação há volta do Machado, começava a reclamar: Só faltava a água do lago começar a cobrar...
– Alto lá!! ...
- Levantou-se o Machado: Dando ao carreto, que a minhoca estava-se a afogar
- Ou paramos com esta lenga-lenga, ou vou-me chatear!!
- Insinuou o Machado, com o indicador apontado ao ar; que toda a madeira viva sabia que o machado cumpria e fácilmente deixava o gordo chegar: “ O melhor era calar o bico, senão: Dou um peido e vocês deitam-se a secar ao comprido”. Múrmurou e, a população vegetal, sabia; desde o princípio: logo que eles começaram a aparecer: Viram-los crianças e acompanham-los no desenvolvimento –obrigados e guiados- embora as algas tenham as maiores probabilidades de sobreviver; se o Homem não as regar com petroleiros; que acabaria por aniquilar as anaeróbias; que vivem sem ar: Prisioneiras, voluntárias; como que: Em fuga: Afundadas nas lamas mais fundas... Esperando; como quem espera...
O Silêncio voltou ao normal; com o lamúrio do lago ondulado. Machado, com os ãnimos caídos: Acabou deambulando: Tombando pelas avenidas do nada; que assim: Sem corpo: Não tinha gráça: Era como o Heremíta, de quem ouvira falar, nas montanhas do tecto do Mundo; que, ninguém vê: Porque é como um lobo solitário e não há naquele tecto, Monge com o cabelo tão longo e entrançado... Só mais acima, onde se faz luz pelo badalar dos nossos corações... Voltou há noite; tardia: Quando a hora badalava: Enfrentou a lareira apagada: Matutando datas; horas e calculos de viagem: Para o corpo se deslocar; derrepente: Lambão deu geitos de acordar: Machdo correu e entrou no corpo: Como um servo invisível: guiava todos os movimentos com caridade: Lavava-lhe o rosto com as suas próprias mãos; joelhava perante ele segurando-lhe o pé com uma mão a outa os dois laváva; enquanto, o Lambão, dobrado sobre si: Apenas reclamáva:
- Porque haveriam de ir morar tão longe das mãos...
- Disse, que, logo se viu de quatro e percebeu como seria se os membros se juntassem; é que, eles, os membros são os coordenadores-operadores de que a carola não quer dispensar; o resto é o máquinismo que mantém tudo a funcionar; se a cabeça mandar... Por vezes levava assim uns castigos; que o Machado lhe dava; que era para aprender à cintura; até que lhe escorregasse para o pescoço; mas, o Machado, não sabia nada disto: Foi aqui o meu, é que se atirou ao pecado. Haveria, um dia: De descobrir uma forma de espantar o lambão e ficar-lhe com o corpo; até lá: Vivia; sem viver: Na esperança da submissão; como suplente que anseia a oportunidade de... As tarefas iam sendo cumpridas, à medida que todo o tempo estava atalado: Escorrendo para aquela viagem, que, Cruzaria o Mar salgado... Ver terra do outo lado!! ... Cobrir a piscina do parque; no lado Norte: Grameado; fechar os ventos; Pirinéus a Suéste: Soprando o caminho do Diabo...
- Por ali!!... Só coisa reles!
- Exclama; mas não aposta: Que o tempo passa e o remoinho do vento leva no rodopio o Lambão, o Machado e todas quinquilharias, de que, o corpo: Não sabe deixar de passar:
- Será verdade a exibição da carne pendurada?...
- Não; p’rá lí; Só nervo, pouco mais encrava:
- É um corpo magro que chama gordo há sua imagem.
- Então? ... Deixa-lo lá; que ele aparece.Há uma semana que se queixa; mas, ninguém; de ele: Sabe nada!!
- Afinal: O que é que ninguém sabe?? ...
- Tudo, meu amigo... Tudo.
- O quê!!!...
- Assim ó: - ‘Òh’... Ó... Òóó...
- Punha-se de quatro: A tentar acertar no pino: Òó... Facil: Tal e qual como saltar à corda.
- Mas eu não sei saltar à corda!...
- Problema teu; também não precisas saber: É só ‘pôres-te’ de quatro e fazer o pino; cóf cóf cóf ... Aah,ah ah; aaa:Cóf Cóf Cóf Cóf... Espirrou-se como uma pipóca: Virou-se do avesso e ficou vermelho: carnoso apodrecido; que, só faltava cheirar “Tombava ‘quaqué um pô’ádo’ axim: Tráck-para começar- Zás, tráz catrapáz: Zákattrapack: Zakatrapack. Não há direito.
Parece impossivel: Quatro horas a contar barrotes e não apareceu um só carneiro que fosse!
- Como??
- Perguntou Quaqué um.
- Assim que me viram, foram pastar para outro lado.
- Mas afinal: Quem és tu?... Ando aqui a ver-te há um rôr de tempo e não ouço palavreado??
- Perguntou Machado ao estrelado: Vem um jacto de tinta que forma o Machado; trazendo-lhe a luz; para que possa ser visto no papel.
Agora estava possessado; Levantou-se: Para beber um copo de água e a água agarrou-se-lhe ao corpo apertando-lo pelo pescoço: Correu até ao lambão e chocou contra ele violentamente: O Lambão agarrou-se ao pescoço com as duas mãos; Machado, aproveitou a distração e saltou para o lado de fora e ficou ali na sua frente a observa-lo: A ver se o milagre acontecia: Lambão contorcia-se; virava e revirava os olhos; levantou-se: Urrou que nem um ratinho enjaulado e deu um salto de macaco assustado; depois, o tubo de escape projectou uma járda da sanita ao outro lado do quarto; Machado agarrára-se a ele, com garras: Segurando-o pelos ombros, com as asas abertas esperando o momento certo para lhe arrancar a vida; como se fosse uma farda mas, naquele momento de inspiração: A porta abriu-se e uma voz anunciava:
- Se lhe a tiras, ficas sem ela.
- Machado não era burro e sabia bem que era a tinta; que vinha escorrida do lugar mais alto: Acima do pulso ; largou o gordo: Atirando-lhe consigo próprio para dentro dele e tudo voltou ao normal.
- Com avidez, Machado, cumpria a tarefa, como um dever; sempre tinha a sua liberdade; de abrir as asas e deixar que o vento sibilasse nas isquinas da obra do pó golfado-de-ar.
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Poesia/Soneto | “De Mim, Fundo No Olhar” | 0 | 5.292 | 10/18/2012 - 22:47 | Português | |
Poesia/Soneto | “Porte Belo” | 0 | 3.089 | 10/07/2012 - 12:09 | Português | |
Poesia/Soneto | “Míopes” | 0 | 3.392 | 10/04/2012 - 20:55 | Português | |
Poesia/Soneto | “Perto do Céu” | 4 | 4.414 | 10/03/2012 - 22:52 | Português | |
Poesia/Arquivo de textos | “Quando estás longe de mim” | 2 | 3.309 | 10/03/2012 - 22:35 | Português | |
Poesia/Soneto | Ao despertar | 0 | 4.462 | 10/03/2012 - 22:22 | Português | |
Poesia/Soneto | “Na Praia” | 0 | 3.470 | 09/30/2012 - 10:53 | Português | |
Poesia/Soneto | "Caminho de Parecer" | 1 | 5.095 | 09/27/2012 - 15:37 | Português | |
Poesia/Meditação | “Do céu ao mar” | 1 | 5.295 | 09/16/2012 - 17:06 | Português | |
Poesia/Arquivo de textos | Versão destrocida: "Numa Lembrança de ti" | 0 | 6.942 | 09/12/2012 - 10:58 | Português | |
Poesia/Arquivo de textos | “Estrela Proibida” | 0 | 3.362 | 09/09/2012 - 21:04 | Português | |
Poesia/Pensamentos | “Teu rosto foi o primeiro” | 0 | 3.465 | 08/04/2012 - 01:02 | Português |
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