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Breve história ou uma história para sempre
Sentia dores na alma mas era no corpo que se projectavam. Saiu apressadamente do escritório, mal balbuciando um até amanhã aos colegas.
Galgou os quilómetros e refugiou-se no seu quarto. Escureceu-o, queria alhear-se…Contudo as palavras determinadas e ditas apressadamente,, pelo telemóvel obsessivamente permaneciam.
Sonhara tanto! Vivera intensamente aqueles meses com a rapariga com a qual se cruzara na livraria perto de casa. Nunca a tinha visto. Bastou um breve olhar quando ambos iam reirar da estante o livro apetecido..Um sorriso divertido e prolongado surgiu espontâneamente, numa fixação de olhares que os olhos não quiseram desviar. O díálogo aconteceu, após troca de gentilezas ocas, monissílábicas…
A solidez relacional enriquecia-se a cada momento vivido. Passou a ser a sua vida. A dela também, assim pensava. Em pouco tempo sabiam tudo um do outro. Não que houvesse vivências assim tão diferentes jovens na casa dos vinte. Vinte e sete ele, vinte e cinco, ela. Amadurecidos, contudo.
Deslumbramento, paixão, amor, sentimentos que pensara nunca vir a sentir em tão curto espaço de tempo. Por vezes, dava por ele, a sentir calafrios, um temor sem razão. Uma ansiedade que o desconcentrava de tarefas que sempre foram a sua prioridade. A carreira, na qual apostara, perdendo saídas com amigos, era de somemos importância agora.
“Miguel, não vou estar mais contigo. Não queiras saber pormenores. Não me procures. Acabou.” Desligou de imediato. Ficou inactivo, por alguns momentos. Reagiu e ligou. Silêncio, a não ser o sinal de chamada. Tentou mais umas vezes.. Desistiu. Ruiu. Saiu mais cedo. Questionava-se mas soube logo que entrara num luto sem saber o porquê…
Hoje seria o primeiro dia de um calvário que teria de aprender a percorrer, com alguma dignidade. Como? Sozinho sentia que não conseguiria…
“ Mãe, ainda demoras a chegar a casa? Preciso de ti, do olhar que me acalmava e fazia dos meus medos, passos seguros”, disse, quase num sopro de voz.
“Estou aqui, filho, não deste pela minha presença…”
Soergueu-se e logo sentiu os braços que se lhe estendiam. Envolveu-se neles. As lágrimas podiam, finalmente, correr por tempo indefinido.
Odete Ferreira
29-06-2011
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