CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

COMO FAZER SUCO

 

Sente-se confortavelmente e apoiando os cotovelos sobre a mesa, segure firme sua cabeça. Tente abri-la com cuidado e dentro dela coloque os diálogos, as imagens, todas as sensações, os cartazes que você viu durante o dia, os outdoors, os panfletos, os folhetos, os jornais, as revistas... não deixe de incluir as novelas, os noticiários, etc... Comece a comprimir suavemente, com delicadeza e quando sentir-se esmagado, torça.

Primeira pergunta: O que você acha que vai escorrer sobre a mesa?
Segunda pergunta: A mídia, ou mais especificamente a televisão, o que tem a oferecer?

Bem, se não há opções, como haver escolhas?
A falta de cultura, de conhecimento, de identidade, de patriotismo facilita para que sejam despejadas em nossas cabeças, as mais fúteis, insípidas e inúteis atrações. Com o tempo, vamos nos acostumando com tantas nulidades, que o bárbaro, o horrendo, o bizarro, chegam a parecer normais.

Os meios de comunicação, quando em mãos erradas, sem princípios, sem ética cristã, são armas lentas e letais.
Estamos sendo contaminados lentamente, ingerindo  um veneno mortal.

Vejamos os noticiários: estes informam e nos deformam. Eles nos levam a conclusão de que nada acontece de normal, de bom e louvável. Tudo está perdido? Tudo é bala perdida? Tudo é abuso contra menor? Tudo é seqüestro relâmpago? Tudo é insegurança? A televisão nos faz pensar que sim. Na verdade, ela procura sabiamente a melhor estratégia para explorar a nossa curiosidade, para despertar nossos sentidos e nos atingir. Reparem que os programas policiais seguem o mesmo desenho, o mesmo esquema. Os apresentadores se beijam, se copiam e se digladiam em busca da audiência.

Estão estereotipados desde a voz estridente até nó da gravata. Num discurso hipnótico , criam a expectativa no desenlace final da noticia, fazendo ecoar repetidamente, palavras e frases que soam como mantras. Desta forma, eles prendem (ou agridem) o telespectador, não completando a notícia de imediato. Criam ansiedade e estresse, martirizam vítimas e famílias, evocando repetidas vezes, as circunstâncias mais chocantes.
O desfecho final deveria nos atingir de forma fria e doída, mas isso não acontece. Já somos zumbis impotentes, insensíveis, sem lágrimas.

As mazelas e tragédias são enxertadas em nossas mentes, tão coloridas e tão bem editadas que passamos aceitá-las como triviais e sem importância. Estamos enfraquecendo nossos valores em conseqüência do que vemos.

Bem, não desligue ainda o televisor. Você acha realmente que não temos bons programas? Temos novelas, Big-Brother, fazendas, temos anúncios, temos shopp isso, shopp aquilo, e temos programas que jogam tortas na cara. Até pouco tempo, você podia ficar interligado naquele programa da tarde que humilhava pré-adolescentes, fazendo perguntinhas fáceis, às quais eles sempre respondiam “não sei” e corriam felizes para bater o sino. No mesmo programa você via cenas escravagistas, que cortesmente obrigavam os estudantes a comer higiênicas minhocas, asseadas baratas, grilos saltitantes, cérebro de centopéias, e sei lá mais o quê.

A televisão tornou-se catalisadora de toda informação, produção artística e pseudo-artística. Ela julga, e é quem diz o que é bom ou mau. Ela se arvora em educadora do seu filho e mostra o que ele deve vestir, o que ele deve comer, o que ele beber, o que deve vestir, para onde viajar, que esporte praticar... Você concorda com isso? Mas, você gosta de uma novelinha? Não precisa responder. Também não quero saber se a televisão é “do bem ou do mal” (esta expressão foi criada para os desenhos animados).

Repare que é com os desenhos que começam os bombardeios das mensagens negativas e subliminares, que minam as cabecinhas.
Você já pensou quem é a babá do seu filho? Você já reparou em quem a está ajudando na educação dele? Vou parar de escrever e desligar o meu televisor.

Submited by

domingo, maio 8, 2016 - 14:20

Prosas :

No votes yet

J. Thamiel

imagem de J. Thamiel
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 1 semana 1 dia
Membro desde: 05/02/2016
Conteúdos:
Pontos: 4116

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of J. Thamiel

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Poesia/Geral MEU SONETO DE DESPEDIDA 0 1.863 09/03/2024 - 14:01 Português
Poesia/Geral VISÃO, TATO, AUDIÇÃO, OLFATO, PALADAR. 0 957 09/01/2024 - 14:53 Português
Poesia/Geral CASTRO ALVES E SEU GRITO 3 1.206 08/30/2024 - 16:48 Português
Poesia/Amizade ESTES VERSOS SÃO PARA VOCÊ 0 1.183 08/24/2024 - 14:03 Português
Poesia/Meditação PHILOSOPHANDO 0 558 08/24/2024 - 13:50 Português
Poesia/Geral VOCÊ VAI LER? ENTÃO, SENTE! 0 456 08/24/2024 - 01:20 Português
Poesia/Amor A GAIOLA 0 441 08/23/2024 - 15:48 Português
Poesia/Geral NINGUÉM QUER ESTAR SOZINHO 0 1.220 08/20/2024 - 12:57 Português
Poesia/Meditação QUANDO SOAR A TROMBETA DO ANJO 0 1.172 08/18/2024 - 15:31 Português
Poesia/Fantasia UM CAVALO ALADO 0 1.933 08/18/2024 - 01:34 Português
Poesia/Amor O COMEÇO FOI ASSIM 0 594 08/17/2024 - 01:49 Português
Poesia/Geral E NEM CHEGOU A PRIMAVERA... 1 479 08/16/2024 - 03:17 Português
Poesia/Geral PREPOTENTES 0 224 08/16/2024 - 03:10 Português
Poesia/Desilusão Ói, ói o trem. 0 891 08/14/2024 - 17:01 Português
Poesia/Amor LOS QUE SE ENGAÑAN ACEPTAN EL DOLOR 0 335 08/13/2024 - 23:54 Português
Poesia/Amor LOS QUE SE ENGAÑAN ACEPTAN EL DOLOR 0 1.384 08/13/2024 - 18:00 Espanhol
Poesia/Desilusão QUEM SE ILUDE, ACEITA A DOR. 2 658 08/12/2024 - 17:05 Português
Poesia/Meditação O POETA TRISTE 1 662 08/11/2024 - 20:06 Português
Poesia/Dedicado REVERÊNCIA 2 652 08/11/2024 - 16:01 Português
Poesia/Dedicado INÍCIO, MEIO E FIM 1 618 08/10/2024 - 15:05 Português
Poesia/Amor MINHA SANTIDADE 0 430 08/08/2024 - 19:38 Português
Poesia/Fantasia ASSIM NASCE A POESIA 0 835 08/05/2024 - 23:10 Português
Poesia/Geral O REGATO 0 780 07/31/2024 - 16:03 Português
Poesia/Amor TER NA MENTE 0 729 07/31/2024 - 01:03 Português
Poesia/Geral ANJO ANIQUILADOR (Soneto) 0 628 07/29/2024 - 12:04 Português