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DIÁRIO DE UMA BISSEXUAL - O INÍCIO IV

Vista bem de perto e ligeiramente mais sóbria, Marta era um encanto. Uma bela morena de um metro e sessenta e cinco de altura. Eu tenho um e sessenta…estava mais ou menos á altura. Durante o dia tinhamos trocado umas mensagens a confirmar o café e a tratar de escolher um sítio bem agradável.

Eu cheguei primeiro. O costume. Quando fico nervosa adianto-me sempre. E agora vocês perguntam-se porque estava eu nervosa. E não vou saber responder mas confesso que é sempre assim. Fico ansiosa e nervosa quando se trata de conhecer uma pessoa nova.

E ela chegou depois vestida de negro. Uns jeans tão apertados que pareciam uma espécie de segunda pele. O que trazia por baixo do seu casaco de cabedal só soube depois, mais para a frente. Aparte a sua indumentária, ela era realmente bonita. De certeza que naquela noite ela abusara da maquilhagem porque só lhe vira brilho mas, naquele momento, o seu rosto era muito mais delicado e bonito. E era simpática e interessada. Durante o café dei comigo a falar imenso sobre mim sob o seu olhar fascinado. O que me incomoda nas pessoas são esse tipo de olhares. Arrepiam-me e deixam-me sem nexo. Claro que ela não estava fascinada com a história da minha vida! E tive a certeza disso quando me fez o convite para irmos até casa dela.

- Já falaste de ti, acho que agora posso mostrar-te o meu mundo. – Sugeriu.Sorri. Os seus olhares, os seus gestos quando ela olhava para mim…eu não podia fingir sempre que era completamente ingénua. Só os relatos até aqui já mostraram algo que eu raramente sou, calma. Vamos então às verdadeiras aventuras. Porque quando eu sorri já sabia que iria aceitar o convite.

Entramos para o seu carro. Um Leon negro. Estava mais que provado que, tal como eu, adorava tudo em cores bem mortas. O seu apartamento não era muito longe dali. Vivia sozinha claro, só assim se explicava um convite para o “seu” mundo. A viagem foi curta. Deu para ela falar um pouco de si.

- Há algo que gostava que soubesses sobre mim. – Confessou. – E espero que não te queiras ir embora depois do que te vou dizer.

Olhei para ela com um sorriso no canto dos lábios. É claro que não me iria surpreender.

- Diz lá.

Acredito que o meu á-vontade lhe deu mais coragem para confessar o crime, salvo seja.

- Eu sou bissexual…- E fez-se silêncio. Não disse absolutamente mais nada. Nem eu disse, mas mantinha o meu sorriso. Isso até chegarmos ao nosso destino.

E como para mim não existe nada mais constrangedor do que um silêncio de morte depois de uma frase daquelas, decidi quebrá-lo no elevador.

- Isso não me diz nada a mim sabes? É-me igual.

Ela olhou-me, completamente embasbacada e sorriu. Um sorriso orgulhoso sabem? Aqueles que surgem quando pensamos que algo vai correr mal que acaba por correr demasiadamente bem.

- Estás a falar a sério? – Perguntou-me, ainda surpresa.

- Não sei porquê tanta admiração! Para mim essas coisas não mudam nada.

- E eu a pensar que te iria surpreender! – Admirou-se ela. Claro que ela não me conhecia e muito menos perguntou algo sobre mim a respeito do assunto ou alguém lhe teria dito que não me choco com nada e levo tudo numa boa. A partir desse momento ficou a saber.

O espaço interior era acolhedor. Mas claro que não descrever aqui o espaço ou mesmo as cores vivas que gritavam ali. Aqui interessam os actos em si. Ela mostrou-me a casa e pouco depois fomos sentar-nos num pequeno sofá instalado a um canto do quarto.

- Tens uma casa agradável. – Elogiei.

- Com muitas histórias para contar. – Completou ela.

Soltei uma pequena risada.

- Imagino…

Ela aproximou-se mais de mim.

- Imaginas mesmo?

E á medida que se aproximava eu ia sentindo cada vez mais o seu perfume. Amêndoa? Aquilo era mesmo amêndoa? Os seus lábios iam-se aproximando dos meus e foi quando senti as suas mãos a tocarem-me numa perna.

Mil e uma coisas me vieram á cabeça naquele momento mas só dei atenção a uma. E então voltei a fechar os olhos e a saborear os beijos quentes que trocamos.

E de tão quente que era acabamos por nos deixar levar ainda mais. Não a afastei quando ela me mordeu o pescoço e muito menos quando a senti a acariciar-me os seios já erectos sob a camisola. Aquilo estava mesmo a excitar-me! E eu no fundo ainda estava confusa com tudo aquilo. Era bom demais mas não deveria acontecer. Porque raio é o fruto proibido o mais apetecido? E porque raio estou eu a compará-la a um fruto proibido? Não estava propriamente a beijar um homem casado.

Neste momento admito que falo no assunto sem preocupações mas naquele tempo acredito que preferia mil e uma vezes andar envolvida com um homem casado ou algo mais condenável pela sociedade. Não é fácil. É verdade que a bissexualidade e o lesbianismo vivem em casas diferentes mas não deixa de ser mais difícil lidar com isso. As parecenças estão lá e as críticas também, principalmente as que misturam tudo. Ao fim e ao cabo envolver-se com alguém do mesmo sexo é envolver-se com alguém do mesmo sexo. Bissexualidade ou Lesbianismo…ninguém se dá ao trabalho de perceber as coisas.

Não me arrependo de nada. Ultrapassei as barreiras que a minha própria cabeça me impunha e fi-lo sozinha. Não me arrependi de a deixar despir-me lentamente e empurrar-me até á casa de banho. Ou de deixar que ela me lambesse os mamilos com sofreguidão e desejo. E adorei agarrar-lhe naquele traseiro enorme e aperta-lo para mim enquanto a beijava. Não iria permitir que ela fosse a experiente. Era a minha primeira vez com um a mulher mas não seria muito diferente certamente do que com um homem.

Sou da opinião que nestes momentos podemos perfeitamente não pensar em penetração se os preliminares nos podem levar á lua. Nós mulheres temos o vício de pensar em enfiar tudo em nós acreditando que só assim ficaremos saciadas. Não é bem verdade. Não totalmente. Depende muito de quem está connosco. Admito que eu própria consigo excitar-me sem enfiar algo ou algo de alguém dentro de mim. É uma questão de técnica. Certo? Mas isso eu não vou explicar agora.

Lembro-me de ter pensado que a língua dela era a coisa mais fantástica que eu já sentira. Mas a minha também era e ela tinha de saber. Então, já despidas debaixo do chuveiro, desci a minha língua pelo seu pescoço. Ela agarrou-se á torneira e ligou o chuveiro, deixando-me arrepiada com as primeiras gotas. Uma coisa passageira porque estava demasiado concentrada a chupar-lhe o lóbulo da orelha até a sentir arrepiar-se. Acabei por não resistir a acariciar-lhe um seio. Ela gemeu….maldita a hora! Não suporto um gemido! Fiquei maluca. Já devem ter adivinhado que por aquela altura já nem me importava se quem eu tinha era homem ou mulher, contando que me satisfizesse.

Descontrolei-me e apertei-lhe o traseiro bem firme, obrigando-a a aproximar-se ainda mais do meu corpo. Colocou-se de costas para mim, os seus seios a roçarem os azulejos gelados e escorregadios, a água morna a deslizar pelo corpo. Algo a que já nenhuma de nós ligava. Eu sabia que os seus olhos rejubilavam de desejo e voltei a apertar-lhe o seio, desta vez com ousadia, só para a ouvir gemer mais uma vez e com mais intensidade. Ficou completamente desnorteada e, agarrando na minha mão, com uma brusquidão que ainda não lhe conhecia, fê-la descer até ao seu sexo. Assim…sem mais nem menos. Doida…

Tomei a liberdade de roçar a minha mão nessa zona e ouvir a sua reacção. Mais uns quantos gemidos que já me estavam a descontrolar por completo. E de tão descontrolada que estava (e ansiosa por lhe mostrar que também sabia uns truques), acabei por meter dois dedos dentro dela. Ela não esperava aquele movimento e então gritou de prazer. E eu ia roçando o meu corpo nela e tornando os meus movimentos cada vez mais bruscos. O prazer dos outros é o meu prazer. Acreditem que sim. Não descansei enquanto não a ouvi implorar por um orgasmo.

E o que se seguiu foi isso mesmo. O orgasmo mais sincero e intenso que eu já sentira indirectamente. Os movimentos ritmados. Controlados e sensuais. Os gemidos… As nossas línguas nos corpos….sempre que me lembro disso fico arrepiada. A minha pele transpira. Os meus olhos resplendecem. E muitas vezes ainda sonho com esse momento. O duche sensual. A boca dela a sorver-me o pescoço enquanto as mãos me exploravam bem lá no meio. A água a escorrer nos corpos. Eu a bebê-la sensualmente. A sugá-la. Os nossos mamilos cada vez mais rijos, a pedirem mais e mais…As minhas mãos a invadirem-na. A violarem-na por completo. As minhas costas a roçarem nos azulejos frios, mas não demasiado para acabarem com a excitação. E a água continuava a escorrer pelos nossos corpos… Não será novidade se vos disser que uma mulher molhada é verdadeiramente sensual.

Os gritos dela. A mexerem comigo

As dentadas. Que eu senti na pele quando chegou a minha vez de ter prazer a sério

Os beijos molhados. E um novo orgasmo…desta vez especial. Porquê? Bem, talvez porque era a minha primeira vez com uma mulher e não a dela. Tudo se torna diferente. Tudo é visto e sentido a dobrar como se o nosso corpo fosse puro novamente. O mesmo nervosismo, o tremor e paixão. O orgasmo sincero…menos a dor.

E era óbvio que uma mulher daquelas não podia ser afastada da minha vida. Iniciou-me em algo que nunca imaginei. Uma vida que escolhi de bom grado. Com ela começo u, talvez pudesse continuar. Nunca a poderia afastar. E não afastei. Como poderia deixar de falar, deixar de ver a pessoa que me dera a conhecer outro mundo e me levara ao verdadeiro arrebatamento?! A uma verdadeira experiência erótica!?

Marta é aquele tipo de mulher que nos pode ensinar tudo, basta pedir. Vive no seu mundo duplo e rodeada de luxúria. Marta é uma espécie de sósia minha, que vive tudo ao máximo e controla tudo ao seu redor. Se não for assim de que outra maneira se pode viver o sexo?


 

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domingo, abril 3, 2011 - 20:37

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