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Dias de Azar III
- Contigo aqui não conseguia fazer qualquer exame e és muito mais importante que o exame! – ela mostrava-se preocupada com a decisão dele, mas não queria pôr em causa as palavras dele, alias ela percebia a sua decisão, se fosse o contrario, quase de certeza que faria o mesmo. Para ambos o importante eram as pessoas que mais amavam e não os exames. Apesar de ela compreender, havia quem não compreendesse, entre o pequeno grupo de pessoas, estava a mãe dele, que apesar de aceitar que com ela ali, ele não conseguiria fazer qualquer exame, não concordava com a ideia de ele pôr em risco o seu futuro por causa dela. Naquele momento era importante ela recuperar e para isso ele não era preciso, já que a sua força psicológica, valeria da mesma forma que a sua presença física.
Quando este sai do quarto, a mãe interpela-o dizendo:
- Filho sei que estás preocupado com ela, mas pores o teu ano em risco por causa disto não está certo e tu sabes disso! – no fundo ele próprio sabia que a mãe tinha razão, mas não deu o braço a torcer, queria que a mãe compreendesse que naquele momento, o seu lugar era ali com ela. Ana, neurologista responsável pelo caso de Marisa, dirigiu-se à sala de espera, interpelou os presentes:
- Bom dia meus senhores, chamo-me Ana Castro e sou a neurologista responsável pelo caso da Marisa. Queria dizer-vos antes de mais para irem dormir, porque aqui não fazem nada, a Marisa para além de precisar de descansar, vocês estão aqui desde ontem e precisam igualmente de descansar. Apenas poderá ficar uma pessoa com ela, decidam entre vocês quem é, por favor!
A mãe dela precisava de saber como ela estava, por isso perguntou:
- Como está ela doutora?
Ana sorriu, aquele sorriso significava que tudo estava a correr bem, e não esta não se precisava de preocupar:
- Está estável, como o meu colega lhes disse ontem, a operação foi um sucesso, devido à sua filha ser muito forte emocionalmente, provavelmente todos vocês que estão aqui, dão-lhe uma certa segurança e fazem-na ser forte. O mérito é dela e provavelmente vosso.
- Muito obrigada doutora!
- Não tem nada que me agradecer, agradeça a Deus e essencialmente agradeça à sua filha, pela pessoa que ela é. – todas aquelas palavras de Ana, faziam-na ficar orgulhosa da sua filha, de facto esta era uma lutadora, batalhara com os pais, para que estes a deixassem ir estudar para tão longe. As lágrimas que corriam pelo rosto abaixo da mãe, eram de alegria, constatou que Marisa se encontrava em boas mãos e que a sua cura seria rápida e eficaz.
Decidiram que quem ficava com Marisa, era o seu namorado. Este trouxera algumas roupas mais confortáveis, sentia-se exausto e mal se deitou na cama ao lado da sua amada adormeceu. Marisa olhava-o e contemplava-o, era o seu príncipe encantado. Enquanto o olhava com a maior atenção, relembrava todos os momentos desde o dia em que o conhecera, até à manhã daquele dia. Ainda o estava a ver trajado como da primeira vez, sempre o viu como um ser perfeito, alias quando se ama, não se vê defeitos. Talvez por isso ela continuasse a observa-lo, tentando encontrar um pequeno defeito, era inútil apesar de este não ser perfeito aos olhos de Deus, era aos dela.
O dia prosseguira normalmente no hospital, após alguns minutos de observação, Ana conclui que seriam precisos realizar exames para apurar quais seriam as próximas etapas para a cura de Marisa, esta não pretendia que Marisa ficasse no hospital até ao fim dos tratamentos, teria que haver um intervalo de tempo entre os diferentes tratamentos, para que estes fizessem efeito e obviamente para que não prejudicasse a saúde de Marisa, já que provavelmente iriam ser realizados tratamentos muito fortes quimicamente. Por esse mesmo motivo naquele mesmo dia definiu um calendário de tratamentos, Marisa só iria ficar ali mais uma semana e depois voltaria para casa. Após a hora de almoço, Ana já tinha todos os resultados dos exames realizados, estavam melhores do que se esperava, ou seja, Marisa poderia fazer em pouco tempo a sua vida habitual.
Os dois últimos dias de Marisa no hospital passaram a correr. Era surpreendente como ela trazia alegria a algumas crianças que estavam internadas naquela unidade, transmitia-lhes mensagens de força e sempre que possível ou necessário ajudava as enfermeiras a tratar destas crianças. Foi a partir daqui que Marisa pensou em voluntariar-se para ajudar crianças doentes em hospitais. Sentia-se bem entre estas crianças e sentia que tinha potencial para as ajudar, na verdade tinha-o, pelo menos tinha força e sabia como se ultrapassava os problemas sorrindo.
O regresso a casa foi magnifico, mal saiu à porta do hospital, sentia-se um pássaro livre, pronto para voar. Realizaram uma viagem de aproximadamente 1 hora e 15 minutos, aproveitando a fraca afluência de trânsito existente no itinerário. As imagens do acidente não lhe saiam da cabeça, apesar de estar cansada e querer fechar os olhos, mal o fazia via um volvo branco vir a alta velocidade na sua direcção, não se lembrava de muito mais, sabia apenas que lhe tinha buzinado e que pensara que iria morrer.
Chegaram a casa, ela já tinha posto um pé fora do carro, quando o namorado diz:
- Tem calma, não vais caminhar! – pega nela ao colo, fecha a porta com o pé e dá-lhe o comando para mão, para que esta fechasse o carro, toca a campainha e o pai dela vem-lhe abrir a porta. Põe-na na sua cama e diz-lhe:
- Então a minha princesinha está bem?
- Sim estou! – cobriu-a com um cobertor que se encontrava em cima da cama, sentou-se ao seu lado, fazendo-lhe festas nas cabeça até que ela adormecesse. Quando a viu dormir, levantou-se lentamente e dirigiu-se aos pais dela, pedindo-lhes que para quando ela acordasse, lhe dissessem que ele a amava muito e que o mais tardar 17 horas estaria de volta para a ver. O dia seguinte foi de grande sol e de uma temperatura agradável, por isso mesmo foram até à praia, sentaram-se nos banquinhos de madeira, olhando a serenidade do mar. Tinham algumas pessoas com os olhos postos deles, preconceito ou preocupação talvez, ambos ignoraram. Ela foi encostando a sua cabeça ao ombro dele, até que adormecera, “é linda mesmo a dormir”, pensava ele com os seus botões. Não queria acorda-la, por isso abriu a porta do carro, pegou nela de forma carinhosa, colocou-a dentro do carro e levou-a a casa. Permaneceu com ela, alias deitou-se ao seu lado a vê-la dormir, adormecendo também. Os últimos dias tinham sido cansativos e deixavam todos exaustos. Os pais entraram no quarto, viram-nos dormir, olharam-nos de forma ternurenta e saíram silenciosamente do quarto, fechando a porta.
Já era de manhã quando acordou, olhou para o relógio, apercebeu-se que estava ao lado da sua amada, tinha adormecido enquanto a via dormir sossegada, deixou-lhe um pequeno papel escrito a azul-bebé, para que ela soubesse que ele esteve ali:
“ Amor, estive ao teu lado, esta noite, senti o teu corpo junto ao meu. O teu perfume espalhou-se pelo meu corpo e pela minha alma. Gostei de te ver dormindo, pareces um anjo, aliás és um anjo. Pensei que isto fosse apenas um sonho, mas quando acordei estavas ao meu lado, e vi-te dizer quase silenciosamente: eu amo-te. Preferi deixar-te dormir. Deixei este papel, para que não penses que isto foi um sonho.
P.S: Amo-te”
Deixou o papel em cima da mesinha de cabeceira dela e abandonou o quarto, saiu, iria saber naquele dia se o seu pedido de adiamento do exame tinha sido aceite. Pegou no telemóvel ligou para a faculdade, mas sem sucesso, não lhe poderiam dizer nada pelo telefone, teria que se dirigir à faculdade. Subiu as escadas da casa dela, avisou os seus pais que teria que viajar até Viseu. Saiu correndo, era perto do meio-dia, dali a nada, a faculdade fecharia para almoço e não conseguiria saber nada. Meteu-se no seu carro, também um Audi TT, datado da mesma altura que o da sua namorada. Seguiu na direcção Porto-Viseu como habitualmente, desta vez desligou o rádio, não se encontrava disposto a ouvir qualquer tipo de barulho nem sequer uma boa música ambiente.
Quando lá chegou, corre em direcção à secretaria, fala com uma das empregadas e esta diz-lhe que terá que falar com o director pedagógico da faculdade, é o que ele faz, este diz-lhe que abrirá uma excepção, mas que terá que cumprir a promessa de ter boa nota. Ele sabia perfeitamente que teria que cumprir a promessa, não queria desiludir ninguém, muito menos aquele amável director que lhe dera a oportunidade da sua vida. Enquanto descia a escadaria da faculdade, ligou à sua mãe, para que ela tivesse o seu livro de gestão preparado, para que ele fosse para junto da sua amada estudar, sabia que junto dela conseguiria estudar melhor e provavelmente esta iria ajuda-lo.
Quando chegou a casa dela, ela encontrava-se sentada da escadaria da frente da casa, olhando o jardim e sorrindo, mal o vê, levanta-se e corre em direcção a ele, abraça-o com toda a força e diz-lhe que o ama mais que a tudo na vida, este ficou surpreendido, não que não soubesse que ela gostava imenso dele, mas o tom dela de voz era diferente, parecia ter medo de qualquer coisa, talvez de nunca mais lhe dizer aquilo. Estaria com alguma dor, perguntou-se a ele próprio, enquanto a abraçava e as lágrimas lhe corriam pelo rosto abaixo. Permaneceu com ela o resto da tarde, enquanto ela manipulava o Adobe Photoshop CS4 de forma interessada, ele estudava o seu grosso livro, desviando apenas o olhar para a contemplar. Apesar de já não estudar gestão, há mais de 1 ano, sempre que ele não compreendia qualquer coisa que se encontrava escrita no livro, ela explicava-lhe de forma entusiástica:
- Vou-te contratar para minha explicadora! – sorriu.
- Vais? Explico assim tão bem? – para ela gestão não era um bicho de 7 cabeças, tinha feito o seu ensino secundário num curso de Economia, já sabendo todas aquelas teorias de trás para a frente, portanto era mais que fácil explicar-lhe tudo aquilo.
- Explicas muito melhor que o prof! – sorriu e deu-lhe um beijo na face. Marisa mostrava um sorriso envergonhado, nada habitual para quem a conhecia.
Depois de muitos dias de estudo e explicações por parte da namorada, ele viajou para o exame final, este dar-lhe-ia a passagem para o 3º ano, calmíssimo dirigiu-se á sala, antes de entrar dá um beijo a Marisa e pede-lhe para lhe desejar boa sorte, esta deseja-lhe e desaparece caminhando pelo longo corredor, existiam apenas 4 pessoas na sala, ninguém que ele conhecesse. Duas horas depois o exame estava feito, segundo as suas contas teria média de 16 valores, tudo porque durante 5 dias Marisa martelou-o com todas as teorias que ele teria que saber.
Os resultados de todos os alunos sairiam na semana seguinte. Marisa seria internada nessa mesma semana para tratamentos. Marisa queria saber a sua nota antes de ser internada, por isso fizera o namorado prometer-lhe que antes de irem para o hospital, este teria que a levar à faculdade para ela ver a sua nota, talvez a sua nota lhe desse uma certa força para continuar a sua luta, digamos que uma luta já meia vencida.
O resto da semana foi de nervos para ambos, encontravam-se ansiosos para que saíssem as notas, já que as suas transferências estavam dependentes destas mesmas notas. Os pais de ambos tentavam acalma-los, dizendo-lhes:
- A nota do teu exame vai ser fantástica, não é preciso tanto stress. – eles sabiam-no, mas era a ansiedade de estarem perto de casa, de não precisarem de fazer as malas todas as sextas-feiras e de viajar 2 horas dentro de um autocarro cheio de barulho de pessoas idosas que viajavam para conhecer o país. Para ambos a convivência era normalíssima, já que em Viseu viviam na mesma casa, apesar de os pais de ambos não o saberem. Marisa não se sentia segura numa cidade que mal conhecia e ainda para mais partilhar casa com pessoas que não conhecia. Tencionavam contar-lhes, mas apenas quando tivessem a certeza que as suas transferências iriam ser aceites, sabiam que provavelmente iriam levar um belo sermão, mas ambos preferiam assim, era uma maneira de ambos estarem seguros.
Fizeram as malas, viajaram durante 1 hora e 15 minutos para Viseu, passaram pela faculdade. Já era previsível:
“Marisa Soares – 18,5 valores, aprovada
Renato Oliveira – 17 valores, aprovado”
Não eram os melhores alunos das suas turmas, mas aquelas notas eram extraordinárias. A felicidade estava estampada na cara de ambos. Abraçam-se apaixonadamente, quando a vai a largar, esta desliza por ele abaixo, o pânico instala-se. Lentamente pousa-a no chão, tenta reanima-la, mas sem sucesso, começa a chamar por ajuda, a enfermeira da faculdade corre desesperadamente até eles, tenta também ela reanima-la, mas sem sucesso. As lágrimas iam-lhe correndo pelo rosto abaixo, chamou o INEM. Para que soubessem tudo sobre ela, perguntam-lhe:
- Ela tem algum problema de saúde?
- Foi internada à duas semanas, com um tumor cerebral.
- Então vamos tentar ir o mais rápido possível para aí. – era obvio que aquela afirmação da senhora do call center, lhe dava a entender que Marisa poderia estar em perigo de vida. Teria que ligar aos pais dela, mas o que lhes iria dizer? Ao fundo vinha Anne, uma colega de casa e de turma de Marisa. Corre em direcção a eles:
- Renato Qu'est-il arrivé? – Anne era uma rapariga francesa, filha de pais portugueses, que viera para Portugal estudar por falta de verbas e de média para o curso pretendido. Estatura media/alta, cabelo castanho comprido, e olhos castanhos, uma autentica boneca de porcelana. De inicio fora complicado para Marisa se adaptar a falar francês por vezes, já que Anne não percebia algumas coisas durante as aulas.
- Não sei! Não a quero perder Anne! – abraça-se a ela tentando recuperar algumas forças e pensar como iria avisar os pais dela. Anne pedia-lhe calma, mas naquele momento não existia calma para Renato.
- Ne vais pas perdre! Elle est trop forte pour aller vers le bas, la confiance en elle, comme elle a toujours eu foi en vous. – apesar da mensagem de esperança e de força, Anne também estava assustadíssima, era a sua melhor amiga na faculdade, não queria perde-la.
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Comentários
Re: Dias de Azar III
Obrigado por me dares o prazer de entrar nesta fantastica prosa ;)
Re: Dias de Azar III
de nada;) foi um prazer por te aqui
Re: Dias de Azar III
A ternura e o carinho em passagens limpidas como
á era de manhã quando acordou, olhou para o relógio, apercebeu-se que estava ao lado da sua amada, tinha adormecido enquanto a via dormir sossegada,
Dos três, seguramente um optimo capitulo, não muito acima dos anteriores,mas bordado com rigor e mestria,num estilo muito próprio que se afasta do carácter novelesco.
A rendição em absoluto do personagem, disposto a abdicar de muito do seu futuro, para reaver os momentos considerado poe ele como unicos.
Muito bom.
Re: Dias de Azar III
Obrigada :)