CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Distância
Estava deitada na cama, lembrando o Humano e como ele estava distante, num mundo paralelo do qual não conseguia fazer parte.
Era tão fácil. Ela sabia que era tão fácil! Bastava transpor o riacho que delimitava o bosque onde se perdia todas as noites e, em menos de um instante, estaria no mundo dos Humanos sendo uma deles. Mas não conseguia fazê-lo. Havia demasiadas coisas que colocaria em causa. Demasiadas conquistas que alcançara e da qual já não conseguia abdicar. Levara uma infinidade de luas até se reconhecer como mulher e em aceitar a sua essência de bruxa. Não conseguia simplesmente, abdicar dessa condição, mesmo que tal significasse a perda do Humano.
Ele permanecia impávido, no seu mundo, aparecendo em cada lua cheia, sem nada exigir e sem nada requisitar, a não ser os momentos cheios de volúpia que ambos partilhavam sob a luminosidade do luar. Apesar do entrelaçar intenso dos corpos, a Bruxa sentia a alma do Humano mais distante. Sabia que ele nada lhe exigia porque também ele não queria que nada lhe fosse exigido.
E assim permaneciam, em mundos distintos, ela não conseguindo regressar à sua condição de Humana e ele não ponderando sequer a hipótese de se transcender para o bosque encantado.
E entre as luas cheias, ela sentia-o perdido nos olhares das Humanas que faziam parte do seu mundo. A sua intuição de Bruxa alertava-a para o perigo de uma delas ocupar o vazio do coração do Humano. Mas a Bruxa fechava os olhos e não ouvia os apelos dos seus instintos mágicos ignorando os seus novos poderes. Limitava-se a viver uma lua de cada vez e a sentir intensamente o que o Humano lhe podia dar. Sabia que o devia soltar. Sabia que devia esconder-se na cabana nas noites de lua cheia. Porém, continuava a procurar a orla do bosque e a entregar-se de forma intensa, imaginando, de todas as vezes, que aquela podia ser a ultima vez.
Ia perder o Humano. Sentia isso…mas sempre soubera que ele não era certo. Eles não se pertenciam. Essa era a realidade dos dois. Ambos pertenciam a mundos que se tocavam mas que não interagiam e dos quais, nenhum, estava disposto a abdicar.
A Bruxa fechou os olhos…aninhou-se na cama da sua cabana e adormeceu…sozinha.
Submited by
Prosas :
- Se logue para poder enviar comentários
- 531 leituras
Add comment
other contents of morrigan
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Fotos/ - | morrigan | 0 | 795 | 11/23/2010 - 23:34 | Português | |
Prosas/Contos | A Bruxa, a Fada e a Elfo | 3 | 875 | 02/24/2010 - 15:18 | Português | |
Prosas/Contos | Distância | 2 | 531 | 02/24/2010 - 15:16 | Português | |
Prosas/Fábula | O feitiço | 3 | 548 | 02/24/2010 - 13:52 | Português | |
Prosas/Fábula | O elfo | 3 | 583 | 02/24/2010 - 13:49 | Português | |
Prosas/Ficção Cientifica | Lua cheia | 3 | 619 | 02/24/2010 - 13:37 | Português | |
Poesia/Amor | Paixão perdida | 1 | 515 | 02/24/2010 - 02:54 | Português | |
Poesia/Aforismo | O meu castelo | 2 | 466 | 04/19/2008 - 01:03 | Português | |
Prosas/Ficção Cientifica | A bruxa | 6 | 641 | 04/04/2008 - 20:12 | Português |
Comentários
Re: Distância
Texto bem escrito em dom da palavra!
:-)
Re: Distância
Que a magia das tuas palavras te faça sentir a presença aconchegante que desejas.
Estarei sempre contigo nos dois mundos.
Beijo doce Amiga Bruxa