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Domínios do Nada
Sob a pele, profundo inato de imperfeito e paladar quente de êxtase, prolonga-se, palmilhando carne decomposta, morta e sem fôlego a tomar. Acaricia-a, sussurra palavras num encanto de acordar e conta-lhe a vida do sorrir, trajando arrepios de frio quando este fugiu, despindo-lhe os segredos do dia do partir, e fingindo ser quem é o que não é, fingindo ser ele num espelho turvo que se afoga ao quebrar da maré.
E continua. Mergulha nas entranhas que se esvaem de pútridas, aspirando fedor e perfume de defunto crédulo, aquele que ali se findara. Findara sem se perder, tão requieto no seu morrer que diria vivo sem o ser, adormecido em sonho posto. Porém não lhe interessa o fútil do decair.
E continua, sorvendo lenta a mácula seiva do descoro, veia após veia, órgão após órgão. E pára. Escuta e absorve. E recua. Murmúrio agreste sente gritar vindo dali. Dali onde o Tudo se extinguia, dali onde o Nada era senhor poderoso, grão-duque da vontade e do desprezo e do ego enfermo.
Retrocedeu, passo ante passo, pois ali não era esperada. E saiu. A Vida nunca entraria nos domínios do Nada. E, corpo de coração que assim faleceu, é reino incontestável e indigno da vida perdida.
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Comentários
Re: Domínios do Nada
Muito obrigada aos dois!
Beijinhos grandes!
Re: Domínios do Nada
"Dali onde o Nada era senhor poderoso..."
Simplesmente lindo!