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Entre Margens... mais um pouco (Re)Contos de violência doméstica
O meu passado agride-me violentamente todas as noites, deixando-me esvaída em sangue.
De manhã, acordo e sinto que o sangue afinal me corre nas veias. Ao invés de ser um alívio, começa um novo pesadelo.
Os loucos passam por mim como se eu fosse sã, e os mortos cruzam-se comigo como se eu estivesse viva. Pareço inatingível e o meu desejo é que me alcance. O meu primeiro pensamento de hoje foi a imagem de uma lâmina brilhante a cortar as veias, com firmeza os meus pulsos e a libertar o meu sangue cansado e toda esta pressão. Uma frase ecoa na minha cabeça: “it’s a good day today, it´s a good day to die!”
E os meus filhos…
E o meu sangue derramado numa derradeira tentativa de tornar este mundo bonito. E tu meu amigo…
Farto de me lançar bóias que salvem de me afogar na minha própria alma.
Esta angústia aperta-me a garganta. O passado devia ficar para trás, é a função dele. É passado porque passou. Porquê que o meu passado se comporta como presente? Está mesmo aqui por cima do meu ombro, e por mais que o tempo avance ele não se afasta.
O Medo é o pior substantivo abstracto do léxico. Nem sequer a Morte o ultrapassa. A Morte é apenas uma saída. O Medo é um túnel labiríntico. O meu coração bate oprimido, parece que vai parar, desejo que pare. Tenho medo que pare. Concentro-me na minha respiração e abro os olhos sem ver. Não quero ver, tenho Medo.
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