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Filosofia sem Mistério - Dicionário Sintéticoio

MAOÍSMO – MAO TSÉ TUNG – a Doutrina que contém o Pensamento Político de Mao Tsé Tung (1893/1976), o líder máximo da Revolução Chinesa que implantou o Comunismo no País em substituição à Monarquia derrubada. Também conhecida por “Marxismo-Leninismo-Maoísmo”, é uma Corrente de Filosofia Política que se baseia no ideário de KARL MARX (1818/1883, Alemanha), adaptado para as condições chinesas. Atualmente é a Doutrina Oficial do PC (Partido Comunista) Chinês, mas esse título é apenas simbólico, pois desde 1978, com as Reformas de cunho Capitalistas implantadas por Deng Xiao Ping, os dogmas da Doutrina deixaram de existir ou foram adaptados à nova situação. Talvez ainda represente o aspecto Político do Regime que conserva algumas características do Comunismo, ao contrário do lado Econômico que assumiu seu viés Capitalista em definitivo.
O Maoísmo diferencia-se do “Leninismo” por privilegiar o “Voluntarismo” em detrimento das “Condições Objetivas”. Ou seja, as “Condições Materiais (ou objetivas)” em que vive a Sociedade NÃO serão tão importantes se as “Condições Subjetivas (pessoais, individuais)” fizerem prevalecer a “Vontade de se rebelar”. Uma vez que o Povo demonstre ter a “Vontade” de fazer a Revolução Comunista, a conjunção dos fatores concretos (como, por exemplo: a inexistência de Florestas, ou Montanhas, ambientes propícios para a luta de guerrilhas, operários politizados, estudantes participativos etc.) deixa de ser decisiva ou impeditiva.
Recordemos que para Marx seria necessário o esgotamento do Sistema Capitalista para que o Comunismo fosse implantado. Para Trotsky, era necessário que o desenvolvimento de uma área compensasse o atraso de outra (por exemplo: operários educados e politizados compensariam os Camponeses analfabetos e desmobilizados); para Lênin, o indispensável seria a existência efetiva do Espírito Revolucionário em cada individuo, a existência de uma Doutrina como diretriz para o movimento, a Liderança do Partido para guiar a conjunção de Operários e Camponeses etc. Para Mao Tsé Tung, nada disso importava desde que houvesse a “Vontade” de fazer a Revolução. E exatamente por isso, a Revolução poderia acontecer em qualquer lugar. Usando a insurreição armada seria possível tomar o Poder em todas as Nações, independentes de serem agrárias ou industrializadas. Avançadas ou atrasadas, etc.
Essa importância dada ao “Voluntarismo*” levou o Maoísmo a ser considerado mais violento que outras tendências revolucionárias, pois o exercício da Vontade sugeriria que as armas seriam inevitáveis. Contudo, observando-se com mais atenção, verifica-se que o Maoísmo não foi, e não é mais adepto da violência do que foram as outras tendências. Na realidade, a violência foi empregada em todas as Revoluções tomadas de Poder.
Ademais, se a noção de violência (guerra civil, atentados, etc.) está fortemente vinculada à Revolução Comunista na Prática e à Teoria de Marx e Engels (como bem demonstrou Lênin em seu livro “O Estado e a Revolução”, ou em “A Revolução Proletária e o Renegado Kaustsky”) é importante lembrarmos que a mesma não é uma característica do Comunismo, pois a mesma também foi amplamente usada por Regimes de Direita, como o Fascismo, o Nazismo, ou as Ditaduras Militares que assombraram a América do Sul, Portugal e Espanha.
Na verdade, em certos pontos, a Revolução Chinesa foi menos violenta que a russa. O destino dado aos respectivos imperadores que antecederam os Movimentos é um bom exemplo dessa redução. Se na União Soviética o destino do Czar e de sua família foi o pelotão de fuzilamento; na China, o Imperador foi preso e “reeducado”, terminando seus dias como cicerone do Palácio que antes habitava. É verdade que para muitos, foi um destino mais trágico que o dado ao russo; pois, além da questão pessoal, a sua humilhação servia aos propósitos dos novos governantes em criar “exemplos”. Mas essa é uma discussão estéril porque envolve questões de foro intimo, e aqui não será mais aludida. Quanto à “Terrível e medonha Revolução Cultural” que deu Poder de Policia e de Justiça aos jovens adolescentes do Exército para que “limpassem” a Sociedade Chinesa das antigas superstições e idéias (o que realmente causou grandes sofrimentos para professores, intelectuais e diversos outros membros da Sociedade), contrapõem-se os expurgos promovidos por Stalin na União Soviética; ou, o horror do Regime de “Apartheid” imposto pela “Direita” na África do Sul. Toda violência é abjeta e fruto da ignorância humana, mas ela existe. Não se pode negar, mas é um erro culpar os “diferentes” por erros que todos cometem.
A seguir traçaremos uma breve exposição sobre as características do Maoísmo enquanto Sistema Filosófico e Político:
1. A Filosofia Maoísta nutre a idéia de que a tomada violenta do Poder pode ser iniciada pelos Camponeses que deflagrarão a guerra-civil e a estenderão até o cerco às cidades e à tomada do Governo. Não haveria, portanto, a obrigatoriedade de seguir o modelo russo cuja Revolução partiu do Operariado Urbano e não do Campo. “LINHA de MASSAS” é o nome dado ao pretendido apoio maciço da “Massa Humana” à Revolução.
2. Lênin julgava que tal apoio não era necessário, tampouco possível, para o êxito da Revolução. Apostava que o próprio triunfo revolucionário se encarregaria de fazer novos adeptos. Propostas Populares (ou Populistas, para os inimigos) seduziriam até os mais recalcitrantes, pois a concretização da Reforma Agrária, do Investimento em Moradias Populares, em subsídios para os Alimentos seriam medidas irrecusáveis por todos que sonhavam com melhores condições de vida.
3. Para Mao Tsé Tung existia, sim, a necessidade imperiosa de se contar com o apoio total e permanente dos operários, estudantes e camponeses, para que a vitoria fosse alcançada. Pregava que tal apoio fosse o resultado da perfeita comunhão de interesses do Partido e do Proletariado e, para a maioria dos eruditos, foi esse ponto que levou o Maoísmo a ser a doutrina modelo que foi seguida por inúmeras “guerras populares”. Ou pelas “guerras-civis”, conforme os historiadores; ou pelas “guerras-terroristas” segundo a Burguesia de Direita. Mas independente do titulo que tomou, tais guerras eclodiram na Ásia (Vietnã, Laos, Camboja), na África e na América do Sul, especialmente através do chamado “Sendero Luminoso” no Peru; e, para alguns, através das FARCs, na Colômbia. Além de servirem como Teoria para a prática de vários grupos que pretenderam derrubar as Tiranias Latinas, através das "Luta Armada", no Brasil, no Chile, na Argentina e no Uruguai.
4. A chamada “LINHA de MASSAS” deu ao Maoísmo uma natureza (ou, um jeito de ser) diferente, pois, do Bolchevismo doutras experiências Socialistas que ocorreram na Europa. Além da diferença fundamental que já expusemos, sobre a necessidade ou não do apoio total da população, outras diferenças de modos e de atitudes puderam ser observadas. Podem ser citadas, por exemplo, o destino dado aos dissidentes, ou “Inimigos da Revolução ou do Povo”. Enquanto na União Soviética a KGB (policia secreta) seqüestrava e executava os dissidentes na calada da noite; na China, os mesmos eram submetidos a “Julgamentos” populares que, obviamente, nada tinham de justos. Serviam apenas de modo didático, mandando aos pretendentes à dissidência o retrato do que lhes aguardava. Era um sonoro e intimidador alerta aos que ousassem discordar da “Verdade”, ou da “Vontade do Povo”. Novamente será oportuno rememorarmos que a execução de dissidentes não é uma característica exclusiva do Comunismo. Infelizmente é uma prática adotada por todos os Regimes, como, por exemplo, aconteceu no Brasil, na Argentina, no Uruguai e no Chile, aonde os Ditadores da Direita chegaram a formalizar um acordo – "Operação Condor" – para maximizar os “procedimentos”, ou seja, os assassinatos. Outras diferenças poderiam ser apontadas, mas seria inútil, pois as que já foram citadas são suficientes para caracterizar as Revoluções em suas diversas formas.
No Ocidente existem poucos teóricos do Maoísmo. Pode ser citado o francês CHARLES BETTELHEIM que influenciou o movimento estudantil e operário na França de 1968. Época, aliás, em que o famoso “Livro Vermelho (1)” de Mao Tsé Tung era brandido por jovens como provocação e revolta contra o Sistema. Outro a ser citado é o norte americano BOB AVAKIAN, presidente do “Partido Comunista Revolucionário dos EUA”, que na atualidade tem assumido uma relevante posição devido à sua produção teórica sobre o Regime Maoísta.
As modernas bases teóricas, além das de AVAKIAN, foram e são estabelecidas pelo “Movimento Revolucionário Internacionalista” – MRI – que é visto como a semente de uma futura “Internacional Maoísta”. Entre os Partidos e Organizações que formam o MRI destacam-se o Partido Comunista do Peru (ou Sendero Luminoso); o Partido Comunista do Nepal e o Partido Comunista Maoísta – MKP – da Turquia e do Curdistão do Norte. Todos eles envolvidos em “Guerras Populares” nos seus respectivos Países e nas zonas que já estão sob seu controle. Outros membros importantes são: o “Partido Comunista Revolucionário dos EUA”; o Partido Comunista do Irã – MLM – e o Partido Comunista do Afeganistão. Dos grandes Partidos Maoístas só o Partido Comunista das Filipinas e o seu braço armado, o “Novo Exército Popular”, em combate desde 1968, não integram o Movimento Revolucionário Internacionalista.

Para Beth. Saudades, guerreira.

1- LIVRO VERMELHO – livro em formato “Pocket”, de capa vermelha, que continha o Pensamento de Mao Tsé Tung. Era utilizado como “manual de comportamento” na China revolucionária e como Cartilha didática de uso obrigatório. Foi o que norteou a “Revolução Cultural”, quando jovens incitados por Mao Tsé Tung pretenderam romper com todas as tradições e com a própria Cultura Milenar. Foi uma das piores fases do Regime, pois não se poupou os Sábios, os Intelectuais e qualquer outro cidadão que ventilasse a mínima discordância ao Regime.
Embora proibido no Ocidente (ou talvez por isso) o Livro tornou-se um “Objeto de Desejo” da juventude que fazia a “Contra-Cultura”; isto é, a substituição dos velhos conceitos pelos novos valores, inspirados na Teoria da “Paz e do Amor”, na Libertação Feminina, no inicio da Conscientização Ecológica etc. E tudo isso permeado pela busca de novos modelos Econômicos e Políticos que pudessem trazer mais justiça aos cidadãos do Mundo

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sábado, março 27, 2010 - 23:38

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