CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético

CONSUMISMO – porque a missão do filósofo (o amigo do saber) é esmiuçar o problema tentando compreendê-lo e não apenas de relatar a questão, achamos oportuno tecer algumas considerações sobre a motivação que dá causa ao Consumismo.
Tido como um dos males da Contemporaneidade e associado à superficialidade e à mediocridade o Consumo, no entanto, se olhado de forma isenta de pré-julgamento pode ser visto como algo além da mera puerilidade. Pode ser visto como a própria “Lei da Natureza1” camuflada com nova plumagem. Agora (e antes, também, diga-se) a simples força física já não é suficiente para garantir ao “poderoso” a predominância sobre o seu grupo social. Modernamente, “fortes e poderosos” são aqueles (as) que detém a força econômica, o poder financeiro. Poder, que geralmente é exposto através do consumo de supérfluos (para os demais, mas vitais para quem pode adquiri-los). Por via do Consumo exagerado, o qual indica claramente que seu executor tem posses, dinheiro, influencia, poder em suma. E que por merece (sic) ser reverenciado. Óbvio que o consumo é restrito à maioria e a impossibilidade de exercê-lo acarreta num segundo momento, raiva, frustração e outros sentimentos negativos. Mas por que, pode o leitor (a) indagar: só num segundo momento? Sim, porque no primeiro instante o que houve foi reverência, bajulação e subserviência ao “Poderoso”.
Prosseguindo com essa tese, chega-se com facilidade ao motivo de haver tanta repulsa (hipócrita, na maioria das vezes) ao Consumo e ao Consumista: raiva, medo, frustração e inveja de todos que não podem Consumir como aquele; mas que o fariam de bom grado caso houvesse a mínima possibilidade.
Se olharmos com atenção e sem preconceitos veremos que são motivos equivalentes, embora não sejam idênticos, aos daqueles que se opõem à “Lei da Natureza”. Execra-se um comportamento que é inacessível à maioria, como era o vigor físico na Antiguidade. Efetivamente, se a Força (física e/ou monetária) e o Poder dela decorrente não são para todos, que se estigmatizem os “Poderosos”, os “Fortes”, os Consumistas e que se console os “Fracos” com promessas de recompensas na “Vida Futura”, de favorecimento no “Juízo Final” ou, então, com a criação de Valores convencionados, e por isso dados como Verdadeiros, como a “nobreza da renúncia”, a “dignidade da miséria”, a “profundidade de sentimentos e de inteligência” e tantos outros. Valores e Promessas sem base natural, ou seja, sem base na natureza do Homem, e que, como se disse, são trocadas alegremente pela oportunidade de aumentar o Consumo.
Prosseguindo com esse exercício de sinceridade de Pensamento veremos que a maioria dos Indivíduos trocaria sem hesitar todas as Convenções pela chance de Consumir mais e é aí que se chega ao cerne da questão. Não se quer Consumir para desfrutar do que é delicioso, bom, bonito etc. É certo que num primeiro momento esses prazeres são efetivos, mas com o correr do tempo o hábito os torna sem maiores atrativos. Quer-se Consumir mais, apenas e tão somente para demonstrar e expor a “Força” perante o grupo social. Intui-se que só aos “Fortes (bem sucedidos )” é dado o desejado respeito, amor e consideração. E como a questão é de Intuição, somos remetidos à triste realidade que em essência, não obstante alguns avanços, somos como nossos Ancestrais, ou como as outras espécies animais que compartilham o Planeta conosco.
Malgrado todas as “conquistas” (sic) de que se orgulha, o Homem, naquilo que tem de mais intimo, não evoluiu nada. Seu desejo mais ardente é o mesmo de antes: ser querido, ser amado, ser respeitado; e para ter isso é necessário que tenha Força, Poder. Se antes a Força física bastava, hoje, graças à “Sociedade Complexa e Sofisticada (sic)” que criou, a Força do Indivíduo é medida pelo seu saldo bancário e por aquilo que ele (a) expõe ao praticar o Consumismo desenfreado.
1. Lei da Natureza ou Lei Natural – a Lei que regula os outros Seres, que ao contrário dos Humanos não criaram Códigos de proteção aos menos capazes.
Consumismo é um termo que vem do Latim CONSUMMATIO = adicionar, somar. Em termos literais é o estilo de vida e de comportamento típicos da chamada “Sociedade de Consumo”, Industrial, Capitalista, na qual os Indivíduos são pressionados a consumir bens e serviços que estão além de suas necessidades. Que lhes são supérfluos, mas que por força da publicidade tornam-se “necessários”. Para alguns, esse consumo exagerado é movido pelos capitalistas – através de suas estratégias comerciais – que pouco se importam com a perda de valores sentimentais, humanos que antes teciam a Sociedade, a qual, aliás, com a perda daqueles Valores encara problemas como o da violência motivada pelo desejo de consumo (os crimes cometidos pela maldade pura ou por questões passionais são infinitamente menores que os praticados para aumentar o poder de consumo de quem os praticou), desagregação familiar etc.
É um fato evidente, certamente, a ruptura social; mas como vimos anteriormente o desejo de se mostrar “Forte” para ser “querido e amado” pelo grupo está de tal modo embutido na psique humana, que seria ingênuo imaginar que a Humanidade possa abandonar essa sofreguidão de consumir. São remotas as chances de o Homem médio mudar seu modo de pensar. Continuará por muito tempo comportando-se como seus Antepassados, malgrado algumas exceções, é claro. Ainda é e por muito tempo será só mais uma das espécies que habitam a Terra e, como qualquer outra, não passa de mero escravo das “Leis da Natureza” que lhe modelam o caráter de tal forma que o Consumismo acaba sendo o único final possível.

Submited by

sexta-feira, dezembro 11, 2009 - 01:30

Prosas :

No votes yet

fabiovillela

imagem de fabiovillela
Offline
Título: Moderador Poesia
Última vez online: há 8 anos 46 semanas
Membro desde: 05/07/2009
Conteúdos:
Pontos: 6158

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of fabiovillela

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Poesia/Tristeza Noturno 0 2.215 01/10/2012 - 13:07 Português
Poesia/Geral To ber or not 0 3.138 01/09/2012 - 13:31 Português
Poesia/Tristeza Outro Caminho 0 1.896 01/07/2012 - 12:59 Português
Poesia/Geral Narguilé 0 4.717 01/06/2012 - 13:11 Português
Poesia/Geral Arabesco 0 2.907 01/05/2012 - 19:27 Português
Poesia/Desilusão Navios 0 5.089 01/04/2012 - 14:29 Português
Poesia/Tristeza Teria Sido 0 3.160 01/03/2012 - 12:40 Português
Poesia/Geral Romã 1 2.921 01/02/2012 - 23:38 Português
Poesia/Geral Novo 1 2.983 12/31/2011 - 17:22 Português
Poesia/Tristeza Traição 0 4.242 12/28/2011 - 13:28 Português
Poesia/Geral Novo Ano do Dragão 0 3.332 12/27/2011 - 12:36 Português
Poesia/Geral Sátiras 0 2.729 12/26/2011 - 15:02 Português
Poesia/Amor Alameda 0 3.381 12/24/2011 - 13:43 Português
Poesia/Dedicado Fernanda Atriz 0 2.490 12/22/2011 - 10:56 Português
Poesia/Amor Arco-Iris 0 2.533 12/21/2011 - 11:33 Português
Poesia/Amor Voragem 1 2.912 12/19/2011 - 23:01 Português
Poesia/Dedicado João 0 3.030 12/18/2011 - 11:37 Português
Poesia/Geral Calendários Astecas 1 5.952 12/17/2011 - 01:28 Português
Poesia/Amor Vésper 0 2.230 12/15/2011 - 11:56 Português
Poesia/Geral Poços de Caldas 0 3.688 12/14/2011 - 15:29 Português
Poesia/Geral As Matinas 0 3.147 12/12/2011 - 19:52 Português
Poesia/Dedicado Érika 1 6.391 12/12/2011 - 00:31 Português
Poesia/Geral Cult 0 2.762 12/11/2011 - 23:11 Português
Poesia/Tristeza A Lágrima e a Chuva 0 1.757 12/10/2011 - 11:38 Português
Poesia/Geral Grande Irmão 0 2.082 12/09/2011 - 20:12 Português