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Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético
HEDONISMO – do grego “HEDONÉ” = prazer.
É o titulo usado para nomear várias doutrinas que afirmam ser o Prazer material, físico, concreto o “Supremo Bem” para o Homem. Ou para nomear o processo de busca desses prazeres que é, ou deve ser, o primeiro mandamento da Moral (sic). Afirmação, aliás, que também é chamada de “DOUTRINA dos CIRENAÍCOS”.
Quando se estuda o Hedonismo de forma mais apurada e profunda, observa-se que é uma doutrina que privilegia o Egoísmo do Homem na medida em que o aconselha a buscar febrilmente o seu prazer individual, mesmo que para tanto se quebre as normas de convivência social e afetiva.
O atual Consumismo* aliado à pachorra intelectual e ética ilustra com exatidão essa maneira de viver. Trocam-se os prazeres mais elevados, pela satisfação rasteira dos Sentidos.
O Hedonista opõe-se a qualquer maneira de pensar que envolva renúncia, esforço, sacrifício, altruísmo, amizade, amor, solidariedade e quejandos; e é por esse conjunto de características que também são chamados de “Discípulos de Nietzsche”, numa alusão à Filosofia do mesmo que prevê a satisfação dos desejos materiais, enquanto louva o exercício da “Vontade de Poder”, denegrindo qualquer sentimento de compaixão ou de afeição, aos quais ele chamou de “covardes, espírito de rebanho etc.” No capitulo dedicado ao “Niilismo” veremos com maior largueza esses aspectos da filosofia do alemão; os quais, diga-se, não devem ser qualificados pejorativamente antes de se refletir sobre os mesmos, sem o pré julgamento que aqui, involuntariamente, teve que ser utilizado para melhor exposição da alcunha referida.
O Hedonismo floresceu mais em Roma que na Grécia; pois na primeira, nunca existiu um Saber mais sólido e profundo, salvo, é claro, as exceções que confirmam as regras. Em Roma, apenas a força militar garantiu seu predomínio e, correlatamente, ensejou a busca e execução dos prazeres sugeridos pelos hedonistas. Luxúrias que iam de bizarras orgias até a combates de vida e morte que ocorriam apenas para entretenimento de uma espécie de pessoas que saboreavam esse tipo de “divertimento”.
Porém, na Grécia também existiram os hedonistas graças, principalmente, aos “Sofistas” que por serem excelentes oradores passavam por Filósofos e pregavam que o valor das coisas estava em sua forma, em seu formato exterior e não no seu conteúdo, na sua essência. Também foi na Grécia que nasceu o erro de se equipar o Hedonismo com o Epicurismo*. Engano que persiste até os nossos dias, diga-se; e que é motivado pelas pessoas incultas, que julgam que ambas as Doutrinas são idênticas, pois as duas afirmam que o “Prazer” é o maior objetivo do Homem.
É, claro, um erro grasso, pois o Epicurismo prega que o Prazer sereno, sólido, perene, verdadeiro etc. só acontece quando o Individuo é capaz de dominar e até anular as suas paixões e seus desejos mais rasteiros, pois sabe que são fugazes e falsos e que em nada contribuem para a sua elevação intelectual e/ou espiritual.
Totalmente diferente, como já se viu, é o Hedonismo que advoga a busca frenética, incessante, inconseqüente dos gozos materiais e superficiais; os quais, além de nada de positivo acrescentar ao Individuo, via de regra, ocasiona-lhe uma série de dissabores.
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