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Filosofia Sem Mistérios - Dicionário Sintético
HOLISMO – o termo HOLISTICO ganhou projeção na Atualidade, servindo como adjetivo para tratamentos e terapias alternativas e não convencionais. Assim, não é raro encontrar-se expressões como: “yoga holística”, “acupuntura holística” e congênere.
O problema, porém, é que nem sempre o sentido, ou o significado verdadeiro do termo é observado e esse modismo, como todos os outros, acaba denegrindo o vocábulo, razão pela qual, os eruditos recomendam prudência no exercício e no entendimento da palavra.
Holismo vem do grego “HOLOS” = total, completo. É a doutrina que afirma que só se pode compreender “a parte” se o estudo iniciar-se e abranger, também, o “Todo”; do qual aquela “Parte” é um fragmento. Os adeptos da Filosofia Convencional apregoam que o “Todo” NÃO é uma simples junção das partes, mas que possui, ele mesmo, uma “Totalidade Orgânica”, ou uma “Totalidade Sistemática”, ou que é um “Sistema” e que isso o torna superior a qualquer fragmento ou parte, na tarefa de explicar um fato, um acontecimento, uma teoria etc. De fato, se digo: houve um acidente, quem me ouve estará mais bem informado do que aquele a quem eu disse: um pneu estourou. Estudando-se, ou olhando-se apenas uma parte, é impossível fazer uma avaliação verdadeira e correta sobre qualquer assunto.
O Estadista da África do Sul, JAN CHRISTIANN SMUTS (1870/1950), em seu livro “HOLISM AND EVOLUTION”, de 1926, afirma que o próprio Universo e, principalmente, os SERES Vivos são formados NÃO por partes, mas por “Todos” que se juntam e se desagregam na morte e no nascimento do Individuo, mas sem perderem jamais a característica de serem “Totalidades”, as quais, por sua vez, também são formadas por outras e assim sucessivamente. Obvio que para ele, cada “Todo” é muito mais importante do que uma mera Parte.
Em Biologia também há o conceito de que um Organismo vivo é um “Todo” que não pode ser decomposto e nem pode ser olhado parte a parte. Da Biologia essa noção saltou para a Medicina que progressivamente vem mudando sua forma de tratar as pessoas. Além do obvio foco na enfermidade, procura-se tratar dos outros aspectos da vida do paciente. Cuidados que vão da Psicologia até a Assistência Social, pois se entende que é o Conjunto que adoeceu e não um braço, um coração, um fígado etc. Desse modo, para que a cura seja alcançada, todos os aspectos que causaram a doença devem ser corrigidos ou pelo menos diminuídos.
O Holismo, a primeira vista, parece ser uma Tendência Filosófica que se opõe ao Cartesianismo que propunha decompor um “Todo” para analisar cada uma das peças que o formavam. Mas é uma falsa impressão, pois quando Descartes propôs o seu Método visava também entender a Totalidade, sendo a repartição uma mera ferramenta de estudo.
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