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Fragmentos

- Andando por uma rua, me chamou a atenção do outro lado um senhor sentado.
Sua face já esvaída pela vida, estava parado olhando seus pensamentos, olhava para seu interior fazendo uma reflexão.
Estava preso em seu acento, sua cadeira de rodas já tinha uma aparência de estar à muito tempo sendo usada.
Em minha curiosidade pensei em parar, mas não tive coragem, com o barulho dos meus passos seus olhos se abriram e com um sorriso singelo, parecia falar dá-me sua atenção.
Com uma das mãos acenou pedindo que eu me aproxi- masse, era tudo que eu queria.
Sabia que não era da cidade, era a segunda vez o que via, me aproximei e em um gesto cortes respondeu-me meu boa tarde.
Olhava seu semblante e imagina quantas historias tinha para contar, e por onde devia fazer a pergunta para começar.
Antes que eu falasse me disse com uma voz tremida: - Sei o que esta pensando, vejo nos teus olhos e minha historia vou contar.
Abaixou sua cabeça queria juntar todos os seus momen- tos em um único pensamento, recolher em cada época os fragmentos, pedaços da sua vida e em um grande filme contar sua historia.
- Meu rapaz, já fui menino fazia travessura como todo mundo faz, corria pelos campos tinha a liberdade de um anjo...
- Para em seu momento parecia que seu pensamento vol- tava no tempo em busca de lembranças para continuar a contar.
- Ah, minha mãe quantas saudades eu tenho, sempre preocupada estava todo instante olhando.Tinha muito perigo naquele lugar, muito bicho do mato, mas meu cachorro era um guardião, no quintal nem onça deixava entra, ele era branquinho só tinha uma pinta em sua costa.
Parece que estou vendo ele aqui correndo, tinha um nome estranho foi meu pai que colocou, quando era novinho pulou na água do rio e tirou um lambari preso na sua boca, meu pai não teve escolha e começou o chamar de lambari.
Falo-te rapaz eu nunca tive um amigo igual o lambari.
A gente morava na barranca de um rio, meu pai era pescador, ele colocava a canoa na água o primeiro a pular dentro era o lambari, ia pescar era sua alegria e sempre trazia um peixe na boca.
Foi meu companheiro por muito tempo, mas um dia não teve sorte, ficou a sua espreita uma sucuri, com um golpe da sua boca para o fundo da água levou o lamba- ri.
Aquilo me entristeceu de tal forma que nas noites o ouvia latir.
- Naquele momento dos olhos do velho uma lagrima rolou, chorou por amor vivido a muito tempo atrás, de cabeça baixa um novo fragmento buscou em seus pensa- mentos.
- Meu jovem meu pai era um homem bom, vendo minha tristeza resolveu nos tirar daquele lugar. Fomos morar em uma fazenda muito grande, era um lugar diferente meu pai era pescador teve que se adaptar com aquele trabalho.
Lembro meu primeiro dia na escolinha, novos amigos e em mim a vida floria.
- Para por alguns instantes de falar, e quando ergue sua cabeça vejo seus olhos lagrimosos, a tristeza em seu semblante tomava conta daquele momento.
- Meu rapaz não liga para minhas lagrimas, lembro da minha vida em pequenos pedaços e esse e o mais triste dos fragmentos, já tinha dez para onze anos quando o destino separou-me da minha mãe.
Uma doença que não sei, deixou-a em uma cama por mais de mês, fez da sua beleza uma escassez, foi sugada do seu corpo a vida, assim ela se foi e levou parte da minha.
- Eu não sei por quanto tempo estava agachado sentia minhas juntas doer, pus me sentado na calçada de uma maneira relaxada, e observei os seus dedos, que já não eram retos,
curvados pelo tempo, levou-os nos olhos retirando gotas de pranto, naquele momento me entristeci, vi seus pensamentos entrando dentro de si e arrancar do fundo de sua alma sentimentos esquecidos pelo tempo.
Começou novamente a falar, tentava arrebatar a tris- teza do seu coração.
- Meu rapaz a vida da gente e um estranho labirinto, onde buscamos como lobos famintos a felicidade, que quando temos nas mãos temos que andar com perfeição, por que o destino esta presente e pode tirar ela a qualquer instante.
Com a morte de minha mãe as coisas começaram a ficar difíceis, eu já era rapazinho e tinha sonhos para conquistar, meu pai não aceitava sua solidão e fez da sua vida uma vida errante.
Eu conheci uma cabocla, era a coisa mais linda daque- le lugar, mas a sua família não aceitava nosso amor.
Meu pai via meu sofrimento, um dia me chamou para conversar, lembro de suas palavras com perfeição.
- Filho isso esta nos matando aos poucos e só tem uma solução, eu não tenho muito para fazer por aqui, minha vida e desiludida, vou embora vou buscar no mundo lá fora o que me falta mesmo que seja a morte.
Você sabe o que quer, está apaixonado pegue o amor da sua vida, faça ela feliz do seu lado em outro lugar desconhecido.
- Eu não aceitei mesmo sabendo que seria a solução, mas meu pai não deu chance.
Deitou-se como fazia de costume, era madrugada saiu sem dizer nada, deixou um bilhete sobre a mesa di- zendo adeus.
Mais uma vez a tristeza tomou conta do meu coração, mas a vida tinha que continuar rapaz não pensei muito em poucos dias já tinha tudo arrumado, levei a cabo- cla comigo já me sentia um homem formado.
Foram anos de dificuldade, mas o que me deixava de pé era a felicidade.
Meu primeiro filho veio, era mês de junho estava mui- to frio, para proteger revesti o quarto com couro de gado, eram muitas dificuldades, mas foram vencidas com muito amor. Depois de uns anos outro filho era uma menina, minha vida estava completa.
Naquele lugar todos me conheciam eu era respeitado.
- Ele parou de falar olhava seus dedos procurando o que não tinha para encontrar, fiquei olhando seu ros- to se fechava novamente, eu não tive coragem de per- guntar.
Eu fiquei esperando ele se refaze daqueles pensamen- tos.
- Meu Jovem, não sei por que estou tomando seu tempo para contar coisas da minha vida, esse pequenos pe- daços que ainda tenho guardado dentro de mim.
- Com essas palavras parecia querer encerrar sua his- toria, abaixou a cabeça e com um sorriso voltou a olhar pra mim.
Eu sabia que não era tudo e fiz minha primeira per- gunta.
Quanto tempo o senhor esta nesta cadeira?
Ele abaixou sua cabeça novamente e ficou em seus pensamentos por alguns segundos.
- Esta e a casa de minha filha, eu fico um tempo aqui e outro na casa do meu menino.
Faz muito tempo que estou assim e como eu disse a vida e um labirinto onde procuramos a felicidade.
Naquele dia acordei cedo tinha muito trabalho na fazenda onde morava, reuni todos os peões para fechar uma boiada.
Montei em um cavalo corria pela invernada era o que eu gostava de fazer, o serviço já estava quase acabado, uma reis se desprendeu do gado eu fui cor- rendo para cercar e o cavalo tropeçou e me lançou em cima de um tronco que tinha no chão.
Na hora a dor era paralisante, me levaram para um hospital na cidade e os médicos dederam a noticia que eu não andaria mais.
- Contou com naturalidade essa historia que parecia não ter mudado sua vida, mas sua face se entristecia aos poucos e voltou a falar.
- Rapaz conto minha historia, fragmentos que o desti- no não deixou ter segmentos, em meus momentos de fe- licidade a vida me separou da realidade.
A mulher que eu amava não suportou os desejos que a consumia e me abandonou.
Hoje os meus dias são contínuos seguimentos e o des- tino não pode tomar só a morte pode apagar os frag- mentos que tenho em meu pensamento. - Olho para seus olhos e vejo que espera seu dia chegar, mas ainda tem o sorriso da não felicidade na sua envelhecida face.

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segunda-feira, maio 3, 2010 - 03:13

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coiote_114

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Re: Fragmentos

Tão linda e dolorida história, leva-nos a pensar, todos tem sua experiência, fragmentos de um passado, lembranças boas e tristes, mas assim é a vida, um dia vc contará a sua história, que eu desejo que seja de mais sorte. Abraços

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