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Futuro no Pesente VII

Terminei o jantar paguei a conta e fui em direcção a um café/bar próximo que apreciava, enquanto caminhava ia tentando digerir tudo que me acontecera, decidi não falar sobre a minha nova companhia misteriosa ao Ivo, entrei no estabelecimento, cumprimentei o proprietário, pedi-lhe um café e uma agua sem gás fresca, antes de ir em direcção a mesa que eu mais gostava hesitei um pouco, lembrei-me de ter ouvido na noite anterior uma noticia acerca do inicio de um estudo sobre a intuição de maneira pluridisciplinar, nunca tinha levado muito a sério a intuição mas agora iria ser estudada com base cientifica, olhei a minha volta e senti mais atracão por uma mesa diferente, caminhei até ela e quando fui sentar-me vi um telemóvel caído no chão, peguei-o no mesmo momento que ele toca, atendo-o e ouço uma voz feminina do outro lado.

- Olá, perdi o meu telemóvel e esta consigo.
- Parece que sim. Respondi.
- Como faço para lhe encontrar?
- Neste momento estou no Bacanas e devo ficar ainda algum tempo.
- Não consigo ir já para ai.
- Faço o seguinte, se não apareceres até eu ir-me embora eu entrego no balcão.
- E como eu sei quem tu és?
- Provavelmente estou sentado onde estiveste quando saíste de cá.
- Ahh, claro, tens razão, como te chamas?
- Pedro.
- Em principio até já.
- Até já. Desliguei o telemóvel.

Enviei então do meu telemóvel uma mensagem escrita ao Ivo a dizer-lhe onde estava ao que ele me respondeu que chegaria em breve e realmente tinha razão, poucos segundos depois de eu receber a mensagem ele chegava.

- Adivinhaste que eu vinha para cá? Perguntei-lhe.
- Não, deduzi, sei que gostas deste sitio, mas por pouco não me enganaste.
- Então?
- Normalmente sentas-te naquela mesa – Apontou para mesa que costumo me sentar. – Olhei para lá do lado de fora e não te vi, ia telefonar-te aqui da porta de entrada quando recebi a tua mensagem.

Sentou-se.

- Estive a pensar no que disseste e já sei qual é o teu problema. Disse-me.
- Problema?
- Sim, a quanto tempo não andas com ninguém?
- Lá estas tu.
- Desde a Mariza, certo?
- Sim.
- Não achas que é tempo demais.
- Não tem relação nenhuma com a nossa conversa.
- Tem sim, tens fugido de relacionar-te com outras pessoas desde esse tempo e refugias-te nessas pesquisas malucas que fazes.
- Agora és psicólogo?
- Não, acho apenas que andas sem objectivos e sem ninguém ao teu lado e isso faz-te mal.
- E claro, tudo se baseia na falta de sexo.
- É possível, e se eu te apresentasse umas amigas?
- Não é preciso.
- Estas a ver que foges, diz-me lá então porquê a tanto tempo estas sem ninguém?
- Não tenho encontrado ninguém interessante.
- Mas eu não estou a te dizer para casar com alguém.
- Não estou muito virado para esse lado.
- Vais me dizer que viras-te par o outro? Riu-se.
- Não, apenas não tenho me interessado por ninguém.
- Nem dado oportunidade a ninguém.
- Talvez tenhas razão, não esta nas minhas prioridades.
- Mas não precisa estar.
- Estas a te tornar insistente demais.
- Para ser sincero… é o seguinte, tenho uma amiga que esta sempre com a rapariga que eu ando e…
- Não entro nesses esquemas. Respondi-lhe.
- Porque ela até parece ser o teu género.
- E qual é o meu género?
- Duas pernas, dois braços, saias… - riu-se com cara de gozo.
- Não insistas Ivo, não estou com vontade de conhecer ninguém.
- És mesmo tu que estas a afastar propositadamente qualquer hipótese de voltares a relacionar com alguém.
- É possível.
- Porque?
- Não tenho tempo para essas coisas.
- Estas a mentir a mim ou a ti mesmo.
- Se estiver a mentir é a mim mesmo.
- O pior cego é aquele que não quer ver.
- E qual é o problema de eu não querer estar com ninguém actualmente.
- É o hábito.
- O Hábito?
- Sim, quanto mais tempo passa mais hábitos de solteirão vais adquirindo, cada vez se torna mais difícil te relacionares emocionalmente com alguém.
- Bem, sendo assim estas a prever-me uma velhice solitária. Ri-me ironicamente.
- Basicamente sim.

O telefone que eu havia encontrado tocou, atendi e ouvi uma voz um pouco perturbada do outro lado.

- Olá, estou a falar com o Pedro?
- Sim. – Reconheci a voz, era a mesma com que tinha falado a pouco.
- Ainda estas no café, sentado com uma outra pessoa na terceira mesa encostada a parede a contar do balcão.

Contei as mesas e respondi.

- Sim.
- Eu sei que parece estranho mas podes vir ter comigo ao Jardim que fica logo aqui a esquerda.
- Mas se estas aqui tão perto porquê não vens buscar o telemóvel.
- Faz isso por favor.

Achei estranho o pedido mas como era perto respondi-lhe que estava lá em cinco minutos, disse ao Ivo que voltava já.

- O que se passa?
- Não sei bem, já te conto.
- Fico aqui a tua espera.

Levantei-me, fiz um sinal ao dono do estabelecimento a dizer que já voltava, e fui ao jardim, sinto alguém se aproximar pelas minhas costas, viro-me, fico paralisado, era novamente a mulher que eu encontrara no restaurante mas aparentava agora ter cerca de trinta anos, ela olha-me nos olhos e pergunta.

- Conheces-me?
- Que dia é hoje? Perguntei-lhe.
- Vinte de Abril de 2010, abaixou a cabeça sem deixar de olhar-me nos olhos. Conheces-me?
- O que está dentro da caixa de cartolina parda?
- Um carrete.

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quarta-feira, abril 28, 2010 - 17:11

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Veiga

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Comentários

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Re: Futuro no Pesente VII

Muito Bom Veiga!
Tu não dás descanso ao leitor. Gosto imenso disso.
Se alguma vez o teu livro vier a ser editado.
Escreve algo na capa em forma de carimbo tipo:
Requer-se Atenção!.
Um Abraço. Vou lero de cima.
Cabecinha.

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