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Herança Maldita
Herança Maldita Lúcio Sarmento
O capim amassado e os urubus nos levaram direto à carcaça humana. O espetáculo desafiava os nervos mais acostumados às cenas mais grotescas. Alguns disparos afugentaram as rapinas que, num ruflar infernal de asas, deixaram o caminho livre. O fedor insuportável nos atingia até mesmo contra o vento. Era meio-dia. Pelas indumentárias, tivemos a certeza que era Alonso. O vaqueiro estava desaparecido há dois dias.
- Melhor avisar o feitor. – falou o Clemente.
- Deixa que eu vou! – prontificou-se o Tonhão, antes que mais alguém se oferecesse. Era uma boa oportunidade para escapar dali.
O homem estava irreconhecível. Os urubus haviam desfigurado o corpo. No entanto, estava claro que o coitado fora estraçalhado pela fera que aterrorizava aqueles lados dos campos do Marajó. Havia um mês que nada de anormal acontecia. Com o sumiço do caboclo, pusemo-nos em alerta. Agora, a certeza: ela havia feito mais uma vítima.
- O que o senhor acha, tio Germano? – perguntei ao velho vaqueiro, que não era meu parente. Chamar de tio era uma forma respeitosa de tratar os mais velhos.
- Num sei, non, patronzinho. É um bicho muito grande. Tarveis seja uma onça, memo.
- E aquela estória que o povo conta?
- A do bicho feio? Num sei, nom.
- Alguns portugueses dizem que na Europa havia um bicho desses. – enquanto falávamos, nos afastávamos do cheiro nauseante.
- Vosmicê aquerdita? É coisa do demo! - o caboclo fez o sinal da cruz.
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- Muitos, do povoado, afirmam já terem visto a coisa. No entanto, há muitas
divergências nas descrições. Alguns dizem ser grande e peludo; ter força descomunal; cara de lobo e garras enormes. Outros afirmam ser o tal como um porco, andar de quatro e ter enormes presas de javali. E por aí vai. Talvez sejam só superstições. Se for verdade, estamos lutando em vão contra um monstro muito perigoso.
- Vixe, patronzinho! Credo in cruz!
Depois que papai chegou, enterramos o defunto ali mesmo, com o consentimento da viúva.
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À noite, todos os interessados chegaram a uma reunião convocada às pressas. Meu pai tomou da palavra:
- Caros amigos, vosmercês sabem que a noite não nos é mais segura. Três viúvas, nesta fazenda, choram as desumanas mortes de seus maridos. Os vaqueiros abandonam as reses à própria sorte, e com justa razão. Nem mesmo a antiga segurança dos casarões nos conforta. Dormimos e acordamos em um pesadelo. Se for um animal, e sabemos que é, deve ser caçado e morto. Vasculharemos os mangais, igapós e todos os lugares onde uma onça pode se esconder. Faremos uma varredura em leque, até encontrarmos a maldita fera.
Todos apoiaram meu pai com entusiasmo.
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Formávamos o grupo que vasculharia os lugarejos de Campina, Marinquara e Passagem. Um galo cantou ao longe. Duas da madrugada. O medo era concreto, quase palpável. Corajosos diante do búfalo bravio, os caboclos temiam de morte o além. Respeitavam quase à subserviência os velhos pais - de- santo; veneravam o pároco Agostinho.
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Comigo acontecia algo de estranho: um misto de medo e excitação agradável. Qualquer sussurro, pio, urro, punha-me em alerta. A primeira noite, porém, passou sem nenhum incidente.
O cheiro do café forte bateu em nossas narinas, provocando saliva na minha boca. Proximávamo-nos do casarão de tio Jorge. Ele era o dono da fazenda Paraíso. Apeamos.
- Ê de casa! – saudei. Comigo estavam Zé Magrelo, Pedro Tucunaré, Mané do galo e Juca, o Gordo.
- Ê seu homi! O que faz longe da cama, moço? – meu tio veio ao nosso encontro.
- Estamos caçando. Sentimos o cheiro do vosso café.
- Entrem! Chegaram na hora!
E chegamos à boa safra. A mesa estava farta. Tinha de tudo: farinha e beiju de tapioca, cuscuz, pamonha, pães e bolos. A conversa girou em torno de nossa caçada.
_ Então, estão atrás da coisa que anda matando gente? Já viram algo suspeito?
- Que nada! Estou começando a acreditar que o povo tem razão. Estamos atrás de um demônio invisível.
- É. Quem sabe não seja mesmo.
Olhei aquele homem, que estava sentado a minha frente. Não era mais o mesmo que eu conheci. Meu pai sempre falava isso. Tio Jorge mudara muito nos últimos anos. Envelhecera do dia para a noite. Vendera suas propriedades, grande parte do gado e dispensara boa parte dos vaqueiros, ficando apenas com os mais antigos. Dizia que estava cansado e não tinha filhos para deixar herança. Gostava muito de mim. Tomava-me pelo filho que não pôde ter. Colocou-me, então, como seu único herdeiro.
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Eu o amava. Foi meu amigo e professor. Ensinou-me os atalhos da vida, mais do que o meu próprio pai, homem rude e ranzinza. Apoiou-me, quando resolvi estudar no Rio de Janeiro. Meu pai, não.
Quatro anos depois voltei a Soure para encontrá-lo completamente mudado. Afastou-se dos eventos sociais e do burburinho da política local. Recolhia-se ao sossego de sua fazenda e poucas vezes dirigia-se até a cidade.
- Não me vá dizer que acredita nessa besteira?- perguntei.
- E por que não?
Viramos todos ao mesmo tempo. O homem que acabava de falar se chamava Carlos Teixeira, ex-delegado do município.
- Desculpem a intromissão, mas não me contive ao escutar a conversa.
- Bom-dia, Teixeira. O que o traz a minha casa tão cedo?- saudou meu tio.
- Resolvi averiguar o caso do vaqueiro que encontraram morto em suas terras. Estava horrivelmente mutilado, é verdade?- perguntou-me.
- Sim. Os urubus fizeram um grande estrago. Mas, pelo que sei, o senhor não é mais o delegado da cidade. – falei.
- É, não sou. Porém, tenho uma dívida de honra para com meus concidadãos. Prometi que um dia pegarei esse assassino e não descansarei, enquanto não o fizer. Há três anos espero que o maldito ataque novamente.
- Do que está falando? – não estava entendendo nada.
- O senhor Carlos está se referindo aos estranhos assassinatos, ocorridos há três anos. Você ainda estava no Rio, estudando. – disse meu tio.
- Isso mesmo, meu caro. Foram nove assassinatos em um ano e meio. Como eu não consegui pegar o assassino, a câmara legislativa afastou-me do cargo. Inclusive, foi à época do senhor Jorge Almeida como presidente da casa de vereadores.
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- Está me culpando pelo seu fracasso, por acaso?
- Não. Mas, bem que o senhor poderia convencer os vereadores a me darem mais um tempo.
- Para quê!? Aonde pensa que chegaria com aquela estória absurda de lobisomem?- meu tio exasperou-se.
-Lobi... o quê!?
Os vaqueiros e eu saímos aturdidos daquela insólita discussão. O ex-delegado falava de um ser demoníaco- meio homem, meio lobo- descrito pelos europeus, que assolava algumas regiões do Velho Mundo. De algum modo, a maldição do lobo teria chegado até nossas paragens. Talvez trazida pelos colonizadores. Meu tio achava que tudo não passava de delírio. Carlos havia se contaminado pela superstição dos caboclos; que o ex-delegado não apresentava nenhum suporte para suas afirmações.
- Engana-se, rapaz. Eu tinha uma pista. As mortes tinham algo em comum. Mas, não poderia dizer-lhes, ou correria o risco de afugentar o maldito. – disse-me, antes de nos separar.
Contei ao meu pai sobre o incidente e ele limitou-se a sorrir. Chamou os dois de loucos e tudo o mais. Quanto à caçada, ordenou que continuássemos naquela mesma noite. O luar facilitaria na busca.
À noite, o mesmo grupo se preparava para a grande caçada.
- Desta vez, vamos nos separar, para atingirmos uma área maior de patrulhamento. Quem encontrar algum sinal de perigo atirará duas vezes para o alto. – ordenei.
Eram nove horas e a lua ainda não tinha surgido. Refiz o trajeto da noite anterior. Como rastrearia o Marinquara, resolvi passar primeiro pela casa de tio Jorge. Deparei com o casarão às escuras. Um silêncio sepulcral envolvia a propriedade. Somente o cricrilar dos grilos e os vaga-lumes quebravam a estranha solidão que envolvia o ambiente. Percebi que algo não
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ia bem. Saltei da montaria, já sacando o rifle e o facão. Cruzei a soleira da
porta e fui envolvido pela escuridão. O coração disparou e senti a estranha dor na nuca, que sempre me acometia, quando me encontrava em situações críticas.
Assim que meus olhos se acostumaram a pouca luz, percebi que a casa encontrava-se em inteira desordem. Haviam travado uma furiosa luta naquele lugar. Tinha luz em apenas um dos cômodos: o quarto do tio Jorge. Uma voz áspera chegou aos meus ouvidos e me pus em alerta. Aproximei-me vagarosamente, sem fazer barulho ao subir a grande escada. Uma conhecida voz dentro do quarto fazia ameaças:
- Maldito! Daqui a algumas horas darei cabo de sua existência!
O homem que ameaçava, era o ex-delegado Carlos. O ameaçado era ninguém menos que o meu próprio tio. Não esperei para saber do resultado daquelas palavras.
- Olhe para mim, seu calhorda, e... oh!
A pancada, que dei em sua cabeça, foi suficiente para desacordá-lo.
- Lucas, o que faz aqui?
- Acho que já sei quem era o assassino. Cheguei à boa hora, hein, tio?
O invasor o havia algemado na cama pelos pulsos e tornozelos. Revistei seus bolsos, até encontrar as chaves.
- Espere, tio. Num instante o libertarei.
- Não! Espere um momento! Preciso te contar uma estória.
- O que está me dizendo? Temos que sair daqui, antes que ele acorde. – fiquei naturalmente intrigado com aquela estranha atitude.
No meio daquela difícil situação, ele queria conversar um pouco.
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Sem entender, sentei a sua frente, de olho no delegado, que ainda se mexia.
- Ouça meu sobrinho: tudo o que vou te narrar é a mais absoluta verdade. Sei que duvidarás, mas no fim entenderás.
Ele tinha razão. Era difícil de acreditar que, o que me dizia, era verdade. Contou que certa família italiana emigrou para o novo mundo. Uma de suas ramificações viera parar aqui no Brasil. Procurava distanciar-se o mais longe possível de suas raízes. Carregava em seu seio uma maldição. Muitas mortes ocorridas entre os membros, na Itália, tiveram uma causa comum: o suicídio.
Para fugirem desse triste infortúnio, Genaro e Giulia mudaram nome e sobrenome, estabelecendo-se no Arquipélago de Marajó. Seus filhos, então, cresceram. O mais velho tornou-se um belo moço. Era apaixonado pela vida urbana. O mais moço preferiu o trabalho rural, cuidando da fazenda. O primogênito, porém, não imaginaria que a maldição de sua família recairia sobre ele. Com o tempo, desenvolveu verdadeira paixão pela vida noturna. Afastou-se dos seus amigos mais íntimos e de seus familiares. Enquanto me narrava aquela fantástica estória, parava, de vez em quando, para perguntar as horas. Meu tio, então, prosseguia ante meu olhar de estupefação. Contou-me que, quando o pai do moço encontrou-se moribundo, o chamou para uma conversa em particular e revelou sua herança maldita. O rapaz reagiu com incredulidade, mas o tempo se encarregou de provar a veracidade do que o velho Genaro havia lhe dito.
O tempo passou. Uma noite, quando a lua plena alcançou o seu esplendor, o moço fora traspassado para uma onda de dor e gôzo. Havia se transformado num ser bestial, meio homem e meio lobo. Homo lupus. No início, o rapaz sentiu-se elevado à categoria de semideus. Nunca experimentara tamanho poder.
- Tio, o que está me contando? – interrompi. - Isso é... Impossível!
Andei nervosamente pelo quarto. O ex-delegado deu sinal de que recobrava os sentidos. Da janela observei o céu. Uma bela noite. A lua-cheia
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já se anunciava. Olhei para o homem algemado no leito. Ele começou a suar e tremer. Seus olhos fitavam o teto. Cheguei à aberrante conclusão que me narrara a sua própria estória. Num fio de voz, chamou-me para perto de si.
- Ouça, meu filho. Vá à escrivaninha. Dentro dela tem... uma... arma. Está carregada.
Fiz o que me mandou. O Colt de seis tiros estava municiado com balas prateadas.
- São de prata. Nunca tive coragem para o suicídio. - disse-me.
- Por quê? – minhas mãos tremiam.
- No início achei maravilhoso. Tinha controle... sobre... e-ele.
- Ele, quem?
- A fera! O...o lobo dentro de... uh! – uma súbita convulsão interrompeu suas palavras. Estava acontecendo.
Corri até a janela e vi a lua em sua plenitude. Meu tio cessou os gemidos e pareceu ter recobrado um pouco a lucidez.
- Tens que fazer, Lucas! – vociferou. – Está fora de controle! Já matou muitos. O próximo pode ser você. Atira, quando acontecer.
Já estava acontecendo. Diante dos meus olhos uma maldição secular fazia mais uma vítima. Primeiro surgiram os pêlos. No lugar da frágil mão, surgiu uma garra capaz de esmagar um crânio. Dentes alvos e pontudos foram surgindo numa mandíbula animalesca. Minhas pernas vacilaram e resvalei pela parede. As mãos mal podiam segurar a arma. Meu pobre tio deixou de existir. No seu lugar surgiu um monstro que babava, me olhando com sanha assassina. Sua fúria bestial voltou-se para as algemas que o aprisionavam. A cama desabou. Sua estrutura de ferro começou a ceder. Dentro de mim, outro instinto animal começou a gritar: o da sobrevivência.
Como um bêbado, ergui-me e encostei-me à parede. Apontei o
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revólver de grosso calibre. A fera arrebentou as correntes. Estava livre e me
olhou como um predador. Minha fraqueza tornou inútil a excelente pontaria. Disparei no momento em que o lobisomem saltou sobre mim. O monstro atirou-me contra a escrivaninha com uma violenta braçada. O sangue abundou de um ferimento aberto na altura do ombro esquerdo. A dor arrancou-me do pasmo. Procurei localizar o revólver. Havia caído muito longe do meu alcance. A besta arreganhou os dentes e investiu novamente. Com um salto evitei um golpe que teria me destroçado as entranhas. Mesmo assim, ainda conseguiu agarrar minha perna e me jogar contra a parede. Seus movimentos, porém, estavam mais lentos. O motivo era o orifício causado pela bala que disparei. O lobisomem olhou para o ferimento, finalmente, acusando o golpe. Percebendo que eu não era mais uma de suas indefesas vítimas, rosnou enraivecido. Fechei os olhos, incapaz de me defender, esperando o ataque que não veio. O monstro tombou, atingido por uma saraivada de chumbo. O ex-delegado Carlos descarregou sua munição na criatura.
- Vá pro inferno, fera assassina! Finalmente acertamos nossas contas!
Depois, virou-se para mim.
- Ferimento feio esse seu, hein, rapaz? Venha! Vamos buscar ajuda!
- Não! Tenha cuidado! O revólver, tenho que encontrar o revólver! – gritei, precipitando-me a buscar a arma entre os móveis quebrados.
- Acalme-se! Aquela coisa não pode mais ferir ninguém.
- Engana-se! Recarregue o rifle e fique preparado, antes que...
Tarde demais. Urrando loucamente, o lobisomem levantou-se e atacou. Pego desprevenido, o homem nada pôde fazer. Mandíbulas e garras se precipitaram a golpeá-lo. Freneticamente busquei o Colt, até encontrá-lo. Voltei-me no exato momento em que a fera deixava sua vítima agonizante, para me encarar. Dessa vez mirei cuidadosamente.
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- Chega, monstro! – disse entre dentes, esquecendo-me que aquilo já fora o
homem que amei como a um pai.
O primeiro tiro atingiu o pescoço, atravessando-o. Dois outros se alojaram no peito. Controlando os nervos, esperei um pouco. Ele se aproximou cambaleando. Descarreguei a arma à queima roupa. Antes de morrer, o lobisomem me fitou. Dentro de suas pupilas vermelhas ainda pude ver um brilho de humanidade; era um olhar piedosamente agradecido. A alma de meu tio Jorge teria encontrado a paz, afinal.
Atraídos pelos disparos, meu pai e os vaqueiros adentraram a casa, deparando com um cenário bizarro.
- Está morto?- o ex-delegado vomitava sangue nos meus braços.
- Sim, delegado. Nós o matamos, já pode sossegar.
- A... lua-cheia era... a pista. Os crimes só acon... teciam na lua...
Não terminou a frase. A vida abandonou aquele pobre homem obcecado. A mão de papai pousou no meu ombro.
- Ele salvou a minha vida, pai. Havia descoberto que a criatura era a assassina. Meu tio o afastou do cargo, para que não o desmascarasse.
- Vamos lhe dar um enterro digno de seu heroísmo. Quanto a você, acho que um tempo em Lisboa te ajudará a esquecer este trágico momento. Venha.
Meu pai estava enganado. Eu jamais esqueceria.
FIM
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Comentários
Re: Herança Maldita
Parabéns pelo belo texto.
Gostei.
Um abraço,
Roberto
Re: Herança Maldita
Olá, Roberto,
Obrigado pela gentileza do comentário.Abraços.